Usiminas (USIM5) desaba 13,9% após balanço do 1º tri – decepção maior é com projeções

O guidance do 2T24 ficou abaixo do esperado pelo Morgan, com a projeção de um Ebitda na siderurgia relativamente estável no período

Equipe InfoMoney

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O resultado do primeiro trimestre de 2024 (1T24) da Usiminas (USIM5) não foi bem recebido pelo mercado. USIM5 fechou em queda de 13,91%, a R$ 9,10.

A companhia teve lucro líquido de R$ 35,6 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), com queda de 93% em relação ao apresentado no mesmo período de 2023, informou a siderúrgica nesta manhã.

A companhia, que afirma, assim como todo o setor produtor de aço brasileiro, estar sendo pressionada por altas importações de aço da China pelo Brasil, teve um resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de R$ 416 milhões de janeiro ao final de março, queda de 47% na comparação o primeiro trimestre de 2023.

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O Morgan Stanley ressaltou, em relatório antes da abertura do mercado, que já esperava que as ações já tivessem um desempenho inferior hoje. Os analistas do banco apontaram que o Ebitda ajustado de R$ 416 milhões ficou abaixo do consenso do Visible Alpha de R$ 484 milhões e da estimativa do banco de R$ 602 milhões.

Em relação aos números do Morgan, a decepção deveu-se principalmente ao aumento dos custos, apesar do aumento das receitas. O lucro por ação normalizado de R$ 0,01 ficou bem abaixo do consenso de R$ 0,11 e de sua estimativa de R$ 0,14; em relação ao número do banco, a perda de lucro por ação foi impulsionada por custos e despesas mais elevados e resultados financeiros líquidos mais baixos (incluindo resultados cambiais e monetários).

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O caixa operacional negativo de R$ 31 milhões ficou bem abaixo do consenso de R$ 1,178 bilhão e da estimativa do Morgan de R$ 385 milhões. A perda em relação à projeção do banco deveu-se principalmente ao aumento do capital de giro e ao menor resultado operacional. O Morgan aponta que o i) capital de giro aumentou pela primeira vez desde o 4T22; ii) a dívida líquida aumentou para R$ 310 milhões (versus -R$ 89 milhões no 4T23 e R$ 13 milhões projetado pelo Morgan), resultando em dívida líquida/Ebitda em reais de 0,22 vez versus caixa líquido/Ebitda de 0,05 vez no 4T23; iii) os preços realizados do aço ficaram em linha com a estimativa do banco de R$ 5.505/tonelada (t), mas os preços realizados do minério de ferro ficaram 20% abaixo da previsão do banco de R$ 416/t, entre outros.

O guidance do 2T24 ficou abaixo do esperado pelo Morgan, com a projeção de um Ebitda na siderurgia relativamente estável no período, o que implica em revisões de estimativas negativas tanto para o consenso quanto para a sua estimativa. A empresa não traz guidance para o Ebitda de mineração, mas espera volumes estáveis frente o 1T24.

Na visão do Bradesco BBI, a reação negativa do mercado aos resultados esperada se daria principalmente dada a orientação da empresa de resultados trimestrais relativamente estáveis em sua divisão de aço – os investidores esperavam melhorias contínuas nos resultados, seguindo os ganhos de eficiência do alto-forno 3. Enquanto isso, o Ebitda ficou acima da projeção do banco, que era de R$ 345 milhões.