Vale cai 3% e puxa o Ibovespa em dia de cautela com Grécia e Fed; dólar recua

Mercado têm movimento indefinido diante da falta de percepção de um avanço nas renegociações da dívida grega

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Depois de oscilar entre perdas e ganhos durante a maior parte da sessão nesta terça-feira (12), o Ibovespa consolida queda. Das 14h55 para cá, o benchmark já recuou mais de 0,7%. Lá fora, as bolsas internacionais, também têm um dia de cautela diante de preocupações com a negociação da dívida da Grécia. Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, disse que os mercados não devem ficar surpresos quando os EUA subirem juros. 

Às 15h19 (horário de Brasilia), o benchmark da Bolsa brasileira tinha queda de 0,39%, a 56.973 pontos, enquanto o dólar comercial amenizava baixas para 0,77%, a R$ 3,0278 na compra e a R$ 3,0289 na venda. Já no mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2016 subia 0,01 ponto percentual, a 13,82%, ao mesmo tempo em que o DI para janeiro de 2020 subia 0,04 ponto percentual, a 12,90%. 

Para o analista técnico da Guide Investimentos, Lauro Vilares, o movimento do Ibovespa hoje reflete a falta de drivers muito fortes de alta ou de baixa, mas a tendência de valorização do índice continua de pé, pelo menos até a perda da zona dos 56.600 pontos. No cenário político, ele vê as expectativas para o ajuste fiscal promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, cujas medidas estão sendo votadas no Congresso, como positivas. “Nós tivemos uma briga na semana passada entre PT e PMDB, mas o cenário já está mais tranquilo”, explica. 

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Em relatório ao mercado, a equipe de análise da XP Investimentos lembra que a votação das medidas de ajuste fiscal no Congresso continuam no radar dos investidores. “Após a aprovação da MP 665, que restringiu as regras da concessão do seguro-desemprego e do abono salarial, na semana passada, os deputados se voltam para a MP 664, que torna mais rígidas as normas para o pagamento da pensão por morte”, diz o texto. A proposta, no entanto, ainda demanda negociações e pode ficar para amanhã mesmo com as concessões realizadas pelo governo nos últimos dias. 

O dia ainda é de agenda fraca de indicadores, com a sabatina do indicado pela presidente Dilma Rousseff (PT) ao STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin no Senado dentro da agenda política. Dentre os indicadores macroeconômicos, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe mostrou uma elevação da inflação em 1,04% na primeira prévia de maio. 

Blue chips caem
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) operavam em alta. No radar, a estatal prepara emissão de R$ 3 bilhões em títulos no mercado doméstico. A emissão deve ocorrer na próxima semana, disseram duas fontes com conhecimento direto da situação à Reuters, nesta terça-feira (12). A companhia espera levantar, pelo menos, R$ 3 bilhões (ou US$ 983 milhões) com a transação, disse a primeira fonte, que pediu anonimato. Se houver lote suplementar e adicional, a oferta poderá alcançar mais de R$ 4 bilhões, comentou. 

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A Kroton (KROT3) também sobe forte após divulgação do balanço. A companhia viu seu lucro líquido ajustado subir 56,9% no primeiro trimestre, com o controle mais rígido de custos e despesas compensando as mudanças no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A companhia teve lucro líquido ajustado de R$ 455,3 milhões entre janeiro e março, frente a R$ 290,2 milhões no mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, parcelamento especial privado, linha criada para alunos ingressantes como alternativa ao Fies, foi um dos fatores que ajudou a empresa a adicionar 319.700 novos alunos de graduação, (+6,2% ante 2014). 

Para a XP Corretora, o resultado foi levemente acima do esperado.Apesar da forte desaceleração na captação e crescimento da base, os números foram acima do projetado pela Kroton. Mesmo com a forte queda na margem, por conta da aquisição da Anhanguera, já observamos uma boa evolução na comparação pro-forma, comentaram os analistas.

Na ponta negativa também estavam os bancos brasileiros, que sofreram cortes de rating pela agência classificadora de risco, Moody’s. Entre eles estão o Bradesco (BBDC3; BBDC4) e o Itaú Unibanco (ITUB4). Completam as instituições rebaixadas o Itaú BBA, HSBC Brasil e Banco Votorantim. Todos eles foram cortados em uma nota. “No geral, as mudanças de rating não refletem nem uma melhora nem uma deterioração nos fundamentos de crédito dos emissores afetados”, disse a agência em relatório.

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As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CESP6 CESP PNB ED 21,34 -3,48
 VALE3 VALE ON 22,51 -3,31
 BRAP4 BRADESPAR PN 12,31 -3,15
 CSNA3 SID NACIONAL ON 8,30 -2,92
 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN 92,37 -2,60

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 KROT3 KROTON ON 11,56 +7,53
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 8,78 +4,03
 FIBR3 FIBRIA ON ED 44,29 +3,85
 QUAL3 QUALICORP ON ED 24,70 +2,32
 BRKM5 BRASKEM PNA 14,55 +2,03
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Grécia preocupa invstidores
A maior parte das bolsas da Ásia fechou em queda nesta terça-feira, com investidores ainda nervosos diante do progresso quase imperceptível nas negociações entre a Grécia e seus credores. Na Europa, o dia também é de perdas refletindo as preocupações com a Grécia, com o FTSE 100, o Dax e o Cac 40 registram queda de cerca de 2%. 

Na mesma linha, os índices acionários europeus fecharam em forte baixa nesta terça, com o tombo dos bônus em todo o mundo levando investidores a reduzirem sua exposição a risco. O índice FTSEurofirst 300, que reúne os principais papéis do continente, caiu 1,32 por cento, a 1.574 pontos.

“Ações semelhantes a bônus…já parecem bastante caras e esse tipo de reação do mercado de bônus não ajuda”, disse a gestora de portfólio Victoria Leggett do Union Bancaire Privée. “Os mercados tiveram um bom desempenho desde o início do ano e investidores têm se preparado para uma correção”.

Os rendimentos dos títulos alemães têm avançado após atingirem níveis extremamente baixos de forma bastante volátil, em uma onda de vendas que tem confundido analistas desde o fim de abril.

A bolsa da Grécia apresentou performance mais forte do que as bolsas europeias de maneira geral, com o índice ATG subindo 1,8 por cento. Atenas aliviou temores de um default na segunda-feira realizando um pagamento de 750 milhões de euros em dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI) com um dia de antecedência, embora o ministro das Finanças grego, Yanis Vaourfakis, tenha dito que a situação de liquidez é “terrivelmente urgente”.

Na atentamente monitorada reunião do Eurogrupo de segunda-feira, ministros das Finanças da zona do euro elogiaram o progresso nas negociações entre a Grécia e seus credores, mas disseram que mais trabalho é necessário para se chegar a um acordo que libere mais recursos a Atenas, em troca de reformas econômicas.

E, de acordo com o governo grego, o país usou suas reservas emergenciais depositadas no FMI para fazer o crucial pagamento. Com Atenas quase esgotando seus recursos e ainda longe de um acordo com seus credores internacionais, havia dúvidas sobre se o governo liderado pela esquerda pagaria ao FMI ou optaria por poupar dinheiro para pagar salários e aposentadorias ainda neste mês.

Destaque ainda para o índice mensal da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que destacou que o crescimento econômico parece estar enfraquecendo nos Estados Unidos e continua a desacelerar na China, enquanto a França e a Itália apresentam desempenho melhor em meio à recuperação da zona do euro.

(Com Reuters)

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