Usiminas: Goldman eleva USIM5 para compra com melhoria de custos à vista; ação sobe forte

Banco também elevou o preço-alvo dos papéis de R$ 8 para R$ 14

Felipe Moreira

Publicidade

O Goldman Sachs elevou a recomendação para Usiminas (USIM5), cuja ação subiu 11% no acumulado do ano, de neutra para compra, à medida que investidores ganham convicção no aumento da produção do alto-forno recentemente reformado e na consequente melhoria nos custos. O banco também elevou o preço-alvo de R$ 8 para R$ 14, um potencial de alta de 38% em relação ao último fechamento. Pela manhã, os papéis USIM5 chegaram a subir 3,64% e encerraram a sessão desta terça-feira (20) com alta de 1,67%, a R$ 10,33.

Por outro lado, segundo o banco, conversas com investidores indicam que a magnitude dessa melhoria é incerta e difícil de modelar, resultando em baixa convicção do consenso no momento.

Nos últimos anos, os custos de transformação de aço da Usiminas aumentaram significativamente e superaram os dos pares (aumento de US$ 150/tonelada [t] na diferença de custo em relação à média dos pares entre 2017-22 e aumento de US$ 500/t em relação à CSN nos últimos 12 meses até o 3T23), de acordo com cálculos do Goldman. A instituição financeira atribuiu essa diferença ao alto-forno envelhecido da Usiminas, que já estava operando abaixo de sua capacidade e tinha um consumo de matéria-prima mais elevado (muito ineficiente).

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Com a recente conclusão da renovação de seu maior alto-forno, analistas esperam que a lacuna de custos na produção de aço diminua em relação aos pares, e os resultados do 4T23 mostraram uma melhoria nos custos de produção de lingotes (29% na base trimestral, a ser refletida no 1T24 em diante). Se a empresa fechar a lacuna em relação à CSN, a melhoria de custo seria de US$ 830/t em relação ao 3T23, mantendo tudo o mais constante. Como upside, se a Usiminas fechar totalmente a lacuna com a CSN, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado de 2024 seria de R$ 7,7 bilhões, 108% acima do cenário base do banco.

Além disso, o Goldman lembra que Ternium já mencionou que planeja ter os ativos da Usiminas operando com eficiência operacional semelhante à sua, o que implicaria em uma redução de custo de U$ 750/t para fechar a lacuna da Usiminas aos níveis históricos da CSA (fábrica de lingotes da Ternium no Brasil). Nesse sentido, o banco americano espera que o custo de produção de aço por tonelada diminua em cerca de 20% em 2024 em relação ao pico de 2023, com suporte da melhoria na eficiência com o aumento do alto-forno e alguma redução nos custos de matérias-primas.

Quanto aos preços, o Goldman espera que alguns aumentos sejam implementados no Brasil, com risco limitado de queda, uma vez que a lucratividade do aço na China está próxima das mínimas históricas (os preços no Brasil são negociados a prêmio em relação à importação da China).

Continua depois da publicidade

O banco ainda pontua que não incluiu em seu cenário base um possível aumento nas tarifas de importação no Brasil, o que poderia sustentar ainda mais os preços e volumes domésticos. No entanto, a recente decisão do governo brasileiro de adotar ações especiais nas tarifas dentro do Mercosul, devido a desequilíbrios comerciais decorrentes da conjuntura econômica internacional, poderia abrir espaço para incluir o aço em uma lista de produtos com tarifas de importação ajustadas.

Já os principais riscos para a visão otimista dos analistas estão relacionados ao risco de execução à medida que o alto-forno é ativado (baixo risco, com base nos comentários da administração); potencial deterioração adicional na lucratividade global do aço e necessidade de capex mais alta do que o esperado.

Em termos de avaliação, a Usiminas está sendo negociada a 3,9-2,5 vezes Ebitda estimado para 2024 e 2025 ou um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) de 12-16%. Em uma base normalizada, o banco vê a Usiminas sendo negociada a um rendimento de FCF de 17%, o que considera atraente.