Ações de educacionais sobem após governo lançar “Fies Social”; Ser destoa e cai 5,41%

O Fies Social poderá conceder 100% de financiamento dos encargos educacionais cobrados por instituições de ensino superior (IES), a partir do segundo semestre de 2024

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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As ações de empresas de educação registraram uma sessão de ganhos na Bolsa após o lançamento pelo governo federal nesta sexta-feira do “Fies Social”, programa que busca garantir condições especiais de acesso ao Fundo de Financiamento Estudantil por estudantes com renda familiar per capita de até 0,5 salário-mínimo e inscritos no Cadastro Único. Yduqs (YDUQ3) subiu 2,52% (R$ 19,10), e Cogna (COGN3) avançou 2,11% (R$ 2,42).

Fora do índice, Anima (ANIM3) teve alta de 5,19% (R$ 4,46), enquanto Cruzeiro do Sul Educacional (CSED3) saltou 5,60% (R$ 4,15). As ações das companhias chegaram a perder força no início do pregão, às 10h30, depois da divulgação de uma inflação ao produtor acima do esperado nos EUA, o que afeta as ações de setores cíclicos por aqui, mas logo retomaram os ganhos.

A Ser Educacional (SEER3), por sua vez, destoou do setor: após chegar a subir 2,87%, as ações viraram para queda e fecharam em baixa de 5,41% (R$ 5,60) sem motivo aparente, segundo analistas.

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Impacto do Fies Social no setor

O Fies Social poderá conceder 100% de financiamento dos encargos educacionais cobrados por instituições de ensino superior (IES), a partir do segundo semestre de 2024, segundo a resolução publicada no Diário Oficial da União, que condiciona os recursos à disponibilidade orçamentária.

O Citi vê que, embora a remoção potencial do copagamento dos estudantes deva ser positiva para impulsionar a ocupação atual do programa, detalhes limitados sobre o tamanho potencial e a contribuição para dívidas incobráveis das empresas dificultam a compreensão de seu impacto potencial neste momento.

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“Além disso, o financiamento estará sujeito a condições orçamentais, o que também pode sinalizar austeridade…para os próximos três anos – em linha com os anos recentes”, afirmaram Leandro Bastos e Renan Prata em relatório enviado a clientes do banco nesta sexta-feira.

Os analistas acrescentaram que o limite de renda mais baixo de 0,5 salário mínimo versus três para o Fies atualmente pode sugerir um maior foco na população carente, o que pode limitar seu alcance.

Alexandre Pletes, head de Renda Variável na Faz Capital, avalia que o programa social anunciado hoje não tem um grande impacto nas empresas, mas abre uma brecha importante para os próximos passos para o novo Fies.

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“O importante desse programa é justamente isso, é o governo se voltando para essa parte da assistência à educação e dando esse primeiro passo. Claro que vai depender de orçamento e de outras medidas que podem ser barradas na hora de passar no Congresso, levando em conta a questão orçamentária. O Brasil tem um problema fiscal a ser combatido, então é um ponto de atenção se será possível emplacar um programa para famílias com uma renda maior”, afirma o analista. Caso a medida passe, o analista vê o impacto como muito positivo para as empresas da Bolsa, como a Yduqs, que está presente em todos os municípios brasileiros com mais 50 mil habitantes, além da Cogna, também bastante presente na maioria dos grandes centros urbanos.

A equipe do Citi aponta que continua vendo um impulso mais ousado em direção a um “Novo Fies” como o principal risco de alta no curto prazo para as ações de ensino superior no Brasil, que nos últimos anos limitaram exposição ao programa e lançaram versões próprias de financiamento após problemas que incluíram inadimplência dos alunos e redução de recursos do governo. “Embora as recentes iniciativas governamentais tenham se centrado mais no ensino fundamental e médio, o decreto de hoje pode sugerir que novas mudanças podem estar nas cartas no curto prazo”, avaliaram, acrescentando que novos termos, condições e escala seguirão fundamentais para avaliarem possíveis implicações.

O Itaú BBA, embora incerto quanto à dimensão que o FIES social possa atingir, vê as recentes notícias como marginalmente positivas para o setor da educação, mantendo uma abordagem cautelosamente otimista em relação às empresas de educação brasileiras e aguardando uma melhor resolução quanto às alterações e restrições a serem impostas à modalidade de ensino a distância.

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(com Reuters)