Vale, Bradespar e siderúrgicas disparam até 4%; duas ações saltam mais de 6% em pregão de estreia na bolsa

Confira os principais destaques de ações desta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – A disparada do minério de ferro após surpresa com PMI da China impulsionou as ações da Vale e siderúrgicas nesta segunda-feira (31), contribuindo para o dia positivo do Ibovespa.

O principal índice de ações do mercado brasileiro subiu 0,65% nesta sessão, a 65.920 pontos, na terceira alta seguida. No mês, o benchmark da bolsa saltou 4,84%, na maior valorização mensal desde janeiro, quando avançou 7,38%, a 64.670 pontos. Apenas 9 das 58 ações do índice fecharam o mês em queda, lideradas por BRF, Ultrapar e Marfrig, com perdas entre 5% e 4%. 

Nesta sessão, além das ações de commodities, destaque para os papéis da Estácio, que deram sequência aos ganhos de 15% de sexta-feira, subindo 18% nesses dois pregões. Hoje, a companhia propôs mudar termos de OPA (Oferta Pública de Aquisição) por compra de fatia relevante. 

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Confira os principais destaques da bolsa desta segunda-feira:

Vale (VALE3, R$ 31,30, +3,16%; VALE5, R$ 29,17, +2,78%)
As ações da Vale dispararam na esteira da escalada do minério de ferro.  A commodity negociada no porto de Qingdao com 62% de pureza, um dos mais acompanhados pelo mercado, saltou 7,23% nesta segunda-feira, encerrando o dia cotado a US$ 73,70 por tonelada, após o PMI (Purchasing Managers Index) da indústria siderúrgica chinesa apresentar o melhor desempenho desde abril do ano passado. 

Ânimo com minério está com dias contados – mas Vale tem “cartas na manga” para atravessar cenário. Leia aqui 

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Na sexta-feira, o analista Fernando Góes recomendou a compra das ações da Vale no rompimento dos R$ 28,95 – confirmado hoje -, com alvo em R$ 30,50 e R$ 31,00 – o que ainda dá um espaço de valorização de mais 6% frente ao fechamento de hoje (veja aqui). 

Na esteira, as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 23,08, +4,29%) – holding que detém participação da Vale – subiram forte, assim como as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,70, +1,04%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,29, +1,93%), CSN (CSNA3, R$ 7,69, +2,81%) e Usiminas (USIM5, R$ 5,21, +1,36).  

Petrobras (PETR3, R$ 13,80, +1,17%; PETR4, R$ 13,29, +1,22%)
As ações da Petrobras ganharam força com a virada para cima dos preços do petróleo nesta sessão. Os contratos futuros do petróleo WTI subiram 1,3%, a US$ 50,17 o barril, fechando julho com alta de 9%, no melhor mês desde abril. Os contratos futuros do Brent avançavam 0,19%, a US$ 52,62 o barril. No mês, as ações ONs da estatal fecharam com alta de 4,4%, enquanto as PNs subiram 7,5%. 

No radar, a Petrobras fez um balanço sobre a nova política de reajuste de preços de combustíveis, que completou um mês.  A estatal divulgou comunicado informando que ocorreu a primeira reunião do GEMP para analisar estas mudanças. Os representantes do grupo concordaram que os ajustes promovidos têm sido suficientes para garantir a aderência dos preços praticados pela companhia às volatilidades dos mercados de derivados e ao câmbio e representam uma evolução em relação ao modelo anterior.

Com isso, a Petrobras disse que, nos 18 reajustes feitos entre 30 de junho e 27 de julho, promoveu um aumento acumulado de 4,7% no diesel e um corte de 0,6% na gasolina. A companhia não incluiu na conta o aumento de 2,2% na gasolina e de 1,8% no diesel anunciados ontem. “Com estes ajustes, determinados a partir da avaliação dos integrantes do GEMP, a área de marketing e comercialização da Petrobras volta a contar com uma faixa de -7% a + 7% para operar os movimentos de preços necessários ao longo do mês de agosto”, disse a companhia. Vale destacar que, nesta segunda, a companhia elevou o preço da gasolina em 0,8% e de 1,7% no diesel, válidos para o próximo dia 1 de agosto. 

