Yuan digital já é usado por 140 milhões de usuários, diz banco central da China

Projeto está em testes desde o ano passado e acumula US$ 9,7 bilhões em transações realizadas

Paulo Barros

Getty Images
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SÃO PAULO – O yuan digital, versão da moeda chinesa que roda em blockchain, atingiu a marca de 140 milhões de contas ativas, revelou um alto executivo do Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês). Esses usuários já movimentaram o equivalente a cerca de US$ 9,7 bilhões.

Os números expressivos de adesão são provenientes de testes realizados pelo governo em várias regiões do país desde o ano passado. Em novembro de 2020, a moeda digital registrava US$ 300 milhões movimentados.

Os experimentos se intensificaram em 2021. Em junho, por exemplo, residentes da província de Shanghai receberam US$ 3 milhões em yuan digital em uma carteira oficial.

A autoridade monetária vem distribuindo o recurso para cidadãos para que gastem em alimentação, transporte, varejo e serviços governamentais, entre outros. Até agora, 1,55 milhão de estabelecimentos já podem aceitar pagamentos em yuan digital.

Mu Changchun, diretor-geral do instituto de moeda digital do banco central chinês, disse no evento “Fintech Week”, realizado em Hong Kong, que, apesar do avanço, o yuan digital ainda não tem data de lançamento.

A moeda digital chinesa é o projeto de moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) mais avançado no mundo. O ativo, também conhecido como e-CNY, digitaliza a moeda fiduciária do país, que é emitida diretamente pelo banco central para o cidadão na ponta.

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Em relatório divulgado em agosto, a agência de risco Moody’s afirmou que a tecnologia deverá ajudar bancos a recuperarem terreno perdido para fintechs.

“Esperamos a adoção do e-CNY para ajudar a reforçar a posição dos bancos no sistema de pagamentos, pois aumentará sua capacidade de coleta de dados e ampliará suas bases de usuários”, disse o documento.

No Brasil, o Banco Central dá seguimento nas discussões sobre o real digital como uma nova fase de uma era de pagamentos digitais inaugurada pelo Pix. O Bacen, no entanto, já revelou que quer ir além e estuda integrar ao projeto soluções do setor de finanças descentralizadas (DeFi).

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A expectativa é que a primeira prova de conceito do real digital seja apresentada em 2022.

(Com Reuters)

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Paulo Barros

Editor de Investimentos