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A “queridinha” dos investidores WEG (WEGE3), cuja ação acumula valorização de 57% neste ano, divulgou seus resultados do terceiro trimestre na manhã desta quarta-feira (30). Apesar de números praticamente em linha com as expectativas, os papéis registraram forte queda durante toda a sessão, fechando em baixa de 5,16%, a R$ 54,00, com o mercado “embolsando” os lucros recentes e alguns dados de despesa não sendo bem lidos pelo mercado.
Para o Itaú BBA, o crescimento foi bom no mercado exterior (estável no mercado doméstico). A margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita líquida) decepcionou um pouco – e poderia ter sido muito melhor -, pois a margem bruta expandiu para o nível mais alto de todos os tempos (+210 pontos-base, ou bps, na base anual, +80 bps na trimestral) impulsionada por segmentos de T&D (Transmissão e Distribuição) e um melhor mix. “No entanto, maiores despesas de SG&A [de vendas, gerais e administrativas] roubaram a cena, aumentando 130 bps frente o 3T23 como porcentagem das receitas.
“Acreditamos que isso se deveu principalmente à integração da Regal e é uma sinergia que esperamos que a WEG capture (portanto, a margem Ebitda deve continuar tendendo para cima)”, avalia o BBA.
Os analistas do banco avaliam que as expectativas para o 3T24 aumentaram nos últimos dias (a ação subiu 4,7% no mês versus queda de 1% do Ibovespa), indicando de que poderia haver mesmo alguma reação negativa na sessão, o que foi confirmado. “No entanto, veríamos qualquer fraqueza da ação como uma oportunidade de compra”, avalia o BBA. A equipe tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 57.
Voltando aos números do 3T24, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 2,2 bilhões, alta anual de 28% e em linha com as previsões do JPMorgan e do consenso de mercado.
A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 9,86 bilhões, ficando abaixo do consenso de R$ 9,99 bilhões.
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Os principais pontos positivos, segundo o JPMorgan, foram: i) crescimento da receita de 22% na base anual, impulsionado pela consolidação da Regal, com receitas internacionais subindo 41% na base anual; ii) margens fortes, com margem bruta em 34,5% (+2,1 pp na base anual) e margem Ebitda em 22,6% (+1,0pp na comparação anual); e iii) o GTD (Geração, Transmissão e Distribuição) no exterior cresceu 55% ano a ano.
Do lado negativo, o JPMorgan aponta que o GTD no Brasil caiu 6% na comparação anual, abaixo de R$ 2,0 bilhões pela primeira vez desde o 3T23, enquanto despesas gerais e administrativas e outras despesas operacionais cresceram acima da linha de receita, em 32% e 26% na base anual, respectivamente.
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Analistas do JPMorgan apontaram que os resultados foram fortes, embora em linha com o consenso. Com isso, manteve recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 64.
Por outro lado, o Goldman Sachs reiterou recomendação de venda para a WEG e preço-alvo de R$ 45, pois enxerga uma combinação de crescimento do lucro líquido abaixo da média histórica para os próximos anos com um múltiplo Preço/Lucro acima da média histórica para 2025, a 36 vezes.
Com base em suas interações recentes com clientes, o Goldman acredita que o mercado estava precificando uma melhora das margens em relação ao trimestre anterior e, portanto, o resultado de hoje pode ser recebido negativamente pelo mercado.
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Já a Ativa Investimentos classificou os resultados da WEG como sólidos de forma geral e ressaltou que a demanda por T&D segue forte nos EUA, impulsionando o segmento, enquanto EEI segue com uma carteira saudável de produtos de automação.
O time de análise da Ativa comenta que a margem ebitda foi impactada positivamente pelos avanços no Ebitda, porém, negativamente pelos custos de integração da Marathon e custos de frete, que elevaram as despesas em 0,8 p.p. na base anual em relação a receita líquida.
A Ativa Investimentos enxerga um bom cenário para a WEG, principalmente com a consolidação da Marathon, porém, manteve classificação Neutra para suas ações devido aos níveis de valuation elevados.
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A Genial Investimentos, por sua vez, avalia que a desaceleração no mercado interno, marcada por uma queda de 6% na base trimestral na receita do 3T24, impactou o resultado consolidado da WEG, refletindo a redução nas entregas de projetos de ciclo longo e uma demanda mais fraca em geração solar distribuída.
No entanto, segundo a Genial, a expansão sequencial da margem bruta sugere que a queda da margem Ebitda pode ter sido um efeito pontual, relacionado principalmente ao aumento das despesas com a integração de novas aquisições. Diante disso, a Genial manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 58 para o papel da WEG.