Usiminas e CSN disparam, CCR desaba 7% com governo e Gol volta a subir

Confira os destaques da Bolsa nesta terça-feira (8)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Seguindo o exterior, o Ibovespa fechou no positivo na volta do feriado, apesar de ficar distante de sua máxima do dia, quando subiu 1,60%. O índice encerrou esta terça-feira (8) com alta de 0,57%, a 46.762 pontos.

Em destaque, ficaram as ações das siderúrgicas, assim como da Vale, que subiram forte em meio às medidas da China, a alta do preço do minério de ferro e a notícia de que a Glencore vai fechar minas, o que impulsionou os preços de cobre. Na ponta negativa, chamaram atençaõ os papéis de concessionárias e das companhias elétricas.

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CCR (CCRO3, R$ 13,10, -6,76%)
As ações da CCR foram o grande destaque de queda e atingiram o menor patamar desde maio de 2012, após o governador de São Paulo admitir que o governo vai analisar a relicitação de exploração do Sistema Anhanguera-Bandeirantes, atualmente administrado pela concessionária CCRAutoBan.

Na sexta-feira, a decisão da Justiça de São Paulo invalidou aditivo de 2006 que havia reequilibrado contrato de concessão da concessionária Anhanguera-Bandeirantes, uma das principais do grupo de infraestrutura. A concessionária já anunciou que vai recorrer da decisão no Tribunal de Justiça de São Paulo. 

Na esteira das ações da CCR, a Ecorodovias viu seus papéis registrarem queda de 3,76%, para R$ xxxx. As concessões administradas pela CCR nas quais o governo aponta ganhos indevidos responderam por cerca de 62% da receita bruta com pedágios arrecadada pela empresa, segundo balanço do segundo trimestre. Em relatório, o Goldman Sachs avaliou um custo de R$ 7 bilhões que a perda da Autoban poderia trazer para a CCR. 

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Vale e siderúrgicas
As ações de Vale (VALE3, R$ 18,93, +3,78% ;VALE5, R$ 15,36, +4,28%) e siderúrgicas registraram forte alta. Os papéis da CSN (CSNA3) subiram 5,71%, a R$ 4,26, a Usiminas (USIM5) teve ganhos de 7,80%, a R$ 3,73 e a Gerdau (GGBR4) registrou alta de 3,29%, a R$ 6,27. O minério no porto de Qingdao fechou com alta de 1%, a US$ 57,42 a tonelada. As ações da Bradespar (BRAP4, R$ 10,15, +5,18%), que tem participação na Vale, também subiram. 

As bolsas chinesas subiram quase 3% nesta terça-feira à medida que uma onda de compras no final da sessão ajudaram a eliminar perdas de mais cedo e em meio às expectativas por novos estímulos em meio aos dados sobre o comércio exterior da China. 

Além disso, o preço do cobre registrou alta após a Glencore anunciar que vai vender ativos e fechar minas, buscando levantar ainda US$ 2,5 bilhões com a emissão de novas ações e suspender dividendos, em um esforço para reduzir a dívida em um terço para 20 bilhões de dólares no fim do próximo ano. 

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Destaque ainda para o noticiário da Usiminas, que vê suas ações subirem cerca de 25% em cinco pregões. O jornal Valor Econômico informou hoje que a piora operacional na companhia gerou uma “trégua” entre os sócios. O jornal ressalta que a briga dos sócios controladores, a japonesa Nippon Steel & Sumitomo e o grupo ítalo-argentino Ternium-Techint, completa um ano neste mês, desde a súbito e barulhento afastamento da diretoria.

Os números operacionais e financeiros pioraram e explica porque os sócios estão em silêncio há meses. Mas a aparente calmaria não significa realinhamento entre os acionistas, somente a suspensão de atos dramáticos e o foco nas operações. Com isso, as ações da Usiminas chegaram a disparar 15%, mas diminuíram os ganhos e sobem 7,62%, a R$ 11,30. 

