Via Varejo conclui investigação de fraude contábil; prejuízo de R$ 9 bi da Oi em 2019 e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quinta-feira (26)

Equipe InfoMoney

Loja da Casas Bahia em shopping (Shutterstock)

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A Via Varejo informou na noite de ontem que a sua investigação sobre fraudes contábeis, erros e mudanças de estimativas nos balanços de exercícios anteriores, cujas denúncias foram recebidas pela empresa em outubro do ano passado, encontrou a cifra de R$ 1,19 bilhão de impacto no balanço.

A empresa afirmou que não será necessária “a abertura de exercícios anteriores a 2019 para fazer os ajustes, uma vez que a companhia avaliou bem o assunto e não são necessários ajustes retrospectivos, sendo ajustados no próprio exercício de 2019”.

Já a JBS (JBSS3), gigante frigorífica, divulgou balanço na noite de ontem e reportou um lucro líquido de R$ 6,1 bilhões no ano passado, “o maior da história da empresa”. Houve crescimento de 241% sobre 2018. Outros resultados do grupo, como Ebitda e receita líquida, também mostraram crescimento de pelo menos dois dígitos.

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 Via Varejo (VVAR3

A Via Varejo informou na noite de ontem que a sua investigação sobre fraudes contábeis, erros e mudanças de estimativas nos balanços de exercícios anteriores, cujas denúncias foram recebidas pela empresa em outubro do ano passado, encontrou a cifra de R$ 1,19 bilhão de impacto no balanço. A empresa, controladora da Casas Bahia e do Ponto Frio, afirmou que não será necessária “a abertura de exercícios anteriores a 2019 para fazer os ajustes, uma vez que a companhia avaliou bem o assunto e não são necessários ajustes retrospectivos, sendo ajustados no próprio exercício de 2019”. A Via Varejo afirma que a “conclusão da investigação demonstra que os ajustes contábeis não impactarão de forma adversa o seu fluxo de caixa, condição financeira ou sua capacidade de honras compromissos”.

Sobre o resultado, a Via Varejo apurou lucro líquido de R$ 78 milhões no quarto trimestre de 2019, revertendo um prejuízo de R$ 282 milhões no mesmo período de 2018. No ano de 2019, a varejista acumula perdas de R$ 479 milhões, ante perdas de R$ 291 milhões no ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado registrou forte expansão de 91,4% no quarto trimestre, na comparação anual, para R$ 605 milhões. No ano, o indicador recuou 15,2%, a R$ 1,736 bilhão.

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A margem Ebitda ajustada passou de 4,2% para 8% no comparativo entre mesmos trimestres. Em 2019, essa margem recuou de 7,6% para 6,8%.

A receita líquida da Via Varejo cresceu 1,1% entre outubro e dezembro, para R$ 7,6 bilhões. No ano, a empresa registrou recuo de 4,8% na receita, para R$ 29,848 bilhões. O volume bruto de vendas (GMV, na sigla em inglês) faturado somou R$ 9,3 bilhões no trimestre, alta de 7,3%.

A companhia encerrou o trimestre com uma posição de caixa total de R$ 4,4 bilhões e caixa líquido ajustado de R$ 2,2 bilhões, incluindo a carteira de recebíveis não descontados no valor de R$ 3 bilhões. A redução de 2,2 bilhões frente ao mesmo período do ano anterior, apesar da redução de estoques, está relacionada com a menor geração de caixa operacional nos primeiros nove meses do ano passado e redução do prazo médio de pagamentos.

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O Banco Bradesco BBI considerou positivos os resultados do quarto trimestre de 2019 publicados pela Via Varejo, controladora da Casas Bahia e do Ponto Frio. Segundo o BBI, a Via Varejo teve um “forte desempenho” de vendas no quarto trimestre do ano passado. Embora as vendas mesmas lojas tenham recuado -0,6% no período, o comércio eletrônico cresceu 35%. O Ebitda avançou para R$ 445 milhões no último trimestre de 2019, “com uma margem de 5,9% que mostra um aumento na lucratividade”. “Nós acreditamos que os resultados darão aos investidores a confiança de que a Via Varejo está de volta ao caminho da lucratividade”, avalia o BBI.

O banco observa que a empresa, como todo o varejo, também foi atingida pela quarentena obrigatória provocada pela epidemia do coronavírus, porém está em melhor forma financeira para atravessar o período – com um caixa de R$ 1,4 bilhão e a possibilidade de descontar R$ 5 bilhões em recebíveis. “A Via Varejo está em uma situação mais forte do que estava em igual período do ano passado”, conclui o BBI.

