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A Black Friday 2024 acontece nesta sexta-feira (29), mas pelo menos 70% dos consumidores estavam se preparando para as promoções com antecedência, segundo um estudo do Mercado Livre. Para quem estava de olho nos preços em outubro, a percepção pode ser que alguns itens estão mais caros agora. E não é à toa: dos 10 produtos mais pesquisados no Buscapé, 9 estão com valores mínimos mais altos do que há um mês.
A pedido do InfoMoney, a plataforma levantou quais são os produtos mais buscados na Black Friday 2024. Liderando o ranking, estão os aparelhos celulares e smartphones que, no último domingo (24), saíram por no mínimo R$ 789. No entanto, em 15 de outubro, era possível encontrar o item por a partir de R$ 691. A diferença representa uma variação de 14%.
O segundo produto da lista, inclusive, foi um dos que passou por maiores oscilações de preço, chegando a ficar mais barato em alguns dias de novembro. O ar-condicionado custava R$ 1.716 em outubro, mas desde o último dia 21 tem visto os preços subirem e chegar aos R$ 1.969, variação também de 14%.
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Completando o pódio, os valores mínimos para a TV apresentaram uma variação de apenas 0,5%, ao ir de R$ 1.030 para R$ 1.306. Vale dizer, ainda, que um produto está mais barato na comparação mensal. O console de videogame saiu de R$ 1.979 para R$ 1.331, queda de 32%.
Confira a variação de preços dos itens mais pesquisados no Buscapé na Black Friday no gráfico abaixo:
Produtos mais caros na Black Friday?
Embora a percepção seja de que os produtos estão mais caros ao se aproximar da data exata da Black Friday, Francisco Donato, superintendente executivo da Mosaico no Banco PAN (BPAN4), dono do Buscapé, explica que essa oscilação pode ser causada pelo o fluxo de vendas e de logística durante o período. Além disso, a alta procura por determinados produtos pode impactar os preços, especialmente em categorias com menor disponibilidade de estoque.
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“Com a expansão do conceito de ‘Black November‘, as ofertas estão cada vez mais diluídas ao longo do mês. Isso exige ainda mais atenção do consumidor para identificar o melhor momento de compra.”
Em relação a lista dos produtos mais buscados, Donato comenta que os preços mais baixos observados em outubro podem ser explicados por movimentos técnicos do mercado. “Como ajustes na oferta e demanda ou promoções pontuais para acelerar o giro de estoque”, explica.
No entanto, segundo o executivo, ao comparar os primeiros 24 dias de outubro com os de novembro, algumas categorias populares, como ar-condicionado, TVs e consoles de videogame, registraram quedas nos preços.
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Para ele, isso indica que houve boas oportunidades de compra mesmo antes do mês da Black Friday. “Essas oscilações reforçam a importância de os consumidores verificarem o histórico de preços dos produtos, garantindo decisões de compra mais assertivas”, afirma.
Caí numa promoção “metade do dobro”, e agora?
Não chega a ser o caso dos itens acima, visto que as variações dos valores foram de por volta de 15%, mas a maquiagem de preços é uma prática abusiva por parte de vendedores e o consumidor pode buscar a Justiça. Segundo Stephanie Almeida, do Poliszezuk Advogados, isso configura publicidade enganosa, sendo proibida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
“O consumidor pode denunciar o caso ao Procon ou recorrer ao Judiciário para exigir reparação”, diz. Ela explica que o comprador que for lesado pode exigir o abatimento proporcional no preço, devolução do valor pago a mais, e até mesmo indenização por danos morais, dependendo das circunstâncias. “A Black Friday é um momento que exige atenção redobrada para evitar fraudes.”