Bancos
Em recuperação seguindo as principais bolsas mundiais e guiadas também pelos estímulos na China para estabilizar os mercados, as ações de bancos registraram ganhos nesta terça-feira. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 1,10%, para R$ 26,71, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) avançou 0,35%, aos R$ 17,10. Já os ativos do Bradesco (BBDC3, R$ 24,82, +1,76%; BBDC4, R$ 22,88, +2,33%) subiram mais forte.

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Petrobras
O dia também foi de alta para a Petrobras (PETR3, R$ 10,05, +1,52%; PETR4, R$ 8,64, +1,53%), mas com menores ganhos em relação ao início da sessão. O dia também foi de forte alta para o brent, que subiu 4,35%, a US$ 49,70. 

No radar da companhia, poucas boas notícias. A dívida da Petrobras teve um aumento de R$ 74,8 bilhões com a forte alta do dólar, de acordo com cálculo feito pela Economática a pedido do jornal Folha de S. Paulo. No estudo, foi usada a cotação de um dólar para R$ 3,70. A desvalorização do real frente ao dólar preocupa nesse sentido, uma vez que 83% do endividamento da Petrobras está atrelado a moedas estrangeiras – de acordo com o último dado oficial liberado pela empresa.

Em destaque ainda, o Techint Group, que controla a fabricante de tubos de aço Tenaris, está sendo investigado pela procuradoria de Milão sobre suposta corrupção internacional envolvendo contratos celebrados com a Petrobras, divulgou a empresa nesta segunda-feira.

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Gol (GOLL4, R$ 4,73, +5,35%)
A companhia teve a segunda alta seguida após fortes perdas nas últimas semanas. Apesar de caminhar para um início de mês positivo, os papéis da empresa acumulam queda de 10,84% nos últimos 30 dias.

A Gol vem sendo prejudicada pelo cenário macroeconômico desafiador e alta do dólar, que encarece sua seu endividamento, tendo uma recuperação hoje por conta da queda de cerca de 1% da divisa norte-americana. Por conta da crise, a própria empresa reduziu, há mais de um mês, sua projeção de oferta para 2015 para retração entre 2% e 4%. No ano, as ações da companhia de aviação desabam mais de 70% na Bolsa.

MRV (MRVE3, R$ 6,33, +1,12%)
As ações da MRV diminuíram os ganhos após chegarem a subir quase 4% mais cedo. No radar da companhia está a possibilidade da União adiar a 3ª fase do Minha Casa Minha Vida. Diante da frustração de recursos e da indefinição do orçamento de 2016, o governo pode ser obrigado a postergar o anúncio da terceira etapa do programa, segundo a Agência Estado.

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Pelo Twitter, a presidente marcou para quinta-feira, 10, o anúncio da nova fase do programa de habitação. No entanto, fontes da construção civil, dos ministérios e dos bancos disseram que o governo não conseguiu bater o martelo sobre os novos parâmetros e que o lançamento deve ser adiado ou ficar mais “discreto”.

Papel e celulose
As ações de Fibria (FIBR3, R$ 56,32, +0,66%), Suzano (SUZB5, R$ 19,41, +0,57%) e Klabin (KLBN11, R$ 21,46, +0,09%) tiveram leves ganhos mesmo com a forte queda do dólar, que recuou 1,08%, a R$ 3,8170 na compra e R$ 3,8790 na venda. As ações destas empresas se beneficiam de um cenário de dólar mais alto uma vez que suas receitas estão atreladas à moeda americana, já que são exportadoras. 

Cabe lembrar que o BTG Pactual elevou a sua recomendação para as ações da Fibria para compra, destacando que variáveis importantes, como a queda de quase 8% do real ante o dólar fizeram com que os analistas revisassem as estimativas novamente. Para a Fibria, o destaque é a geração de caixa e benefícios substanciais de diluição de custos no longo prazo. O preço-alvo passou de R$ 47 para R$ 70 por ação. 

