Black Friday: 44% dos brasileiros devem gastar entre R$ 1 mil e R$ 4 mil, diz estudo

Eletrônicos, linha branca e mercadorias de maior valor agregado estão na mira dos clientes

Anna França

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Às vésperas da Black Friday o consumidor já começa a fazer as contas do quanto pretende gastar durante a liquidação. Nesta que já é uma das melhores datas para  o varejo brasileiro e que acontece no dia 29 de novembro neste ano, 44% dos brasileiros dizem que pretendem gastar entre R$ 1 mil e R$ 4 mil. Outros 27% indicam algo entre R$ 100 e R$ 500, como revela uma pesquisa sobre planejamento de compras feitas pelo Reclame AQUI.

O ticket médio se justifica porque as pessoas colocaram no radar bens de consumo como eletroeletrônicos de maior valor agregado, entre os itens estão geladeira, fogão e máquina de lavar entre outros que são mais difíceis de apresentarem grandes descontos. Assim, mais uma vez se confirma a disposição do brasileiro em gastar mais também neste ano.

Ao optar por itens mais caros, de olho nos descontos concedidos nessa época, também se amplia o uso de crédito. Assim, o parcelamento é o ponto central para a decisão do consumidor pela compra. Não é à toa que a maior parte, cerca de 60,35% dos compradores, pretendem comprar e dividir no cartão de crédito. Apenas 20,16% devem optar pela modalidade Pix.

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Indecisão

Mas a cautela parece ter tomado conta do brasileiro. Muitos não sabem se vão mesmo comprar e 61,44% responderam que tudo vai depender das promoções e dos preços, conforme a pesquisa mostrou. O Reclame AQUI frisa ainda que muitas pessoas estão acompanhando os preços e condicionando a compra à realização de descontos efetivos, bem como avaliação da reputação das marcas. Ou seja, os consumidores neste ano também estão atentos à avaliação de idoneidade das empresas.

Segundo o CEO e cofundador do Reclame AQUI, Edu Neves, o consumidor está aprendendo a jogar com a data de uma forma mais consciente. Diferente de outras ocasiões, o consumidor não aceitou as promoções antecipadas e está esperando a sexta-feira para ver se as ofertas melhoram.

“O consumidor está indo para essa Black Friday 2024 de olho também na ‘xepa das promoções’, avaliando que apenas no final do dia ele vai encontrar o desconto que deseja”, declara Neves.

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Isso acontece, segundo ele, em virtude da descrença do consumidor em encontrar grandes descontos na Black Friday, somado à cautela financeira que vem crescendo nos últimos meses, especialmente em parcelamentos muito longos. Até por isso, os varejistas devem apostar na oferta de promoções maiores no pagamento por Pix, especialmente para tickets menores, além da oferta de parcelamento sem juros para mercadorias de alto valor.

“Assim, produtos de moda e beleza devem conquistar a venda à vista com desconto, enquanto eletroeletrônicos e casa/decoração, por exemplo, terão tickets maiores e maior parcelamento”, analisa Neves.

Pretensão de compras

Desde agosto o Reclame AQUI vem acompanhando a intenção de compra dos consumidores e identificou que muitos estavam em “modo avião”, só observando o movimento dos varejistas. Mas o cenário começou a mudar de lá para cá e hoje apenas 21,5% dos consumidores definiram que não irão comprar, conforme o levantamento feito em novembro. Já outros 78,54% vão às compras ou estão indecisos à espera dos bons descontos, ou seja, existe essa vontade latente, à espera de boas oportunidades. Mas o plano é esperar as promoções para fazer a compra, de acordo com 61,4% dos respondentes.

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Melhor horário para compras

Assim como em 2023, o consumidor este ano deve repetir o comportamento de compra neste ano a partir da largada das ofertas às 18h de quinta-feira (28). A “caça” às ofertas ainda continua até a tarde de sexta-feira em diante.

Ou seja, o consumidor está pesquisando e vai chegar na Black Friday apostando até a reta final, para ver se o preço vai cair. Por isso, 60% dos consumidores dizem que vão comprar a partir das 12h de sexta-feira, e outros 47% vão apostar nas horas finais.

Entre os lugares mais apontados pelos consumidores estão as lojas online, em sites, marketplaces e apps com 75,14%. Em 2023, ainda sob os efeitos do pós-pandemia, os consumidores distribuíram suas compras com certo equilíbrio entre as lojas físicas, mas em 2024, o comércio online está disparado.

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Monitoramento de preços

Às vésperas da Black Friday, cresce o interesse em monitorar preços, produtos e lojas. Em agosto, poucos consumidores se movimentavam, mas agora, já mais perto da data, cresce o interesse. Conforme a pesquisa do Reclame AQUI, 44,76% passaram a conferir a evolução dos preços dos produtos.

Relação da data com o Natal

Entre os pesquisados, 50,48% dos consumidores que vão às compras agora afirmaram que não vão adiantar os presentes de Natal. Para Edu Neves, o fator preço/descontos reduziu a pressa em fazer as compras de Natal em 2024, em relação a 2023, quando, na época, 63% havia dito que faria as compras de Natal na Black Friday.

Reputação das lojas

Apesar de ser uma data em que o que predomina na decisão de compra é o preço, os consumidores estão considerando a reputação e avaliações de terceiros para fechar a compra, antes de ver as condições e formas de pagamento. Em 2023, por exemplo, avaliações de outros consumidores sobre os produtos (reviews) eram consideradas apenas por cerca de 9% dos consumidores como aspecto decisivo para as compras na Black Friday, e este ano chega a 45%. Ou seja, quem vai comprar, vai se apoiar, e muito, na opinião de outros consumidores.

