Zeina Latif: “forma como o Brasil chegar ano que vem pode influenciar rumo da eleição”

A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, defendeu a necessidade de uma recuperação econômica no curto prazo para impedir que candidatos "anti-reformas" ganhem força em 2018

Paula Barra

(Divulgação)

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SÃO PAULO – A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, alertou para a necessidade de uma recuperação mais consistente da economia no curto prazo para impedir que candidatos contrários às reformas ganhem força na corrida eleitoral de 2018.

“Tenho dado um peso excessivo ao curto prazo porque acho que a forma que o Brasil chegar no ano que vem pode influenciar o rumo da eleição”, disse a economista durante debate na última quinta-feira na Expert 2017, evento de promovido pela XP Investimentos. Participou também Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e Marcos Lisboa, presidente do Insper (veja aqui a íntegra). 

Apesar de ver o cenário com alto grau de incerteza, ela descarta a possibilidade de um “desastre” econômico, mas diz que “o medo é ficarmos condenados a mediocridade, porque você tem um presidente que não entende a necessidade de fazer reformas”. 

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Ainda assim, a economista ressalta que a realidade é tão dura que força o País a rever algumas crenças. Segundo ela, o debate econômico no Brasil vem evoluindo, enquanto a chance de eleger um presidente com viés “de populismo do passado” tem diminuído. 

A economista, contudo, criticou a falta de lideranças que possam ajudar nessa renovação, embora tenha observado que a defesa que antes se tinha do Estado grande, que decide os campeões nacionais, já não tem mais apelo. “Vemos grandes CEOs fazendo mea culpa. Existe um um reconhecimento crescente entre os empresários, embora ainda sem liderança, nesse sentimento”, disse. 

Quanto ao crescimento do país antes da crise, Zeina opinou: “acho que o boom de commodities e petróleo nos fez mal. É igual jogador de futebol que fica rico rápido”. Para ela, houve um “oba-oba generalizado. Uma oposição apática, uma sociedade vislumbrada. Ficamos apáticos vendo a Petrobras quebrar”.