Vale e Gerdau caem mais de 2%; bancos disparam até 5%, Cemig sobe 6% e Oi salta 18%

Confira os destaques da Bovespa nesta quinta-feira (14)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa seguiu para seu sétimo pregão seguido de ganhos, superando já a marca de 55 mil pontos com o mercado otimista após a eleição de Rodrigo Maia para presidente da Câmara dos Deputados e acompanhando o cenário internacional. Apesar dos fortes ganhos da sessão, no Ibovespa, 12 ações recuaram mais de 1%, com destaque para a Vale, que caiu 2,47%. 

Na ponta positiva, a Cemig volta a disparar após cair forte na véspera em um cenário de possíveis vendas de ativos para estrangeiros. Entre as maiores altas ainda aparecem o Pão de Açúcar e o setor de bancos.

Confira os destaques da sessão desta quinta-feira (14), segundo cotação das 13h31 (horário de Brasília):

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Bancos 
As ações do segmento de bancos subiram acompanhando o dia positivo dos mercados mundiais e após o Credit Suisse elevar a recomendação para as ações do Bradesco (BBDC4, R$ 28,30, +4,12%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,57, +2,85%) e para a holding Itaúsa (ITSA4, R$ 8,22, +4,45%). O Bradesco foi elevado de underperform para outperform, enquanto Itaúsa e Itaú foram elevadas de underperform para neutra pelo Credit; o preço-alvo dos ativos ITUB4 foi elevado de R$ 25,00 para R$ 35,00. O Banco do Brasil (BBAS3, R$ 19,01, +5,32%) também tem ganhos fortes, mesmo com o Credit mantendo a recomendação underperform para os seus ativos. 

Petrobras (PETR3, R$ 13,32, +2,54%PETR4, R$ 10,93, +2,82%)
A Petrobras viu suas ações subirem forte na sessão de hoje, em dia de noticiário movimentado para a companhia e seguindo o dia de ganhos para o petróleo, com o brent em alta de 2%, a US$ 47,19 o barril. 

 No radar da estatal, ela informou o mercado que concluiu ontem a oferta de títulos no mercado de capitais internacional (Global Notes), no valor de US$ 3 bilhões. A oferta constituiu uma reabertura dos títulos com vencimento em 2021 e 2026, originalmente emitidos em maio de 2016. Do novo volume emitido, US$ 1,75 bilhão terá vencimento em cinco anos e US$ 1,25 bilhão em dez anos. Segundo comunicado da petrolífera, a demanda foi aproximadamente 2,4 vezes para o título com vencimento em 2021 e 2,3 vezes para o título com vencimento em 2026. Ao todo, em torno de 350 investidores dos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina participaram da operação. A estatal pretende utilizar os recursos da emissão para uma operação de recompra de títulos.
Ainda no noticiário, destaque para matéria do jornal Valor Econômico que o Tribunal Federal de Apelações dos Estados Unidos vai decidir, em audiência marcada para 26 de julho, o futuro dos processos civis movidos por investidores, contra a Petrobras. Até lá, procedimentos da ação coletiva contra a companhia brasileira estarão “temporariamente suspensos”, o que faz com que a companhia ganhe tempo. A audiência definirá se o processo ficará suspenso por prazo maior. Também merece destaque a notícia publicada no jornal Folha de S. Paulo de que o Palácio do Planalto prepara um pacote de mudanças em regras do setor de petróleo, que impactarão na rodada de licitação de novos campos de exploração, a ser realizada na primeira metade de 2017. Além disso, a Petrobras comunicou nesta tarde que iniciou a exportação de energia para a Argentina. Segundo comunicado, a expectativa é que sejam exportados, em média, 860 MW para o país vizinho entre julho e agosto. No fim do dia, o CEO da companhia, Pedro Parente, afirmou que a Petrobras não estuda nem subir nem reduzir o preço dos combustíveis, além de destacar que a estatal pode participar da rodada do pré-sal se ela for atrativa e ressaltou que está analisando as três propostas recebidas pela BR Distribuidora. 

