Vale, JBS, Itaú e mais 13 empresas agitaram o noticiário antes do Natal

Vendas de ativos, conclusões de negócios, acordos "melados", OPAs, dividendos e renúncias fizeram os investidores esquecer que esta segunda-feira seria tranquila no mercado

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Se você pensou que esta segunda-feira (23) que antecede dois dias sem negócios na Bovespa seria de fraca movimentação no noticiário corporativo, certamente foi surpreendido com a enxurrada de eventos que as empresas guardaram para hoje. Ao todo, 4 negócios com final feliz – e 1 com final triste -, 4 conclusões de vendas de ativos, 3 informações sobre dividendos, OPAs, dados operacionais, renúncias e decisões judiciárias agitaram este dia que prometia ser bastante tranquilo na Bovespa por conta do feriado de Natal.

Vale
A começar pela com uma das maiores participações na composição do Ibovespa, o principal índice de ações da Bovespa: a Vale (VALE3, VALE5). A mineradora protocolou no STJ (Superior Tribunal de Justiça) uma petição de desistência parcial do processo em que discute a legalidade da tributação dos lucros obtidos por suas subsidiárias fora do Brasil. A desistência envolve apenas os anos de 2003 a 2012, sendo mantido o questionamento da tributação sobre os períodos de 1996 a 2002 e 2013. Em comunicado, a empresa disse que caso obtenha vitória no julgamento, irá pleitear a imediata devolução dos valores já pagos relativamente aos anos de 2003 a 2012, além de cessar o pagamento das parcelas vincendas.

Negócio fechado 1: JBS
Outra gigante do mercado brasileiro que virou notícia foi a JBS (JBSS3). A maior produtora de carne do mundo celebrou contrato para aquisição da Massa Leve por R$ 260 milhões, sendo que R$ 200 milhões deverão ser pagos com ações da JBS.

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Negócio fechado 2: Dasa
Outro negócio fechado nesta segunda-feira foi com a Dasa (DASA3). Após rumores de especulação, foi noticiado ao mercado que a companhia deve deixar a Bovespa. A Cromossomo Participações pretende adquirir via leilão na Bovespa uma quantia entre 82.362.124 de papéis – correspondentes a 26,41% mais uma ação do capital social da Dasa – até a totalidade dos ativos, pretendendo pagar R$ 15,00 por cada DASA3 – valor 12,44% maior que o do fechamento de sexta-feira (20). O leilão será realizado no dia 22 de janeiro, às 16h.

Negócio fechado 3: BRF
Após rumores de mercado, a BRF (BRFS3) confirmou nesta segunda que fez um acordo não vinculante com a Americana, do Kuwait, para iniciar seus negócios na região do Oriente Médio. A companhia, entretanto, não informou os valores, mas, segundo reportagem do portal Exame na semana passada, o negócio pode chegar a US$ 1 bilhão. Caso a companhia venha a comprar uma participação da Americana, essa seria a primeira aquisição internacional da empresa desde a entrada de Abilio Diniz como presidente do conselho de administração. 

Negócio fechado 4: Ser Educacional
Já a Ser Educacional (SEER3) informou que fechou negócio para aquisição de totalidade do capital social da Unespa – União de Ensino Superior do Pará -, mantenedora da Unama (Universidade da Amazônia), com sede no Belém, e do ISES (Instituto Santareno de Ensino Superior), mantedor da FIT (Faculdades Integradas do Tapajós) com sede no Santarém (PA). O valor total da aquisição será de aproximadamente de R$ 152 milhões. 

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Negócio melado: Itaú Unibanco
Enquanto tantas empresas fecharam negócios com um final feliz, o maior banco privado do Brasil não conseguiu concluir a compra grupo varejista chileno Cencosud. O Itaú Unibanco (ITUB4) pretendia comprar 51% da sua operação de cartões de crédito na Argentina e no Chile. O fracasso da operação, depois de um período de seis meses de exclusividade nas negociações, ocorre em um momento em que o Itaú Unibanco tenta comprar participação no banco chileno Corpbanca.

Venda de Ativos 1: Oi
Já a Oi (OIBR3; OIBR4) segue firme e forte seu processo de venda de ativos “non core” e informou nesta manhã que concluiu, em conjunto com sua controlada BRT Serviços de Internet, a venda da Brasil Telecom Cabos Submarinos e suas subsidiárias localizadas nas Ilhas Bermudas, Estados Unidos e Colômbia (todas denominadas, em conjunto, GlobeNet) para o BTG Pactual YS Empreendimentos e Participações. A operação foi concluída agora, mas já havia sido informada ao mercado em julho. O valor do negócio é de R$ 1,745 bilhão, com impacto não recorrente em Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), após deduzidos o valor contábil do ativo e custo associados, de aproximadamente, R$ 1,5 bilhão, ambos ao câmbio do dia 19 de dezembro.

Venda de ativos 2: Usiminas
No setor siderúrgico também tivemos anúncio de vendas. A Usiminas (USIM3USIM5) anunciou na na noite da última sexta-feira a conclusão da venda de sua participação acionária na Automotiva Usiminas, passando o controle da empresa para a Aethra Sistemas Automotivos. O valor de venda, baseado no balanço de 31 de março deste ano, é de R$ 210 milhões, mas será ajustado com base na variação entre o balanço de março e o do fechamento de novembro de 2013.