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“Esse comportamento mostra maturidade dos consumidores, que estão mais atentos às opiniões. Seja as publicadas no Reclame AQUI ou em comentários em outras plataformas”, analisa Neves.

Busca por informações

Além disso, os consumidores se mostram mais tradicionais quando o assunto é onde buscar informações sobre lojas, produtos e serviços para a Black Friday. Quando questionados, os consumidores apontam sites oficiais das lojas, sites de buscas e Reclame AQUI.

Para Neves, as redes sociais são apontadas como um meio de conhecer as marcas e produtos. Enquanto nos demais ambientes digitais ele encontra mais segurança em relação a informações. “Com esse olhar, os sites das marcas são um instrumento de publicidade para atrair os consumidores. Mas a checagem da reputação em sites como o Reclame AQUI já está inserida nessa jornada de construção de confiança”.

Veja os principais dados da pesquisa

O estudo, realizado de forma online na plataforma, aconteceu entre os dias 4 e 7 de novembro de 2024, e contou com a participação de 1,8 mil consumidores. Confira as principais respostas.

Você pretende comprar na Black Friday 2024?

Sim, vou comprar – 34,08%

Não vou comprar – 21,46%

Ainda não sei, vai depender dos preços – 44,46%

Como está seu plano de compra para a Black Friday 2024? (pergunta feita para quem quer comprar)

Está maior do que o ano passado – 15,12%

Talvez eu compre igual ano passado – 9,33%

Está menor do que o ano passado – 14,10%

Vai depender das promoções e dos preços – 61,44%

Em qual período do dia você pretende fazer as compras na BF 2024?

Já a partir das 18h na quinta-feira – 32,83%

Da 0h às 6h, na sexta-feira – 7.97%

Das 6h às 12h, na sexta-feira – 11.92%

Das 12h às 18h, na sexta-feira – 22,00%

Após as 18h, na sexta-feira – 25,27%

Onde pretende fazer as compras? (múltipla escolha)

Lojas físicas, no comércio do bairro – 15,60%

Lojas físicas, em grandes redes –  27,25%

Lojas online via redes sociais – 26,91%

Lojas online, em sites, e-commerces, marketplaces, apps – 75,14%

Live commerces (lives de Instagram, eventos com artistas na TV etc.) – 2,86%

WhatsApp – 2,72%

Como você pretende pagar as compras na Black Friday 2024?

Cartão de crédito parcelado – 60,35%

Pix –  20,16%

Quanto você pretende gastar na Black Friday 2024?

Entre R$ 1.000 e R$ 2.000 – 30,04%

Entre R$ 300 e R$ 500 –  14,24%

Entre R$ 3.000 e R$ 4.000 – 13,90%

Entre R$ 100 e R$ 300 –  12,81%

Entre R$ 700 e R$ 900 – 9,54%

Mais de R$ 4.000 – 8,72%

Entre R$ 500 e R$ 700 – 7,83%

Até R$ 100 – 2,93%

Quais categorias de produtos você tem mais interesse em comprar na Black Friday 2024?

Eletrônicos (celulares, notebooks, TVs, drone, caixas de som etc.) – 51,36%

Eletrodomésticos (TV, geladeiras, fogões etc.) – 35,56%

Eletroportáteis (sanduicheira, batedeira, liquidificador etc.) – 22,75%

Moda e vestuário (roupas, calçados, acessórios) – 37,87%

Casa e decoração (móveis, utensílios, decoração) – 33,79%

Beleza e saúde (perfumes, cosméticos, suplementos) – 28,07%

Você está acompanhando os preços e promoções para a Black Friday 2024?

Sim, há mais de 6 meses – 18,26%

Sim, nas últimas semanas  – 36,99%

Ainda não, pretendo começar nesse mês – 28,27%

Vou conferir os preços só no dia da Black Friday mesmo -16,49%

Pretende fazer compras de Natal durante a Black Friday 2024?

Sim, já vou adiantar – 49,52%

Não, vou esperar para comprar mais perto da data – 50,48%

Qual fator vai influenciar sua decisão de compra na Black Friday 2024? (resposta de múltipla escolha)

Avaliações de outros consumidores sobre os produtos (reviews) – 45,44%

Atendimento/suporte das lojas –  29,16%

Opções de pagamento (boleto, débito, crédito, PIX, etc) – 37,94%

Reputação da empresa/marca – 61,04%

Preço e promoções (ex.: cashback, frete grátis) –  79,70%

Condições de pagamento (à vista, prazo, etc) – 36,85%

Que tipo de medida você costuma tomar para se proteger de golpes e fraudes durante a Black Friday? (resposta de múltipla escolha)

 Verifico a reputação da loja/empresa no Reclame AQUI  – 77,79%

Leio avaliações e comentários (reviews) de outros consumidores  –  57,97%

Uso métodos de pagamento seguros (ex.: cartão de crédito, boleto) – 47,82%

Evito confiar apenas em recomendações de influenciadores- 30,45%

Outra medida, qual?  –  5,93%

Não costumo me preocupar com fraudes ou golpes na Black Friday – 0,95%

Fonte: Reclame AQUI

Anna França

Jornalista especializada em economia e finanças. Foi editora de Negócios e Legislação no DCI, subeditora de indústria na Gazeta Mercantil e repórter de finanças e agronegócios na revista Dinheiro