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SÃO PAULO – O Ibovespa viveu uma espécie de “apagão” nas últimas 4 horas de pregão, depois que os investidores já tinham reagido ao evento mais esperado do dia: a aprovação da PEC do Teto dos Gastos, em segundo turno, no Senado. O resultado (53 votos favoráveis a 16 contra) coincidiu com uma queda de 750 pontos do índice em 30 minutos, mas o que se viu após isso foi um extremo marasmo na Bolsa. O benchmark pouco oscilou após às 14h (horário de Brasília) – ou 30 minutos após sair o resultado da votação no Senado -, rondando no patamar dos 59.000 pontos.
Ainda assim, o índice conseguiu fechar no campo positivo nesta terça-feira (13), com um suspiro nos 15 minutos finais de sessão. Com isso, o Ibovespa interrompeu 3 pregões seguidos de perdas e encerrou em leve alta de 0,17%, a 59.280 pontos.
Entre as maiores altas, apareceram as ações das educacionais: a Kroton, que caiu 13% nos últimos 4 pregões, liderou os ganhos do Ibovespa, com alta de quase 6%, seguida pela Estácio (que havia caído 9% nos últimos 4 pregões).
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Do outro lado, figuraram as ações da Vale e siderúrgicas, que fecharam em queda pelo 4° pregão, em meio às preocupações dos investidores quanto à extensão do rali do minério de ferro. Ontem, o BTG Pactual alertava em relatório que a commodity havia atingido seu pico. Além delas, destaque também para os papéis da Petrobras, que caíram pela 4ª vez em 5 pregões.
Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:
Vale (VALE3, R$ 28,33, -3,93%; VALE5, R$ 25,15, -4,12%)
As ações da Vale fecharam no seu quarto pregão seguido de perdas, em meio às preocupações do mercado quanto a continuidade do rali do minério. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 14,79, -4,89%) – holding que detém participação na Vale.
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Ontem, um relatório do BTG Pactual apontava que a commodity parecia ter atingido seu topo. Hoje, o Morgan Stanley disse que Donald Trump pode favorecer os metais ao impulsionar a “fênix americana”, mas optou por manter a recomendação da Vale em equal-weight (exposição em linha com a média), dado o limitado potencial de valorização dos ADRs (American Depositary Receipts), mesmo após elevação de preço-alvo. O banco revisou nesta terça-feira o preço-alvo da mineradora de US$ 7,30 para US$ 9,50, frente ao fechamento de US$ 8,80 na véspera.
Hoje, o minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em queda de 0,19%, a US$ 83,42.
Ainda no radar, a Vale informou que um incêndio na manhã desta terça-feira atingiu sua unidade industrial de ferroligas de manganês, em Simões Filho (BA). Segundo a assessoria de imprensa da Vale, ninguém ficou ferido, e o Corpo de Bombeiros conseguiu controlar as chamas.
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“A Vale vai investigar as causas da ocorrência”, frisou a empresa, acrescentando que o incêndio ocorreu em um gerador de energia da unidade. A empresa não informou imediatamente se houve impacto na produção local.
Siderúrgicas
Assim como as ações da Vale, os papéis do setor siderúrgico encerraram no seu quarto pregão seguido de perdas, com CSN (CSN3, R$ 10,96, -0,72%), Gerdau (GGBR4, R$ 11,69, -3,55%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,85, -3,96%). A exceção foi a Usiminas (USIM5, R$ 3,96, +1,02%), que encerrou em alta.
Ambev (ABEV3, R$ 16,29, +1,12%)
A controladora da Ambev, a AB InBev, anunciou que venderá cinco marcas de cerveja por R$ 7,8 bilhões.
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Cielo (CIEL3, R$ 26,67, -1,04%)
O Santander elevou a Cielo de underperform (desempenho abaixo da média do mercado) para manutenção.
Multiplus (MPLU3, R$ 33,66, -0,12%); Smiles (SMLE3, R$ 42,63, -3,25%)
Os papéis da Multiplus fecharam no campo negativo, apesar de o Santander ter elevado sua recomendação de compra de underperform para compra.