Vale e siderúrgicas
Após chegarem a subir 2% no início da sessão, os papéis da Vale (VALE3, R$ 17,35, -2,64%; VALE5, R$ 13,82, -2,47%) fecharam em queda. Hoje, o minério de ferro negociado em Qingdao registrou queda de 1,15%, a US$ 58,47 a tonelada. Contudo, as siderúrgicas seguem em alta. 

Em relatório, o BTG Pactual reiterou a visão de que não acha sustentável o preço do minério no nível atual e a “alta recente se deu por motivos errados”, destacando que a oferta alta e a demanda chinesa sazonalmente mais fraca no quarto trimestre podem contribuir para a queda do preço. “Do lado positivo, temos que reconhecer os fundamentos de aço estão melhorando com nível baixo de estoque” e seguem com visão cautelosa para Vale e CSN (CSNA3, R$ 9,75, +1,88%). 

Os papéis da Usiminas (USIM3, R$ 7,13, +1,86%; USIM5, R$ 2,16, +0,47%), por sua vez, registraram ganhos: a empresa conseguiu prorrogação por mais 60 dias do acordo de 120 dias de suspensão temporária do pagamento de dívida que vence em 15 de julho, segundo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) afirmou em resposta à Bloomberg. “Prazo de 60 dias foi resultado de negociações do BNDES em conjunto com os demais bancos, enquanto se aguarda o resultado do processo de reestruturação financeira da empresa”, disse o banco de desenvolvimento. De acordo com a Bloomberg, os bancos detêm mais da metade dos R$ 7,4 bilhões em dívida da Usiminas, que estão atualmente sendo renegociados.

A Gerdau  (GGBR4, R$ 6,79, -2,16%), por sua vez, virou para queda. A companhia acredita na possibilidade de reversão do julgamento do Carf contra a empresa e manterá postura de não fazer provisão para o caso, que envolve valores de cerca de R$ 4 bilhões. “A companhia analisará a possibilidade de apresentar recurso ainda na esfera administrativa (…) Caso apresentado e não provido, a discussão prosseguirá no Poder Judiciário”, disse a empresa em comunicado. “A companhia mantém seu posicionamento de não constituir provisão para contingências, uma vez que em seu entendimento e de seus consultores jurídicos a probabilidade de ganho da causa é possível.”

Smiles (SMLE3, R$ 46,35, -4,51%)
As ações da Smiles registraram queda forte após terem a recomendação rebaixada de compra para hold pelo Santander, que se baseou no valuation esticado após a forte alta dos papéis no ano, de 50%. O preço-alvo para 2017 é de R$ 54,00.
Já os papéis da controladora Gol (GOLL4, R$ 4,40, +2,56%) subiram novamente. No radar da companhia, o Senado adiou ontem à noite a votação do projeto que estabelece um teto de 12% para o ICMS sobre o querosene de aviação, que ficará para 2 de agosto. Além disso, o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, disse que o governo deve enviar uma nova medida provisória (MP) ou projeto de lei ao Congresso para elevar para até 100% o limite de participação de empresas estrangeiras em empresas aéreas. “O governo mantém a convicção de que a abertura de capital deve ser enfrentada. É bom para o País e para a aviação civil brasileira”, afirmou.

Exportadoras
As ações de empresas exportadoras, notadamente de papel e celulose, registraram queda em meio à baixa do dólar na sessão desta quinta que, contudo, foi amenizada ao longo do pregão. O contrato de dólar futuro com vencimento em agosto registrou queda de 0,24%, a R$ 3,274. Os papéis da Suzano (SUZB5, R$ 11,08, -2,72%) e da Fibria (FIBR3, R$ 20,82, -4,06%) registram queda de cerca de 1%.  

Já as ações da Embraer (EMBR3, R$ 17,88, +0,06%) fechou em leve alta; no radar da companhia, a unidade Embraer Aviação Executiva acertou acordo com Japan Aerospace Corporation, subsidiária da Itochu, para ser representante de vendas autorizado para o mercado japonês, segundo comunicado. “Esta parceria com a JAC vem se somar aos nossos esforços no Japão”, diz no comunicado Marco Tulio Pellegrini, pres. e CEO da Embraer Aviação Executiva. “Estamos ansiosos para estabelecer uma parceria de longo prazo e de sucesso com a Embraer Aviação Executiva no nosso mercado”, diz no comunicado Hitoshi Tanimura, presidente e CEO da Japan Aerospace Corporation. 

