“Vai haver um surto de obras represadas no pós-pandemia, não no 3º trimestre”, diz CEO da Priner

Executivos da companhia participaram de live do InfoMoney e comentaram sobre demissões, investimentos e maior peso de mineração e celulose nos resultados

Anderson Figo

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SÃO PAULO — O balanço da Priner (PRNR3) foi negativamente impactado pela pandemia de coronavírus no segundo trimestre deste ano, mas a direção da companhia espera que haja uma retomada forte da demanda por manutenção e serviços industriais quando a vacina da Covid-19 sair ou conforme o número de casos no Brasil retraia significativamente — e a empresa diz estar preparada para isso.

Esta é a avaliação do CEO do grupo, Túlio Cintra, que participou de uma live do InfoMoney nesta quarta-feira (19). “A recuperação vai acontecer. Haverá um surto de obras que vai acontecer de uma hora para a outra quando a solução para a Covid sair. Não será no terceiro trimestre, mas vamos nos preparar nessa segunda metade do ano para dar conta da demanda quando a hora chegar”, disse.

A live faz parte da série Por dentro dos resultados, em que CEOs e CFOs de empresas abertas comentam os resultados do ano e respondem dúvidas de quem estiver assistindo. Nos próximos dias, haverá lives com Springs Global e Marisa (veja a agenda completa e como participar).

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A companhia teve prejuízo de R$ 18,1 milhões no segundo trimestre, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de R$ 9,7 milhões, ante um valor positivo de R$ 7 milhões um ano antes, e margem Ebitda (relação percentual entre Ebitda e receita líquida) negativa em 20,3%, ante +7,6% no segundo trimestre de 2019. Já a receita caiu quase 48%, para R$ 48,1 milhões.

O executivo comentou que os “clientes ainda estão pisando em ovos”, com receio de seguir com as paradas de manutenção com medo de contaminação de funcionários. Mesmo assim, ele frisou que a empresa não teve nenhum cancelamento de contrato, apenas uma postergação das paradas programadas. “Temos algumas adiadas para outubro, esperamos que elas possam ser executadas.”

A Priner tem cerca de 110 clientes, nomes grandes como a Vale, por exemplo. Cintra comentou que os segmentos de mineração e papel e celulose ganharam mais relevância na receita, enquanto o de óleo e gás perdeu participação. Há a intenção ainda de ampliar os serviços no segmento de infraestrutura, segundo o CEO.

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Marcelo Costa, CFO do grupo, destacou que foi preciso demitir 1148 pessoas para enxugar temporariamente o tamanho da companhia para fazer frente à nova realidade do mercado. “Nossa primeira preocupação foi em manter o caixa. Tínhamos R$ 147 milhões em caixa no primeiro trimestre e, no segundo, terminamos o período com R$ 149 milhões”, disse.

“O downsizing foi essencial para a recuperação da empresa no segundo semestre”, disse o executivo. Costa também afirmou que a empresa recebeu propostas de alguns bancos para se capitalizar e que está estudando o assunto, sem urgência. “Poderá ser feito, mas para algum projeto de M&A específico e não de grande porte”, completou Cintra.

Felipe Fontes, gerente de relações com investidores da Priner, também participou da live, e disse que a empresa está olhando para a entrada de pessoas físicas na Bolsa. Ele citou o pagamento de 25% do lucro em dividendos, o mínimo, e a empresa pretende expandir isso no futuro, não no curto prazo. Assista à live completa acima.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.