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Venda de ativos 3: Banco do Brasil
No setor financeiro, mais vendas de ativos. O Banco do Brasil (BBAS3) informou que terá ganho bruto de R$ 188,2 milhões em dezembro de 2013 com a venda da participação do BB Investimentos na Itapebi Geração de Energia para o Grupo Neoenergia. Na semana passada, o banco disse que esperava se desfazer de parte de seu patrimônio em imóveis, negócio que pode render mais de R$ 1 bilhão à instituição até 2016.

Venda de ativos 4: melhor IPO de 2013
A Linx (LINX3) informou que o fundo GA Brasil II reduziu sua participação na companhia de 14,8% para 8,8%, vendendo 2.806.500 ações da empresa. Agora o fundo possui atualmente 4.093.457 papéis LINX3. Dentre as 10 ações que estrearam na Bovespa em 2013, a Linx é a que apresenta o maior retorno aos investidores, segundo levantamento feito pela consultoria Economatica. Desde quando começaram a ser negociados, em 7 de fevereiro, os papéis LINX3 já subiram 85,78% e atualmente são cotados a R$ 49,55, segundo cotação obtida por volta das 15h (horário de Brasília) desta segunda-feira.

Dividendos 1: CTEEP
Já a CTEEP (TRPL4), também conhecida como Transmissão Paulista, vê suas ações subirem 1,38% nesta sessão, a R$ 27,22, após atingirem valorização máxima de 2,58% no dia, a R$ 27,41. No fim da semana passada, a empresa aprovou o pagamento de R$ 200 milhões aos acionistas sob a forma de juros sobre o capital próprio, o equivalente a R$ 1,310088 por ação, até 30 de janeiro do ano que vem. 
Segundo o comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), as ações TRPL4 ficarão “ex-direito” a partir da próxima quinta-feira (26), o que indica que o acionista que tiver o papel até esta segunda-feira ainda terá direito ao provento.

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Dividendos 2: Embratel
A Embratel (EBTP3; EBTP4) antecipou em 3 dias o pagamento de dividendos bilionários anunciados na semana passada. Agora, a empresa distribuirá os proventos no dia 27 de dezembro. Conforme já informado, a empresa pagará R$ 1,459 bilhão em dividendos intermediários, sem retenção de imposto de renda na fonte, sendo que desse montante: R$ 737,542 milhões serão atribuídos aos detentores das ações preferenciais, na razão de R$ 1,3833649663 por lote de mil ações, enquanto R$ 721,457 milhões serão pagos aos detentores de ações ordinárias, na razão de R$ 1,2576045148 por lote de mil ações ordinárias. Terão direito à remuneração os acionistas que possuíam a ação até 13 de dezembro.

Dividendos 3: Gafisa
A Gafisa (GFSA3) vai pagar R$ 130,192 milhões em juros sobre capital próprio aos seus acionistas. O valor corresponde a R$ 0,309274477 por ação, cerca de 8% do valor de fechamento do papel da última sexta-feira (20). O pagamento será feito até 18 de fevereiro de 2014, com base na posição acionária de 27 de dezembro. As ações passarão a ser negociadas “ex-juros sobre capital próprio” a partir de 30 de dezembro.

Dados operacionais da Gol
Além disso, chama atenção as ações da Gol (GOLL4), que sobem 2,88%, sendo cotadas a R$ 10,36, após atingir valorização de 4,97%, a R$ 10,57. A empresa informou que registrou em novembro uma receita por quilômetro, medida pelo Prask líquido, 22% maior em novembro do que no mesmo mês de 2012. A variação foi influenciada pela redução em 1,6% na oferta doméstica, na medição em assentos-quilômetros transportados (ASK). A companhia ressaltou, em comunicado, que esse foi o 12° mês seguido de Prask em dois dígitos. A receita média em yield líquido apresentou alta de 12% em novembro na comparação anual, ficando entre R$ 0,26 e R$ 0,265.

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HRT não tem mais conselheiros independentes
A HRT Participações (HRTP3) comunicou nesta segunda-feira (23) que recebeu na véspera seis cartas de renúncia de membros independentes de seu conselho de administração: Thomas W. Ebbern, Peter L. O’Brien, Joseph P. Ash, François Moreau, Charles Laganá Putz e Oscar Prieto deixaram seus cargos na companhia. Com a saída deles, o conselho de administração da empresa deixa de ter membros independentes, sendo composto por apenas 4 membros – John Anderson Willott (presidente do conselho), Oscar Alfredo Prieto (vice-presidente do conselho), Marcio Rocha Mello (ex-CEO da empresa) e Wagner Elias Peres. Entretanto, no mesmo encontro, a companhia também aprovou que François Moreau e Oscar Prieto devem ser suspensos até a próxima assembleia e devem abster-se de exercer as prerrogativas as quais teriam direito, se tivessem sido corretamente eleitos como membros do Conselho de Administração.

Grupamento de micro cap
A Cristal Pigmentos do Brasil (TIBR5; TIBR6), antiga Millenium, informou na última semana que irá deliberar, em assembleia geral extraordinária a ser realizada no dia 15 de janeiro de 2014, a realização de um grupamento de suas ações na proporção de 100 para 1. A companhia informou que, caso a proposta seja aceita, sendo que os acionistas terão o prazo de 30 dias contados da respectiva publicação da aprovação, para que possam ajustar suas posições de ações em lotes múltiplos de 100, por meio de negociações privadas ou através corretoras. Atualmente, os papéis da companhia operam cotados na faixa de R$ 0,20.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers