Conteúdo editorial apoiado por

Com plano de saúde mais caro, consumidor contrata mais cobertura de doenças graves

Seguradoras relatam aumento na demanda por proteção adicional ao seguro de vida que fornece ao segurado valor para tratamentos e cirurgias

Jamille Niero

Publicidade

O custo crescente dos planos de saúde no bolso do consumidor vem despertando o interesse para a aquisição de coberturas “extras” junto ao seguro de vida individual. O objetivo é complementar eventuais custos com tratamentos ou cirurgias para enfermidades específicas. É o caso da cobertura de doenças graves, que gera o pagamento de indenização em decorrência de diagnósticos elencados na apólice contratada e variam conforme a seguradora.

Para se ter uma ideia do aumento da demanda, segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão fiscalizador do mercado de seguros, os prêmios emitidos (pagamentos feitos pelos clientes às seguradoras para custear o seguro) para doenças graves/terminal no mercado de seguros em geral cresceram 25,97% de 2021 para 2022.

De olho nesse interesse, a seguradora Prudential do Brasil acaba de lançar um seguro de vida resgatável, o Prudential Vida e Saúde, que inclui a cobertura vitalícia para doenças graves. De acordo com Carlos Cortez, vice-presidente de Marketing e Digital da seguradora, o seguro pode ser adquirido por pessoas com idades entre 14 e 70 anos e possibilita utilizar até 50% do capital segurado total contratado para morte em uma indenização em vida após a quitação da apólice. O valor máximo de cobertura foi ampliado e poderá ser de até R$ 5 milhões.

A ideia do novo seguro de vida, segundo Cortez, é funcionar como uma espécie de complemento ao plano de saúde, podendo ser acionado pelo segurado em caso de morte, ou ainda em vida, resgatando parte do valor contratado para ajudar a custear o tratamento de doenças ou a realização de procedimentos cirúrgicos mais complexos.

“São 13 doenças cobertas. Câncer, infarto, AVC e transplante de órgãos são as quatro mais acionadas”, exemplifica Dennys Rosini, diretor de Produtos da companhia. Segundo ele, o custo para aquisição do seguro é a partir de R$ 200 mensais, e fornece ao segurado serviços como telemedicina e segunda opinião médica, além de apoio psicoterápico, nutricional e esportivo.

A expectativa inicial da Prudential é atender ao público “das classes A e B, que busca um planejamento financeiro por conta da característica resgatável, e exige um aporte financeiro um pouco mais alto”, acrescenta Cortez.

Continua depois da publicidade

Outra seguradora de olho nessa demanda é a Seguros Unimed, que incorporou a cobertura de doenças graves nos seguros de vida individuais em março. “A gente já tinha ela no portifólio, mas não estava disponível para contratação”, comenta o Head de Vida da companhia, Tiago Moraes.

Segundo ele, o segurado pode contratar a cobertura para até 24 doenças, dependendo do “pacote” escolhido, até o valor de R$ 1 milhão, por segurados com até 65 anos. Não há limite de idade para utilização, ele diz, contanto que o pagamento da mensalidade esteja em dia. O prazo de carência costuma ser de 3 meses, podendo ser maior dependendo da doença, “para inibir fraudes”.

O executivo conta ainda que o perfil de público que mais contrata são as mulheres “na faixa de 30 a 45 anos que possuem dependentes financeiros, solteiras e empreendedoras”. “Temos uma concentração de contratação da área de saúde, como médicas e fisioterapeutas, porque elas veem no dia a dia o que acontece, tem preocupação porque veem o impacto no dia a dia, principalmente, as mulheres que têm filhos”, explica Moraes.

Continua depois da publicidade

A cobertura contratada, em média, gira em torno de R$ 250 mil a R$ 300 mil, com um tíquete médio de R$ 150/mensal. “É bem acessível se comparar com um plano de saúde que está em torno de R$ 450/mês”, complementa, reforçando que o produto ainda fornece serviços sem custo extra, como telemedicina e assistência funeral.

Cenário favorável

Segundo os especialistas consultados pelo InfoMoney, este mercado deve continuar em expansão.

Uma pesquisa de 2022, realizada pelo Datafolha a pedido da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), representante das seguradoras que operam com seguros de pessoas, corrobora essa percepção. Segundo o estudo, os dois principais medos apontados pelos consumidores diante de uma situação similar à Covid-19 no futuro foram:

Continua depois da publicidade

Um dos possíveis caminhos é a ampliação dos valores contratados, como foi o caso da Prudential, que elevou o limite para R$ 5 milhões – enquanto o mercado disponibiliza, em média, R$ 1 milhão. Para a Seguros Unimed, a ideia é expandir a quantidade de patologias cobertas. Moraes conta que, para isso, a companhia vem analisando os dados internos – inclusive do braço que comercializa planos de saúde.

E outras seguradoras prometem novidades. “A procura pela cobertura de doenças graves da Omint Seguros sempre foi relevante. Porém, desde o início da pandemia da Covid-19, observa-se uma procura cada vez maior”, diz Carlos Faria, Head de Produtos da companhia. Segundo ele, a seguradora viu o volume de prêmios emitidos para a cobertura de doenças graves/terminal crescer 74,82% de 2021 para 2022. “Com o aumento da procura por esta cobertura, iniciamos um projeto que visa ampliar o número de doenças e procedimentos cobertos”, acrescenta.

Veja também:

Jamille Niero

Jornalista especializada no mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e saúde suplementar, com passagem por mídia segmentada e comunicação corporativa