O BTG segue com recomendação de compra para a Suzano, a top pick do setor com preço-alvo de R$ 26, enquanto tem recomendação neutra para a Klabin, com preço-alvo de R$ 24.

Cemig (CMIG4, R$ 7,05, -5,11%)
As elétricas registraram um dia de baixa, com o destaque negativo para a Cemig. Conforme destaca reportagem da Agência Estado do último sábado, o valor de mercado da companhia mineira atingiu na semana passada o mais baixo patamar desde 2005. O viés político que passou a contaminar a trajetória das ações desde antes da eleição do governador mineiro Fernando Pimentel (PT) e a ainda delicada situação do setor elétrico nacional também contribuíram para a avaliação menos favorável da companhia.

A trajetória gradativa de desvalorização das ações se acentuou a partir do final do primeiro semestre, após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinar que a Cemig não teria direito à renovação do contrato de concessão da usina hidrelétrica Jaguara. Diante da decisão, o mercado financeiro passou a precificar não apenas o fim da concessão dessa usina, mas também o das usinas de São Simão e Miranda. 

Sem as três unidades geradoras, a estatal mineira deve amargar queda de rentabilidade e, consequentemente, reduzir a distribuição de dividendos. Para evitar esse cenário adverso, o presidente da estatal Mauro Borges, indicado por Pimentel, negocia com o governo federal com o objetivo de manter o controle sobre as três usinas.

Em destaque no noticiário do setor, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou nesta terça-feira, em reunião de diretoria, um reajuste médio de 5,53 por cento para as tarifas da Cepisa, distribuidora de energia da Eletrobras que atende o Estado do Piauí.

Qualicorp (QUAL3, R$ 16,42, -3,64%)
A Qualicorp viu suas ações caírem novamente após duas sessões de alta, tendo no radar ainda a falência da Unimed Paulistana, anunciada na última quarta-feira. Os papéis da Qualicorp caíram 3,61% na quarta e engataram duas sessões de alta, voltando a cair hoje.

Conforme destaca a Santander Corretora, a venda compulsória do portfólio da Unimed Paulistana é negativa para a Qualicorp, uma vez que o processo de transferência dos clientes da Unimed Paulistana para outros planos pode levar a desistências adicionais para a companhia. Os conveniados da Unimed Paulistana representam cerca de 10% do portfólio da Qualicorp.

Apesar do efeito negativo, analistas acreditam que boa parte do newsflow já está precificado e que as ações da companhia estão em um patamar interessante para compra. “A ação está extremamente barata, considerando o potencial de crescimento de seus negócios”, afirmam em relatório os analistas Rafael Frade e Gabriel Gusan, do Bradesco BBI. “Elas estão baratas demais para serem ignoradas, apesar da extrema volatilidade que deve continuar no curto prazo”, complementaram em relatório da semana passada.

Sucroalcooleiras
As ações da Tereos (TERI3, R$ 0,38,+2,70%) voltaram a subir após disparar 54% semana passada com as discussões sobre aumento da Cide ganhando força. Dentro do Ibovespa, a Cosan (CSAN3, R$ 19,79, +2,38%) amenizou após chegar a subir 3,41% mais cedo. 

Uma medida que seria bem vista pelo setor de etanol. Segundo o BTG Pactual, Cosan e São Martinho, após fortes quedas recentes, poderiam oferecer um “ótimo” ponto de entrada para surfar o rali de preços. Se o aumento da Cide for de R$ 0,05 por litro, o banco vê um impacto positivo de 4% no Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado da São Martinho; 4%, no da Cosan; e 2%, no da Tereos. As ações da São Martinho têm queda de cerca de 1% hoje.

Equatorial e Raia Drogasil
As estreantes do Ibovespa Raia Drogasil (RADL3, R$ 38,88, +1,49%) e Equatorial (EQTL3, R$ 32,48, -0,67%) fecharam em rumos opostos. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.