JBS (JBSS3)

A JBS divulgou balanço na noite de ontem e reportou um lucro líquido de R$ 2,4 bilhões no quarto trimestre de 2019, uma expansão de 332,4% sobre igual trimestre de 2018. No ano passado consolidado, o lucro líquido da empresa avançou 241% sobre 2018, atingindo R$ 6,1 bilhões. Segundo a JBS, “foi o maior lucro líquido da história da empresa”. ]

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O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$ 5,6 bilhões no quarto trimestre do ano passado, uma expansão de 67,2% sobre igual período de 2018. O Ebitda do ano fechado de 2019 foi de R$ 19,8 bilhões, um crescimento de 33,9% sobre 2018. A receita líquida da empresa avançou 20,7% no quarto trimestre de 2019, sobre igual período de 2018, para R$ 57,1 bilhões. Em 2019 fechado, a receita líquida foi de 204,5 bilhões, um crescimento de 12,6% sobre 2018.

A JBS afirma que, mesmo com as aquisições feitas no ano passado conseguiu reduzir a dívida líquida em 8,9% para R$ 42,9 bilhões no final de 2019. Segundo a empresa, a relação dívida líquida sobre o Ebitda, que no final de 2018 era de 3,18 vezes (3,1x), caiu para 2,16 vezes (2,16x) no fim de 2019. A empresa encerrou 2019 com R$ 9,8 bilhões no caixa. Os números da JBS incluem as variações cambiais, principalmente a desvalorização do real frente ao dólar no ano passado.

Os bancos e analistas de mercado avaliaram como positivos os resultados da JBS, maior produtora de proteína animal do mundo. Segundo o Bradesco BBI, embora os resultados do quarto trimestre de 2019 agora pareçam distantes, com a pandemia do Covid-19, eles mostram que a JBS construiu uma posição de caixa robusta para enfrentar os desafios que virão. Outro ponto positivo, avalia o BBI, é que a empresa tem exposição doméstica relativamente elevada, o que a protege de possíveis gargalos nas exportações por causa da pandemia. O BBI destacou que o lucro líquido do quarto trimestre chegou acima das expectativas, bem como o Ebitda e as vendas nos Estados Unidos e, no Brasil, da marca Seara. O BBI mantém a nota outperform (acima da média) com preço-alvo de R$ 37,00 para o papel, uma alta de 68% sobre o fechamento de ontem a R$ 22,05 na B3.

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Para o Credit Suisse, a JBS “entregou um bom quarto trimestre, com destaque para o Ebitda 67% maior no Brasil, em R$ 5,7 bilhões. Os destaques foram as divisões de carnes bovina e suína nos Estados Unidos (US beef e US pork) e Seara e JBS Brasil, embora essas duas tenham entregado um resultado decente mas ainda abaixo do esperado”, comentou o banco suíço. “A forte demanda nos supermercados deve beneficiar a JBS” avalia o CS, face à epidemia do coronavírus.

Para a Bloomberg, a receita líquida da JBS no quarto trimestre, de R$ 57,1 bilhões, chegou acima até das maiores estimativas, que eram de R$ 55,4 bilhões. “O frigorífico ainda aprovou a recompra de 10% das ações em 18 meses e, segundo o executivo-chefe, Gilberto Tomazoni, a companhia está operando em volume acima do normal para satisfazer a demanda global por proteína”.

Oi (OIBR3;OIBR4)

O Oi teve teve prejuízo líquido de R$ 9 bilhões em 2019, revertendo o lucro líquido de R$ 24,591 bilhões de 2018 – quando se beneficiou do corte da dívida em seu processo de recuperação judicial.

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O Ebitda de rotina, ajustado pela norma contábil IFRS 16, totalizou R$ 6,015 bilhões no ano. Já a receita líquida foi de R$ 20,136 bilhões, queda de 8,7%.

A dívida bruta somou R$ 18,227 bilhões, alta de 1,8%.

A Oi informou, também, que não está fazendo projeções para 2020, devido à incerteza econômica causada pela pandemia da covid-19, mas “principalmente” pela iminente assembleia-geral de credores da Oi prevista para este ano, “a qual poderá deliberar sobre temas estratégicos para a companhia com potencial impacto relevante em seus negócios futuros”.Paranapanema (PMAM3)

A Paranapanema informou na noite de ontem que suspenderá as atividades nas suas fábricas de Utinga (SP) e Serra (ES), a partir de 30 de março. Segundo a fabricante de tubos, conexões, vergalhões e cobre refinado, a suspensão ocorrerá temporariamente por causa da queda da atividade econômica que a epidemia do coronavírus provocou no Brasil. A Paranapanema manterá em operação apenas na sua fábrica em Dias D’Ávila (BA).

