Auditores da Receita mantêm greve de 48 horas semanais em novembro

Paralisação, iniciada em julho, tem impactado as aduanas

Maria Luiza Dourado

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O Sindifisco Nacional, sindicato dos auditores fiscais da Receita Federal, anunciou que a categoria prosseguirá com a paralisação de 48 horas semanais, às terças e quartas-feiras, durante todo o mês de novembro, conforme aprovado em Assembleia Nacional no dia 30 de outubro.

A categoria, que possui uma das melhores remunerações entre os servidores públicos, com salário inicial superior a R$ 20 mil, reivindica a criação, pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), de uma mesa de negociação dedicada ao tema, chamada Mesa Específica e Temporária, e a negociação do reajuste do vencimento básico (salário) dos auditores, em razão das perdas inflacionárias.

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A mobilização dos auditores da Receita, iniciada em julho, já causou operação-padrão nas aduanas, apagões nos sistemas informatizados da Receita Federal e atos públicos, mas respeitando a continuidade dos serviços essenciais com 30% do quantitativo de Auditores-Fiscais, segundo informa o Sindifisco.

Estão suspensos os julgamentos no contencioso administrativo, a participação em projetos da Receita Federal, reuniões e treinamentos, bem como a ocupação de cargos em comissão que tenham ficado vagos em decorrência da mobilização.

Gustavo Valente, CEO da Sinergy Advisors, especializada em assessoria logística, afirma que a paralisação dos Auditores-Fiscais impacta tanto a curto prazo, com atrasos e custos adicionais, quanto a longo prazo, ao comprometer a confiança no ambiente de negócios do país.

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“Não afeta apenas a administração pública, mas também gera um efeito dominó na economia. Cada dia de atraso na liberação de mercadorias significa maior pressão sobre os custos logísticos, impactos na arrecadação e, principalmente, na competitividade do Brasil. Em um momento em que o país precisa de estabilidade para atrair investimentos, é essencial que o governo e a categoria cheguem a um acordo que garanta a continuidade dos serviços essenciais para o setor produtivo e o comércio exterior”, afirma Valente.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.