Vale salta 5% e ação da “Black Friday” dispara 10%; 7 ações do Ibovespa sobem entre 10% e 20% na semana

Confira os principais destaques da Bolsa nesta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa até ameaçou uma queda mais acentuada nesta sexta-feira (25), em meio à turbulência política após revelação de um depoimento ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Política Federal que envolvia o presidente da República Michel Temer. No entanto, a saída do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira de Lima, acalmou o mercado e o índice encerrou próximo ao zero a zero, a 61.322 pontos, encerrando a semana em alta de 2,3%, a segunda seguida em valorização. Na mínima do dia, o benchmark da bolsa brasileira atingiu queda de 1,34%, a 60.572 pontos.

Contribuiu para o movimento mais ameno do mercado as ações da Vale, que subiram 4%, figurando como a maior alta diária do Ibovespa, puxadas pelo rali do minério de ferro, que encerrou a semana com ganhos de 9%. Na sequência, apareceram as ações das siderúrgicas, Fibria e Embraer, beneficiadas pela alta do dólar frente ao real. O dólar comercial encerrou em alta de 0,58%, a R$ 3,4135 na venda. Do outro lado, os bancos e Petrobras fizeram a força para baixo, com esses papéis encerrando o dia no negativo. 

Na semana, as maiores altas seguiram com as ações de commodities: Metalúrgica Gerdau, CSN e Vale dispararam mais de 17%; enquanto, do lado negativo, os papéis da WEG, Qualicorp e BB Seguridade lideraram as perdas, com desvalorização de mais de 3%. 

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Confira os principais destaques de ações da Bovespa desta sexta-feira (25):

Petrobras (PETR3, R$ 17,34, -1,25%; PETR4, R$ 15,10, -3,08%)
As ações da Petrobras fecharam entre altas e perdas, descoladas da derrocada de 4% dos preços do petróleo no mercado internacional. O contrato do petróleo WTI fechou em queda de 4%, US$ 47,02 o barril, em meio às incertezas sobre acordo para corte de produção da commodity na reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) no final de novembro. 

No radar, as indenizações já pagas pela Petrobras nos acordos fechados com investidores que processaram a empresa nos Estados Unidos ficaram abaixo dos valores estimados inicialmente. Segundo o jornal Valor Econômico, a quantia a ser paga em 11 novos acordos ficará dentro dos US$ 364 milhões provisionados pela estatal no balanço do 3º trimestre. Analistas avaliam as negociações como positivas.

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Vale (VALE3, R$ 28,90, +4,53%; VALE5, R$ 25,86, +4,75%)
As ações da Vale lideraram os ganhos do Ibovespa e se descolam da turbulência política no Brasil, que trouxe instabilidade para o Ibovespa nesta sessão. Os papéis seguiram o movimento do minério de ferro, que deu continuidade ao rali e subiu 3,48% nesta sessão, a US$ 79,61 a tonelada. Na semana, a commodity subiu 9,3%. 

Acompanharam o desempenho da Vale as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 15,70, +3,70%) – holding que detém participação na mineradora -, assim como as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 14,20, +1,43%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,99, +2,39%), CSN (CSNA3, R$ 12,89, +2,55%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,44, +0,68%). 

No radar da Vale, a mineradora informou ontem que pretende disponibilizar em uma linha de crédito de curto prazo à Samarco no valor de até US$ 115 milhões para apoiar as operações de sua controlada no primeiro semestre do ano que vem. “Os fundos serão liberados à medida que forem necessários, sujeitos ao cumprimento de determinadas condições pela Samarco”, disse a mineradora em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta noite. 

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A BHP Billiton também pretende tornar disponível para Samarco linhas de crédito de curto prazo em termos e condições similares. A Vale estima contribuir em torno de US$ 181 milhões no primeiro semestre do ano que vem para cumprir obrigações de acordo para restauração do meio ambiente e das comunidades afetadas pela ruptura da barragem da Samarco. A quantia será descontada da provisão de R$ 3,7 bilhões registrada no 2° trimestre deste ano. 

Exportadoras 
As ações das exportadoras subiram hoje, com a força do dólar, com jornais relatando a crise política no Planalto. No Ibovespa, destaque para as ações da Fibria (FIBR3, R$ 31,44, +2,38%), Suzano (SUZB5, R$ 12,80, +0,95%) – ambas do setor de papel e celulose – e a fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 16,90, +1,68%). 

Sanepar (SAPR4, R$ 10,60, +9,28%)
As ações da Sanepar dispararam 9% nesta sessão, após a empresa ter aceitado os pedidos de conversão de ações ordinárias em preferenciais feitos pela Dominó Holding e o Governo do Estado do Paraná. As solicitações foram realizadas em 14 e 24 de outubro, mas a companhia informou no dia 26 que o número de ações disponíveis para a conversão eram insuficientes. Assim, ambas fizeram nova solicitação ontem.

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Agora, a Dominó pediu a substituição de 41 milhões de ações ON por PN e Governo do Estado do Paraná solicitou a conversão de 23.056.232 ONs. Com as mudanças, o capital social da Sanepar passou a ser de 308.708.482 ações preferenciais e 167.911.724 ordinárias, ante uma proporção anterior de 244.652.250 e 231.967.956, respectivamente.

Segundo Adeodato Volpi Netto, head de mercado de capitais da Eleven Financial, a notícia é uma demonstração efetiva que os obstáculos para formalização do follow-on estão ficando para trás. Com isso, haverá ainda mais liquidez e atratividade pelo papel, disse. “O potencial de alta da ação ainda é muito relevante. Tem os melhores indicadores do setor e passa a receber maior visibilidade, liquidez e por consequência, resiliência”, complementou.

BRF (BRFS3, R$ 52,96, +0,68%)
A BRF deve abrir sua primeira fábrica na China no prazo de três a cinco anos, segundo o responsável pelas operações da companhia na Ásia, Simon Cheng, informa o Valor Econômico. A maior produtora global de carne suína não descarta ainda antecipar esta etapa do processo de internacionalização, caso surjam boas oportunidades de aquisição.

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Light (LIGT3, R$ 14,42, -2,50%)
Os acionistas minoritários da Light questionaram, junto à CVM, a realização de uma assembleia geral extraordinária (AGE) agendada para esta quinta-feira (24). Segundo o Valor Econômico, porém, a concessionária cancelou o evento antes mesmo que o caso fosse analisado. A contestação por parte dos minoritários é relacionada a mudanças no conselho de administração da companhia. 

Paranapanema (PMAM3, R$ 1,61, -2,42%)
O conselho de administração da Paranapanema informou a renúncia de seu diretor presidente, Christophe Malik Akli. Para seu lugar, o conselho anunciou Marcos Paletta Camara, atual diretor financeiro e de relações com investidores, que ocupará o cargo de diretor presidente interinamente. Em comunicado enviado ao mercado, o conselho da empresa agradeceu Akli pelo empenho, dedicação e significativa contribuição à companhia durante o período em que exerceu suas funções. 
Metisa (MTSA4, R$ 11,67, +9,98%
Uma das ações indicadas por Tiago Reis, fundador da Suno Research, na reportagem do InfoMoney sobre os papéis “Black Friday” na Bolsa brasileira subiu 10% neste pregão. O papel de baixa liquidez teve 39 negócios realizados nesta sessão, mais do que o triplo da sua média diária.