Embraer (EMBR3)

A Embraer, maior fabricante brasileira de aeronaves, divulgou balanço na manhã de hoje do quarto trimestre de 2019 e do ano passado inteiro. A empresa informou que teve um prejuízo de R$ 383,6 milhões no quarto trimestre de 2019, revertendo lucro líquido de R$ 78,9 milhões de igual trimestre de 2018. No ano fechado de 2019, a Embraer obteve prejuízo de R$ 862,7 milhões, resultado bem mais negativo que em 2018, quando o prejuízo foi de R$ 224,3 milhões.

Houve queda nas vendas do setor da aviação comercial, mas o maior impacto nos resultados da Embraer foi o reconhecimento de um impairment de R$ 294,2 milhões na aviação executiva. A receita líquida da empresa cresceu 33% no quarto trimestre do ano passado, avançando para R$ 8,58 bilhões.

A receita líquida do ano consolidado de 2019 foi de R$ 21,8 bilhões, resultado 16% superior ao faturamento líquido de R$ 18,7 bilhões de 2018. A receita líquida cresceu porque as encomendas no setor de defesa tiveram aumento de 39%, enquanto as de aviação executiva cresceram 35%. Já o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 270,7 milhões no quarto trimestre de 2019, queda sobre o Ebitda de R$ 502,8 milhões de igual período do ano anterior. O Ebtida ajustado de 2019 consolidado atingiu R$ 431,4 milhões, queda de mais de 50% sobre 2018.

O Ebit (que exclui amortização) ajustado da Embraer no quarto trimestre de 2019 foi de R$ 17,4 milhões e sofreu um forte impacto, de R$ 222,9 milhões, dos custos da separação da aviação comercial da Embraer – a divisão está sendo comprada pela norte-americana Boeing. As entregas de aeronaves da Embraer em 2019 somaram 89 comerciais e 109 executivas, praticamente a mesma quantidade de 2018, quando foram entregues 90 aeronaves comerciais e 91 executivas.

A empresa atribuiu o resultado mais negativo de 2019 a impostos mais altos e um resultado operacional menor. A dívida líquida da empresa caiu em R$ 996,4 milhões em 2019, para R$ 13,6 bilhões no final de 2019. Segundo a fabricante, R$ 12,8 bilhões da dívida eram de longo prazo no final de 2019. A Embraer fechou 2019 com US$ 16,8 bilhões (R$ 84,3 bilhões) em encomendas na carteira, US$ 500 milhões a mais que no final de 2018.

Bradespar (BRAP4)

A Bradespar teve prejuízo líquido de R$ 388 milhões no quarto trimestre, impactada pelo resultado da Vale, que teve prejuízo de R$ 6,04 bilhões. A receita operacional foi negativa no trimestre em R$ 344,1 milhões. Os ativos totais somaram R$ 15,67 bilhões. No ano, o prejuízo líquido foi de R$ 403,2 milhões.

Locaweb(LWSA3

A Locaweb, maior empresa de hospedagem de sites do país, divulgou balanço na noite de ontem e informou um lucro líquido de R$ 6,9 milhões no quarto trimestre de 2019. Segundo a empresa, o resultado representou expansão de 29,8% sobre igual período de 2018. No ano consolidado de 2019, a Locaweb teve lucro líquido de R$ 18,1 milhões, um crescimento de 66% sobre 2018.

A empresa, que fez no início de 2020 sua oferta primária de ações na B3, reportou um lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 29,5 milhões, uma alta de 37% sobre igual trimestre de 2018. No ano consolidado de 2019, o Ebitda avançou 46,1% sobre 2018 para R$ 106,9 milhões. A Locaweb informou que a expansão ocorreu pelo aumento da base de clientes. A dívida líquida da empresa também teve uma forte expansão, de 184,5% em 2019, para R$ 146,5 milhões.

BB Seguridade (BBSE3)

Erik da Costa Breyer exercerá o cargo de diretor de finanças, relações com investidores e gestão das
participações da BB Seguridade, completando o mandato 2019/2021, segundo comunicado. Erik Breyer atualmente exerce o cargo de diretor de mercado de capitais e infraestrutura do BB. A conclusão do processo de indicação ainda dependerá de trâmites internos antes de ser submetida ao conselho da companhia.

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(Com Agência Estado)