A Petrobras ainda iniciou a etapa de divulgação das oportunidades de desinvestimento da cessão da totalidade de seus direitos de exploração, desenvolvimento e produção em 7 conjuntos de campos em águas rasas, totalizando 30 concessões, disse a empresa, em comunicado ao mercado. Os conjuntos são localizados nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Rio de Janeiro e São Paulo. A parcela da Petrobras na produção média de petróleo e gás natural desses campos, no primeiro semestre de 2017, foi de 73 mil barris de óleo equivalente por dia.

A companhia ainda anunciou que emitirá R$ 5 bilhões em debêntures. Os prazos são de 5 anos para a primeira e terceira séries e de 7 anos para segunda e quarta, respectivamente. A oferta será realizada em regime misto de distribuição, dos quais R$ 4 bilhões sob regime de garantia firme de distribuição e R$ 1 bilhão sob regime de melhores esforços de distribuição.

Duas estreias na B3

Duas estreias marcaram o pregão desta segunda-feira na B3: as ações da IRB Brasil Resseguros e Omega Geração. Ambos os papéis, negociados sob os códigos IRBR3 e OMGE3, respectivamente, fecharam em alta nesta sessão. 

A IRB (IRBR3, R$ 29,51, +8,3%) teve preço no IPO fixado a R$ 27,24, abaixo do guidance. A oferta do IRB rendeu R$ 100,9 mi a BB e R$ 129 mi ao Bradesco. Itaú disse que controladas levantarão R$ 280,5 mi com venda de ações IRB.

Já as ofertas primária e secundária da Omega Geração (OMGE3, R$ 16,65, +6,73%) movimentaram R$ 731,1 mi no IPO, após preço de emissão em R$ 15,60 por ação, abaixo do piso da faixa de preço sugerida em IPO, entre R$ 17 e R$ 22.

Bradesco (BBDC3, R$ 30,15, +1,34%; BBDC4, R$ 30,19, +1,48%)

Segundo a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, a estreante Megaware arrematou R$ 1,6 bilhão em créditos podres (vencidos e inadimplentes) do Bradesco. A Ativos, do Banco do Brasil, ficou com outros R$ 2,8 bilhões. “É a segunda vez que o banco acessa esse mercado após postergar sua estreia durante anos. O Bradesco chegou a cogitar fazer esse serviço dentro de casa, mas a venda de carteiras vencidas e inadimplentes para terceiros tem melhorado a recuperação dos empréstimos vigentes”, aponta o jornal.

Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 37,35, +0,67%)
As ações do Itaú Unibanco fecharam em alta antes da divulgação do balanço do 2° trimestre, prevista para hoje após o fechamento do pregão.

No programa “A Hora das Opções”, da InfoMoneyTV, desta segunda-feira, o trader e professor Luiz Fernando Roxo comentou que as ações do banco estavam em acumulação há 11 semanas, deixando os “pozinhos” atrativos na bolsa. Ele ensinou uma estratégia com opções do banco para ganhar tanto com a alta quanto com a queda das ações (veja aqui). 

Eletrobras (ELET3, R$ 13,50, -2,88%; ELET6, R$ 16,67, -1,30%)

José Guimarães Monforte foi eleito presidente do conselho de administração após Elena Landau apresentar renúncia ao seu mandato de conselheira e presidente do conselho, por motivos pessoais, disse a Eletrobras, em comunicado divulgado ao mercado.

Estácio (ESTC3, R$ 20,40, +3,45%)
As ações da Estácio deram continuidade ao rali de 15% da última sexta-feira (veja aqui) após balanço do 2° trimestre surpreender positivamente o mercado. Nessas duas sessões, os papéis acumulam valorização de 18%. A Estácio encerra o mês como a melhor ação do Ibovespa, com ganhos de 39,5% no período.

