5 empresas que pagaram dividendos na pandemia e pretendem manter ou aumentar o payout

CEOs e CFOs de RD - Raia Drogasil, Cury, Aura Minerals, Marfrig e Minerva Foods participaram da série Por Dentro dos Resultados, do InfoMoney

Anderson Figo

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SÃO PAULO Em 2020, muitas companhias da Bolsa tiveram suas operações prejudicadas pela pandemia de coronavírus. O resultado foi que várias delas deixaram de pagar dividendos ou reduziram o volume de payout, na tentativa de preservar liquidez para o cenário adverso. 

Mas não foi uma regra: cinco empresas cujos executivos participaram da série de lives Por Dentro dos Resultados, do InfoMoney, não só remuneraram os acionistas como também planejam manter ou aumentar os proventos em 2021. Veja acima um resumo do que foi falado sobre dividendos — e o conteúdo completo do projeto está no site. 

A Marfrig (MRFG3), por exemplo, aprovou o pagamento de dividendos pela primeira vez em dez anos após ter registrado lucro líquido recorde de R$ 3,3 bilhões. Segundo a companhia, o bom desempenho veio principalmente das operações na América do Norte, e é uma consequência da disciplina financeira que a empresa tem focado nos últimos anos. 

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“A gente está falando de R$ 141 milhões, o equivalente a cerca de 20 centavos por ação”, disse Eduardo Puzzielo, diretor de relações com investidores da Marfrig, ao InfoMoney. “Isso vai demonstrando todo o comprometimento da companhia em relação à desalavancagem e à melhora operacional. (…) Prevíamos pagar dividendos só ano que vem”, completou.

No caso da RD – Raia Drogasil (RADL3), o vice-presidente Eugênio de Zagottis lembrou que a companhia tem uma política estatutária de distribuição de 30% do lucro. Mas, na prática, ele disse que geralmente a empresa tem entregado 40% aos acionistas. A RD é do setor farmacêutico, considerado essencial na pandemia de coronavírus, e conseguiu entregar lucro líquido de R$ 579 milhões em 2020, alta de 6,7% sobre 2019.

“A expectativa é que a gente distribua 40% [do lucro em dividendos] e reinvista o resto. Agora, vamos lembrar que a gente reinveste com uma taxa de retorno enorme. Pega uma loja que a gente abra nossa expansão, a gente olha uma taxa de retorno de 20% real. O dinheiro dentro da empresa às vezes dá mais dinheiro do que fora. O reinvestimento desse capital vai gerar mais valor, que vai se refletir em valorização da ação no longo prazo”, disse de Zagottis. 

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O CEO da Aura Minerals (AURA33), Rodrigo Barbosa, segue otimista com as operações em 2021. Muitos analistas veem um boom de commodities no pós-pandemia, e a Aura acaba se beneficiando por ter custos em moedas desvalorizadas contra o dólar (real e peso mexicano, por exemplo), com receitas na moeda americana. A canadense explora minas de ouro principalmente no Brasil. 

“Os projetos que a gente tem de crescimento estão mais do que equacionados em termos de funding. Nós estamos fully funded para desenvolver esses projetos: o que a gente gera de caixa é mais do que suficiente para desenvolver esses projetos e ainda mais, a gente deve ter uma sobra. É por isso que a gente aprovou uma política de dividendos de 20% do Ebitda menos o capex. A gente pretende fazer distribuição de dividendos ao longo dos próximos anos”, disse o executivo.

Marcelo Korber, gerente de relações com investidores da Cury (CURY3), destacou que a empresa consegue manter seus pagamentos de dividendos porque foca em ter um fluxo de caixa mais rápido e por sua estratégia de carregar um patrimônio leve. O payout nos últimos anos tem sido em torno de 90% do lucro. 

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“A cada lançamento, a gente faz um estande decorado com maquete, o que a gente está acostumado a ver no médio e alto padrão, para sustentar essa velocidade rápida de venda que a gente precisa ter para ter a rodinha da fortuna girando e o empreendimento se pagando. Nosso fluxo de caixa gira mais rápido do que a média do setor imobiliário e do segmento baixa renda”, disse Korber.

“A gente pretende continuar distribuindo bastante dividendo não só para remunerar o acionista, mas porque isso faz sentido na nossa estratégia de carregar patrimônio leve. Não faz sentido eu reter esse capital aqui dentro porque não preciso dele para crescer. Não retendo o capital, eu remunero o acionista e maximizo meu retorno sobre o patrimônio”, completou.  

Já a Minerva Foods (BEEF3) acredita que a sua plataforma de exportação muito diversificada ajudou a companhia a ter bom desempenho financeiro no ano passado e que, portanto, ela deve continuar oferecendo boa remuneração aos acionistas. A empresa teve lucro líquido de R$ 697 milhões em 2020, ante R$ 16,2 milhões em 2019. 

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“Se a gente conseguir repetir em 2021 o mesmo desempenho que a gente teve em 2020, a gente vai ter condições de pagar o mesmo nível de dividend yield. Se o cenário se concretizar, muito provavelmente a gente vai ter desempenho muito parecido em 2021 com o que a gente teve em 2020. Tendo o desempenho parecido, não tem porque a gente não ter uma distribuição de dividendos parecida”, disse Edison Ticle, CFO da Minerva Foods.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.