O Santander elevou a recomendação de compra do Itaú para outperform e o Banco do Brasil teve seu preço no fim de 2017 elevado de R$ 26,00 para R$ 31,50, com recomendação outperform mantida pelo Itaú BBA.
Após cair 13% em quatro pregões e atingir a mínima desde junho, a Kroton disparou nesta sessão, em meio à notícia de que o Ministério da Educação prorrogou para 30 de dezembro o prazo para aditamento de contratos do Fies. Os papéis da educacional encerraram a sessão como a maior alta do Ibovesá, seguidos pelas ações da Estácio (ESTC3, R$ 15,45, +4,39%), que acumulou queda de 9% nas últimas 4 sessões.
O Itaú BBA alterou a recomendação da Arezzo para outperform (desempenho acima da média do mercado).
Os papéis da Petrobras fecharam em queda, enquanto o petróleo fechou próximo à estabilidade no mercado internacional. Em relatório, o UBS estima uma valorização de 36,5% das ações ordinárias até o fim de 2017 e analisa o cenário atual da estatal em meio ao rali do petróleo e a paralisação pelo TCU (Tribunal de Contas da União) do programa de desinvestimento. (Leia a reportagem completa aqui)
Suzano (SUZB5: -1,48%, R$ 13,30) Klabin (KLBN11: -0,95%, R$ 16,60); Fibria (FIBR3: +0,57%, R$ 31,72)
Lá fora, saíram números de preço da tonelada de celulose de fibra curta na Europa e China. O relatório FOEX indica um ligeiro recuo na Europa (-0,02%) e um avanço de cerca de US$ 4,00 a tonelada na China (+0,75%).
Em relatório, o Bradesco BBI destaca que a Suzano anunciou um aumento de US$ 20 dólares no preço da celulose para US$ 570 na China, US$ 680 na Europa, e US$ 860 nos Estados Unidos a partir de janeiro. O banco avalia que as empresas de papel e celulose estão se beneficiando de uma janela de curto-prazo, mas que os preços devem ser pressionados no segundo semestre de 2017 devido ao aumento da oferta. Já o Itaú BBA considera que o reajuste de “apenas” US$ 20 no preço da tonelada da celulose terá um efeito gigantesco sobre a Suzano. Segundo o relatório, se o cenário seguir estável, o reajuste da matéria-prima poderia representar um acréscimo de R$ 230 milhões no Ebitda da companhia em 2017, um acréscimo de 6% sobre as estimativas da instituição.
Eletropaulo (ELPL4, R$ 8,50, +3,53%)
As ações da Eletropaulo subiram forte após os analistas do Citibank apontarem que a gestão da companhia entregou mensagem positiva em relação às iniciativas e aos desafios para recuperar valor fundamental da companhia, através de melhora no índice de qualidade de serviços.
Em relatório, os analistas Marcelo Britto e Kaique Vasconcellos escreveram que a companhia está mais focada em melhorar métricas de qualidade de serviços, aprimorar custo de eficência, resolver contingências, melhorar governança corporativa e facilitar tomada de decisões e aprovação de processos.
Vale menção, no entanto, que hoje a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve revisar os pedidos da Eletropaulo de repassar os custos da super oferta por: 1) migração de clientes regulados para o mercado não regulado e 2) compra de energia realizada no leilão A-1 de 2015 (a companhia entende que as distribuidoras foram forçadas a recontratar 96% dos volumes que estavam com contratos expirando).
Segundo os analistas do Citi, se a Aneel recusar o pedido, a ação da Eletropaulo deve reagir negativamente na Bolsa. “Entendemos que a Eletropaulo não provisionou perdas associadas aos custos de oferta excessiva, com base nos relatórios trimestrais. É importante destacar que na reunião de segunda-feira, a administração manteve o seu guidance de custos de oferta excessiva de R$30 milhões e R$ 110 milhões em 2016″, comentaram.
Eles acreditam em um impacto negativo potencial perto do teto do guidance da administração (de cerca de R$ 76 milhões) ao Ebitda de 2016 (correspondente a R$ 0,30 por ação ou -2,5% em relação ao valor justo do Citi). Entretanto, eles comentam que não desconsideram uma apelação da Eletropaulo contra uma decisão desfavorável.