Vale e Pão de Açúcar são as ações mais recomendadas para novembro

Papéis das duas empresas foram citadas em 11 dos 31 carteiras recomendadas compiladas pela InfoMoney, deixando para trás a então líder Petrobras

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O mês de outubro não foi muito bom para a bolsa brasileira: após três altas mensais consecutivas, o Ibovespa, principal índice de ações da BM&FBovespa, fechou o mês com queda de 3,56%. A bolsa brasileira seguiu a pressão vendedora vista nos mercados internacionais, o que colaborou para a saída de capital estrangeiro na Bovespa.

Em outubro, o que se viu foi um fraco movimento dos ativos financeiros, estimulados pela ausência de novos estímulos por parte das principais economias do mundo. Além disso, a temporada temporada de resultados corporativos brasileiros referentes ao 3º trimestre teve início no mês passado, com os números iniciais não trazendo muitos motivos para empolgação. Diante disso, os analistas de bancos e corretoras optaram por rever parte das estratégias adotadas em suas carteiras recomendadas para novembro, dando mais espaço para a Vale (VALE5) e também para companhias voltadas ao mercado interno.

Dessa forma, a ação preferencial da Petrobras (PETR4) deixou o posto de empresa mais citada nas carteiras recomendadas mensalmente pelas corretoras, após dois meses seguidos na liderança. O primeiro lugar passou a ser ocupado pelos papéis da Vale (VALE5) e do Pão de Açúcar (PCAR4), com ambas sendo citadas em 11 dos 31 portfólios compilados pelo Portal InfoMoney.

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Completando a lista das ações mais sugeridas pelas corretoras no mês de novembro estão a CCR (CCRO3) e o Itaú Unibanco (ITUB4) com 10 recomendações cada. Já  Ambev (AMBV4) e o Bradesco (BBDC4) aparecem logo atrás com 9 recomendações, mesmo número de votos dados para Petrobras PN.

Pão de Açúcar: bons resultados à vista
No último dia 31, o grupo Pão de Açúcar divulgou seu balanço do terceiro trimestre e reportou um lucro líquido de R$ 210 milhões, ficando 64,6% acima do resultado do mesmo período de 2011. A companhia começou a reverter o cenário visto no primeiro semestre e superou as projeções dos analistas, refletindo as medidas de incentivo do governo.

De acordo com o HSBC, a transição do controle da empresa para a Casino foi realizada sem grande crise e entende que as preocupações a respeito da transferência foram exageradas. Mesmo uma possível saída do GPA do ex-acionista controlador, Abílio Diniz, deve ter uma reação neutra.

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O grupo vem mantendo uma sequência de bons resultados, melhorando a cada trimestre, afirma a SLW Corretora. Além disso, vem ocorrendo uma melhora nas margens de lucro operacionais e crescimento positivo da receita. Os analistas ainda destacam a boa estratégia de reforma nas lojas, que foi executada ao longo do ano e agora começa a mostrar bons resultados para a empresa.

Ação Recomendações
Novembro/2012 
Recomendações
Outubro/2012 
Pão de Açúcar PN 11 9
Vale PNA 11 9
CCR ON 10 7
Itaú Unibanco PN 10 9
Ambev PN 9 9
Bradesco PN 9 8
Petrobras PN 9 12
Cosan ON 8 5
Gerdau PN 8 10
Cielo ON 6 3
Telefônica Brasil PN 6 5
BR Malls ON 5 7
BR Properties ON 5 4
Hering ON 5 4
Klabin 5 3
Kroton 5 4
Suzano PNA 5 5

Vale: recuperação no lastro do preço do minério de ferro
Em linha com as estimativas compiladas pelo Portal InfoMoney, a Vale divulgou seu resultado para o terceiro trimestre de 2012 apresentando um forte recuo nos ganhos em relação aos trimestres anteriores. O lucro líquido da empresa chegou a R$ 3,328 bilhões, uma queda de 57,8% na comparação com o mesmo período de 2011 e de 37,4% em relação ao trimestre anterior.

Para a WinTrade, a companhia teve um ótimo desempenho em outubro, quando suas ações PNA subiram 5,93%. Como justifica para tal cenário, a corretora aponta a recuperação dos preços do minério de ferro, que apresentaram um forte aumento, fechando o mês próximo dos US$ 120 por tonelada. Além disso, o foco da companhia em minimizar o crescimento e priorizar os investimentos com maior retorno agradou aos investidores.

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A Vale também possui balanços robustos e um sólido fluxo de caixa. Para o HSBC, as ações da companhhia ficaram muito defasadas e estão baratas em relação a seus níveis históricos. Além disso, existem expectativas de que a empresa retorne o “excesso de caixa” aos acionistas, com um dividend yield (dividendo pago por ação/cotação da ação) estimado de 6% este ano.

CCR: grandes aquisições e forte candidata em licitações
Depois de cair para o nono lugar entre as ações mais recomendadas em outubro, a CCR volta a figurar entre as primeiras. A corretora Souza Barros destaca que a companhia se posiciona como forte candidata nas licitações de rodovias e aeroportos, que devem ocorrer entre o fim de 2012 e 2013.

Além disso, as novas aquisições da empresa foram bem vistas pelo mercado. Em outubro, a CCR fechou negócio para adiquirir 40,8% da concessionária do aeroporto de Curaçao, no Caribe. A empresa ainda comprou 80% da A-Port S.A, que estava em controle da Camargo Corrêa Investimentos em Infraestrutura.

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Itaú Unibanco: Bom posicionamento e novas estratégias
O banco apresentou no dia 23 de outubro seus resultados para o terceiro trimestre, registrando lucro recorrente de R$ 3,412 bilhões, ficando abaixo das estimativas dos analistas. O valor significa uma queda de 13,4% contra igual período de 2011 e de quase 5% quando comparado ao segundo trimestre deste ano.

Para a XP Investimentos, o banco está entre os melhores posicionados no setor, já que seu foco está na pessoa física. Além disso, as novas estratégias do Itaú convergem para que ocorra uma diversificação dentro do próprio setor de pessoa física. A corretora ainda destaca que após o fechamento do capital da Redecard o banco pode ter incrementos em seus resultados já no próximo trimestre.

Metodologia InfoMoney
Ao todo, 31 carteiras de bancos e corretoras foram utilizadas para este levantamento. Os portfólios selecionados foram: Ativa, BB Investimentos, BI&P, Bradesco (2 carteiras), BTG Pactual, Citi Corretora, Geração Futuro, Geral, Gradual, HSBC, Inva Capital, Itaú (2 carteiras), Omar Camargo (2 carteiras), PAX, Planner, Rico, Safra, SLW (3 carteiras), Socopa, Souza Barros, TOV, Um, Votorantim, XP (2 carteiras) e WinTrade.

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Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em novembro, nesta compilação apenas não foram considerados os portfólios com sugestões de ações que tenham perspectiva de pagamento de proventos.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.