York e fundos Ashmore se opõem a empréstimo da Vale e BHP para Samarco

Credores argumentaram que não está claro se empresa precisa do dinheiro agora, porque está gerando fluxo de caixa para financiar as operações

Bloomberg

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(Bloomberg) — A York Global Finance e fundos do Ashmore Group Plc estão entre os credores que se opõem a um empréstimo de R$ 1,18 bilhão à Samarco Mineração SA que está sendo proposto pelos dois acionistas da empresa, a Vale SA (VALE3) e BHP Group.

Em uma petição esta semana enviada a um tribunal de Minas Gerais, onde corre a recuperação judicial da Samarco, os credores argumentaram que não está claro se a empresa precisa do dinheiro agora, porque está gerando fluxo de caixa suficiente para financiar as operações. Eles estão pedindo que a Justiça barre o empréstimo, exigindo mais informações e querem decidir o assunto em uma assembleia de credores.

A Vale e a BHP ofereceram o chamado DIP, do inglês debtor-in-possession financing, a uma taxa de juros de 9,5%, afirmando que ninguém mais ofereceu condições melhores, de acordo com a petição. Os credores, que estão pedindo para ver quaisquer propostas concorrentes e a lista dos participantes do mercado procurados para isso, argumentam que os acionistas da Samarco deveriam injetar mais dinheiro na unidade por meio de uma venda de ações em vez de por meio do DIP, que normalmente é o primeiro na fila de pagamentos em uma recuperação judicial.

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Os credores também argumentam que a Vale e a BHP deveriam ser responsáveis, cada uma, por um terço dos custos ambientais e sociais decorrentes do rompimento de uma barragem em uma mina da Samarco em 2015, que matou 19 pessoas e quase destruiu dois municípios em Mariana, Minas Gerais. A empresa retomou a produção em dezembro de 2020 pela primeira vez desde o desastre.

Em seu pedido de recuperação judicial em abril, a Samarco incluiu R$ 23 bilhões devidos à Vale e à BHP pelas linhas de crédito que as duas empresas concederam para arcar com os custos do desastre e financiar as operações. Isso representa quase metade dos R$ 50 bilhões de dívida em atraso da mineradora.

Os escritórios Padis Mattar Advogados, Resende Ribeiro & Reis Advogados e Ferro Castro Neves Daltro & Gomide Advogados representam os credores na petição.

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