No radar, a Estácio convocou uma assembleia geral extraordinária para 31 de agosto, às 9h (horário de Brasília), para votar mudanças relativas ao procedimento de OPA (Oferta Pública de Aquisição) previsto em seu estatuto social, segundo comunicado enviado hoje ao mercado. A companhia propõe preço mínimo para OPAs por compra de participação de 20% ou mais. A empresa também propõe que a OPA seja obrigatória mesmo que aquisição de participação acionária de 20% ou mais seja resultado de operações de incorporação, resgate ou cancelamento
de ações. 

Ao criar prêmio de 30% sobre o preço médio dos últimos 90 dias, em caso de OPA, a companhia assegura que atual acionista não será prejudicado em caso de OPA, à medida que o potencial de lucratividade for se realizando, diz o presidente da empresa, João Cox, em entrevista à Bloomberg por telefone.

Segundo informações do Valor Econômico, a gestora americana de private equity Advent e o empresário Chaim Zaher estão se articulando para adquirir o controle da Estácio. Segundo fontes ouvidas pelo jornal, a Advent já possui quase 5% da Estácio e o objetivo é ter entre 15% e 18%. Na última sexta-feira, o fundo americano adquiriu na bolsa 7 milhões de ações e, antes disso, nos últimos dias, já havia comprado, também no mercado, cerca de 8 milhões de ações em operações isoladas. Por causa da Advent, os papéis da Estácio encerraram o pregão de sexta-feira em alta de 15% e giro financeiro de cerca de R$ 400 milhõe (18 vezes mais do que o negociado no dia anterior). 

Hypermarcas (HYPE3, R$ 27,90, +2,20%)

As ações da Hypermarcas subiram após divulgação na noite de sexta-feira do balanço do segundo trimestre. A empresa mostrou aumento de 10,5% no lucro líquido na base de comparação anual, para R$ 194,6 milhões. Ao considerar o lucro líquido apenas das operações continuadas, o resultado foi de R$ 238,6 milhões,  35,5% maior na comparação com abril e junho de 2016.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) relativo a operações continuadas teve alta de 4,6%, para R$ 318,9 milhões. A companhia ainda apontou ter encerrado uma reestruturação organizacional após a venda de seu negócio de produtos descartáveis, apontou ainda um crescimento na demanda dos segmentos de “saúde do consumidor” (focada principalmente no negócio de medicamentos isentos de prescrição) e “prescrição de marca” (focada em medicamentos prescritos pela comunidade médica), que registraram um crescimento médio de 15,8%, ante média do mercado de 8,7%.

Segundo o BTG Pactual, a companhia registrou resultados resilientes no segundo trimestre, beneficiando-se de menores custos de vendas e marketing no período, enquanto a receita e as margens foram impactadas pelo menor reajuste nos medicamentos concedido pelo governo este ano. Os analistas do banco seguem com recomendação de compra para os ativos, mas afirmam que não há um catalisador para o papel no curto prazo. 

Credit Suisse comentou que a receita da companhia veio acima do previsto, sustentada por um aumento de preços e volume. As despesas gerais e administrativas foram os destaques positivo, apontaram, sendo consequência de menor custo de frete e despesa de logística (-17% na comparação anual) e menor gasto com marketing. Apesar da queda na margem bruta de 100 pontos-base, ela foi compensada por um opex menor que resultou em uma margem Ebitda maior em 160 pontos-base, ressaltaram.

Apesar dos bons números, os analistas acreditam que o resultado não deve ser trigger para a ação, mas que confirma o que têm visto no resultado de algumas empresas do setor, com a inflação menor impactando a receita líquida. Para eles, o próximo trigger deve ser a retomada de crescimento e a manutenção da geração de caixa ou ainda alguma mudança na estrutura de impostos, permitindo lucros maiores. Eles destacam que a ação está negociando a 16,7 vezes o P/L (Preço Sobre Lucro) estimado para 2018, o que parece atrativo e ainda com uma opcionalidade de ser um target de fusão e aquisições. 

Dufry (DAGB33, R$ 502,00, -0,50%)
A operadora de loja em aeroportos Dufry registrou lucro 3,5 vezes maior no segundo trimestre de 2017, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, de 35,9 milhões de francos suíços (US$ 37,4 milhões). A receita da empresa encerrou o período em 2,11 bilhões de francos suíços (US$ 2,2 bilhões), crescimento de 6,7% na mesma base de comparação. A companhia atribuiu boa parte do resultado ao crescimento orgânico de 8,9% no trimestre.