Eletrobras (ELET3, R$ 15,92, +4,60%ELET6, R$ 21,81, +5,11%)
As ações da Eletrobras registraram mais um dia de ganhos, seguindo o rali com a expectativa de venda de ativos. No noticiário da empresa, a
 Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobras, informou, que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) calculou que a indenização a que a empresa tem direito por ativos de transmissão não amortizados totaliza R$ 5,09 bilhões. A Chesf, com base em um laudo técnico elaborado pela Deloitte, havia solicitado o valor de R$ 5,6 bilhões.

As indenizações se referem aos ativos de transmissão anteriores a maio de 2000 que tiveram as concessões renovadas de acordo com as regras estabelecidas pela Medida Provisória (MP) 579, em 2012. A portaria determinou que os ressarcimentos serão pagos a partir dos reajustes tarifários de 2017, pelo prazo de oito anos.

Kroton e Estácio
As ações da Kroton  (KROT3, R$ 15,45, +2,79%) e da Estácio (ESTC3, R$ 18,30, +1,10%) fecharam em alta. Sobre as companhias, em resposta à Bolsa sobre uma matéria do jornal Valor Econômico, a Estácio explicou que, junto com a Kroton, já está estudando possíveis desinvestimentos (“remédios”) que serão necessários para obtenção da aprovação por parte do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) da união das empresas.

“A administração da Estácio, com o auxílio dos seus assessores legais, vem naturalmente estudando uma lista de remédios que poderiam ser propostos ao CADE, sempre em comum acordo com a Kroton”, disse a companhia. “Tais análises compreendem, naturalmente, a alienação de ativos de ensino a distância, dentre outras várias possibilidades em estudo. No entanto, nesse momento tais estudos ainda não foram concluídos, não sendo possível precisar ainda quais remédios serão propostos ao CADE”, completa a empresa em comunicado.

Cemig (CMIG4, R$ 8,65, +6,53%)
Após cair quase 5% na véspera, as ações da Cemig voltaram a disparar nesta quinta e lideram os ganhos do Ibovespa, atingindo alta de 18% nos últimos sete pregões e valorização de 52% no ano. A companhia tem subido forte nas últimas semanas diante das notícias de que investidores chineses estão de olho em diversos ativos da empresa de energia.

Na última segunda-feira o Itaú BBA elevou sua recomendação para as ações da companhia. Segundo os analistas, há uma visão menos cética sobre o programa de desinvestimentos da elétrica, que pode levantar R$ 4,1 bilhões – caso a venda seja realizada no valor patrimonial justo. Mas mesmo considerando a venda com um desconto de 20%, a empresa conseguiria ainda assim reduzir sua alavancagem para 1,8 vez até 2018, contra 3 vezes caso não a fizesse. As vendas consideradas pelo banco são os ativos “non-core” da Santo Antônio, Telco, Gasmig e as ações preferenciais da Taesa. Desde a mínima deste ano (registrada em 19 de janeiro) até agora, a ação já disparou 110%. 

Oi (OIBR3; R$ 3,42, +0,59%; OIBR4, R$ 2,66, +18,22%)
A companhia telefônica seguiu em sua disparada desde que pediu recuperação judicial. Apenas em julho, os papéis preferenciais já subiram 100%. O mercado espera neste momento que a companhia possa contar com ajuda de algum investidor que pode tirá-la da complicada situação em que se encontra.

Na última semana, o Societé Mondiale Fundo de Investimento em Ações quer convocar uma assembleia geral extraordinária num prazo de oito dias para destituir o conselho de administração e discutir a situação financeira da empresa e o seu futuro. O fundo tem uma participação de 6,64% do capital da companhia onde a Pharol é a maior acionista, com 27,5% de participação, participação essa gerida pela Bridge Administradora de Recursos.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.