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O fim de ano traz, além das luzes de Natal, um dos benefícios mais queridos dos trabalhadores CLT (contratados no regime celetista): o 13º salário, que deve ser utilizado buscando o equilíbrio entre o prazer momentâneo de hoje e a conquista de amanhã.
Primeiro, é fundamental entender que o 13º não é uma bonificação, mas sim um direito garantido por lei, que visa compensar a renda de um mês de trabalho ao longo do ano. Isso porque, na criação da legislação, sancionada pelo presidente João Goulart em 1962, considerou-se as 52 semanas que existem em um ano. Ao dividir esse número por quatro (a quantidade de semanas que existem em um mês), chega-se ao resultado de 13 – e não 12.
Vale ressaltar que o pagamento do 13º salário é proporcional ao período trabalhado. “O valor é calculado dividindo o salário total (bruto) por 12 e multiplicando pelo número de meses trabalhados no ano. Trabalhar 15 dias ou mais em um mês já conta como um mês completo”, explica a advogada especializada em direito trabalhista Anna Luiza Teixeira, sócia do escritório Lacerda Diniz Teixeira Sena.
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Além de saber como calcular o 13º salário, é preciso usar o montante de maneira inteligente – e sem extremismos. Nesse sentido, Thaísa Durso, educadora financeira da Rico, defende que nem todo gasto precisa ser um vilão.
“Com o 13º salário, é possível fazer compras que tragam valor duradouro, sem comprometer o planejamento financeiro. Esse gasto consciente pode envolver, por exemplo, a renovação de um item essencial, como um celular ou um eletrodoméstico que já está defasado e impacta sua produtividade. Compras assim têm impacto direto na qualidade de vida, facilitando o dia a dia e, em muitos casos, gerando economia a longo prazo”, explica a especialista.
Contudo, se o futuro financeiro é prioridade para quem recebeu o 13º, investi-lo é o caminho mais estratégico. Nesse sentido, Durso relembra que investir não é apenas guardar o dinheiro, mas sim fazê-lo trabalhar para você. “É possível iniciar mesmo com um valor pontual, como o 13º, gerando uma renda que, aos poucos, cresce e se torna uma base sólida para outras metas financeiras”, explica.
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A educadora financeira elaborou sete dicas para orientar o uso do 13º salário, equilibrando gastos e investimentos para garantir tanto satisfação imediata quanto benefícios futuros. Confira abaixo:
1. Monte uma lista de necessidades e prioridades
Antes de gastar ou investir, elabore uma lista que inclua tanto as despesas fixas que você já possui quanto os investimentos que deseja realizar. Comece priorizando aqueles que impactam positivamente sua qualidade de vida e segurança financeira. Essa abordagem não apenas evita compras impulsivas, mas também ajuda a concentrar suas escolhas nas opções que realmente fazem a diferença, garantindo que o 13º salário seja utilizado de forma eficiente e consciente.
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2. Quitar ou antecipar dívidas
Usar o 13º para reduzir dívidas é uma estratégia poderosa, especialmente se começar pelas de maiores juros, como cartões de crédito e cheque especial. Outra possibilidade estratégica para o 13º é utilizar uma parte para quitar ou antecipar parcelas de financiamentos, reduzindo, assim, o montante de juros que você pagará ao longo do tempo. Essa decisão não só alivia o peso financeiro mensal como também abre espaço no orçamento para investir de maneira mais consistente no próximo ano.
3. Estabeleça uma reserva de emergência
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Se você ainda não tem um fundo para emergências, agora é o momento ideal para criar essa segurança. Destine parte do 13º para iniciar ou fortalecer essa reserva, que será essencial para cobrir imprevistos sem precisar recorrer a dívidas. Esse fundo é uma base sólida para uma vida financeira mais tranquila, permitindo que você siga com seus investimentos e planos sem ser pego de surpresa por gastos inesperados.
4. Crie um fundo pessoal de indulgência
Ao invés de gastar o 13º de uma vez, separe uma parte para um “fundo de prazeres” anual. Assim, você consegue aproveitar pequenos luxos ao longo do ano – seja um jantar especial, uma ida ao cinema ou um passeio que estava esperando – sem comprometer o seu planejamento. Esse “fundo de indulgência” permite que você aproveite esses momentos com tranquilidade, pois já se planejou para eles.
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5. Invista em habilidades que podem gerar renda extra
Aproveite essa renda adicional para investir em cursos que possam abrir novas oportunidades de renda. Invista em habilidades que podem gerar uma renda complementar, como fotografia, culinária ou design gráfico. Essa é uma forma de, além de aprender algo novo, construir uma segunda fonte de renda que pode ser útil a longo prazo, sem comprometer demais o seu tempo. Em paralelo, busque sempre aprimorar suas competências para agregar valor ao seu perfil profissional. Neste artigo, você encontra diversas formas de gerar renda extra para complementar o seu salário.
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6. Aplique em algo que permita um futuro lazer
Investir o 13º em CDBs ou outros títulos de renda fixa com vencimento em datas específicas é uma ótima maneira de transformar esse dinheiro extra em um “presente” futuro, como financiar suas próximas férias ou comprar algo especial sem se endividar. Ao escolher um CDB, por exemplo, com um prazo de dois anos, você permite que o dinheiro cresça com o tempo, beneficiando-se dos juros compostos para maximizar o valor investido.
Uma das vantagens da renda fixa é a previsibilidade dos retornos. Com investimentos como CDBs, LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) ou LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), você sabe com maior clareza quanto seu dinheiro vai render até o vencimento, já que muitos desses títulos oferecem uma taxa de rentabilidade fixa ou atrelada ao CDI (índice de referência no mercado de juros). Isso permite que você planeje o uso desse valor para financiar uma viagem, cursos, ou mesmo uma renovação em casa, tudo sem comprometer o orçamento mensal.
7. Antecipe as despesas de início de ano
Reservar uma quantia desse dinheiro extra para cobrir as despesas de início de ano pode ser um alívio significativo. Contas como material escolar, matrícula, IPTU e IPVA sempre chegam de surpresa para desorganizar o orçamento – e já estar preparado para essas obrigações é um passo importante para começar 2025 com muito mais saúde financeira.