O Credit Suisse destaca que o resultado veio em linha com o esperado. Os analistas apontam que as sinergias de integração com a WDF (World Duty Free) levaram a uma expansão de 50 pontos-base de margem bruta, acima do previsto, de 58,4% na 1° semestre de 2016 para 59,5% no mesmo período de 2017. No entanto, o aumento nas taxas de concessões e despesas mais do que compensaram, deixando o Ebitda um pouco abaixo do esperado.

A empresa mencionou que as perspectivas de mercado para o segundo semestre são positivas, sendo que o 3° trimestre deste ano é o mais forte sazonalmente. As tendências devem continuar na maioria dos mercados, mas alguns devem ter uma base de comparação mais dificil, comentam. Para os analistas, as ações podem se recuperar no curto prazo com o crescimento acelerando no 2° trimestre deste ano e as perspectivas positivas, mas apontam que, para o longo prazo, a melhora de Ebitda é limitada. 

JBS (JBSS3, R$ 7,66, -0,13%)

A um mês do prazo estipulado para entregar à PGR evidências comprobatórias das delações feitas pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, um conjunto de documentos mostram que a empresa destinou R$ 1,1 bilhão em propinas a políticos ou empresas indicadas por políticos entre 2006 e 2017, afirma a revista Época. Segundo a reportagem, R$ 301 mil ocorreram em dinheiro vivo e R$ 395 mil por meio de empresas indicadas por políticos, além de R$ 427,4 milhões em doações oficiais.

Ainda sobre o grupo J&F, a coluna de Lauro Jardim aponta que a venda da Vigor para a mexicana Lala está quase fechada e, salvo mudança de última hora, sairá por R$ 5,8 bilhões.

Players de combustíveis

Destaque para uma notícia positiva para Cosan (CSAN3, R$ 36,00, +1,01%) e São Martinho (SMTO3, R$ 17,60, +1,61%). O governo usou novo decreto para corrigir PIS/COFINS de etanol e basicamente reduziu a alíquota em R$ 0,08 por litro. Segundo o BTG Pactual, isso torna os eventos da semana passada ainda melhores em termos de competitividade de etanol na bomba e a expectativa é de que haja um aumento do etanol em cerca de 14% na usina. “Além disso, com o etanol e o açúcar ambos negociando relativamente perto da paridade, esperamos que os preços do açúcar também se ajustem”, apontam os analistas.

Paranapanema (PMAM3, R$ 1,63, -0,61%)

A Paranapanema, em conjunto com seus principais credores, formalizou o terceiro aditamento ao acordo de standstill assinado em abril, “de forma que seus efeitos vigorarão até 20 de agosto de 2017”, segundo comunicado.

Nesse período, “os credores anuentes comprometem-se a não tomar medidas relacionadas a cobrança de seus créditos, inclusive abstendo-se de vencer antecipadamente obrigações de pagamento de principal ou juros, executar garantias, ou fazer apontamentos voluntários nos cadastros dos órgãos de proteção ao crédito em decorrência dos instrumentos financeiros e/ou de dívida bancárias elencados no acordo de Standstill”. 

OGpar (OGXP3, R$ 4,25, +1,43%)

A OGPar, ex-OGX, informou que os acordos relacionados ao afretamento do FPSO para o desenvolvimento do Campo de Atlanta, divulgados em 21 de julho, entraram em vigor nesta sexta-feira após a conclusão de determinados procedimentos pós-assinaturas acordados contratualmente, segundo comunicado.

“Dentre tais procedimentos, está a amortização parcial em, aproximadamente, US$ 14 milhões dos cash calls emitidos em moeda nacional corrente, devidos pela OGX à QGEP Participações e à Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás.  A referida amortização se deu por meio da liberação de recursos anteriormente depositados como garantia à Teekay, em decorrência do afretamento do FPSO Petrojarl I”, informou a companhia.