Usiminas dispara 24% e Lojas Americanas é a pior ação da semana; Vale caiu 11% hoje

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve queda de mais de 1% nesta sexta-feira (22), com ajuste do mercado à baixa dos ADRs (American Depositary Receipts) ontem em Nova York. As ações da Vale lideraram as perdas do índice, em meio à derrocada do minério de ferro hoje e a divulgação dos dados de produção da companhia. Na ponta oposta, as ações da TIM dispararam 7,73%, após rumores sobre o interesse da Vivendi, maior acionista da Telecom Italia, em vender a TIM Brasil.

Apesar da queda hoje, as ações da Vale PN aparecem entre as maiores altas do Ibovespa na semana (+7,14%), perdendo apenas para as siderúrgicas, papéis do setor de papel e celulose e Petrobras ON (+8,22%). A maior alta do período foi a Usiminas, cujos papéis dispararam 24%, seguida pela CSN, com alta de 12,42%. 

Do outro lado, as ações da Lojas Americanas lideraram as quedas, com desvalorização de 10,06%, acompanhadas pelos papéis da Lojas Renner (-8,66%). Sobre a Lojas Americanas, rumores sobre queda das margens no 1° trimestre influenciaram o movimento (para conferir a análise completa clique aqui). 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão: 

Vale (VALE3, R$ 19,33, -11,17%; VALE5, R$ 15,31, -8,21%)
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 8,33, -5,34%) – holding que detém participação na mineradora – caíram forte por conta de diversos fatores. Na véspera, dia em que a Bovespa esteve fechada por conta do feriado de Tiradentes, os ADRs (American Depositary Receipts) da companhia fecharam em queda de 8,98%, mesmo após a disparada do minério de ferro.

Segundo Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset, o motivo está no relatório de produção divulgado pela Vale na noite de quarta-feira (20), após o fechamento do mercado aqui no Brasil. De acordo com a empresa, a produção de minério de ferro da Vale em 2016 deverá ficar no limite inferior da faixa prevista para o ano, de 340 milhões a 350 milhões de toneladas, o que indica a chance de uma de produção ante o ano anterior, quando a empresa produziu 345,9 milhões de toneladas. Os dados de produção se juntam com o fato do minério de ferro estar caindo 5,82% neste pregão, ou seja, o mercado doméstico não deve ter muito efeito da alta da commodity na véspera, já que o preço já anulou a disparada.

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Veja mais em: O que explica a queda de 9% da Vale ontem mesmo com alta de 8% do minério?

Em relatório hoje, o BTG Pactual fez uma nova análise de sensibilidade dos preços do minério de ferro e as ações da Vale. Pelo modelo, se o minério seguisse na casa de US$ 60,00 a tonelada, a ação da Vale teria um potencial de valorização de 50%, enquanto se caísse para US$ 40,00, o potencial de perda seria de 70%. Nos atuais preços, a ação está precificando o minério a US$ 50,00 a tonelada no longo prazo – o que, para os analistas, parece “muito otimista”. Com todas as incertezas, eles reiteraram recomendação neutra. O Goldman Sachs disse hoje, em relatório, que espera que o minério volte para US$ 35,00 a tonelada no 4° trimestre. 

Para completar, as ações na China, apesar de fecharem em alta nesta sexta, tiveram seus maiores declínios semanais em três meses. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, reverteu as perdas iniciais e terminou em alta, assim como o índice de Xangai. Na semana, porém, os índices acumularam queda de 3% e 3,9%, respectivamente, seus piores desempenhos semanais desde o fim de janeiro.

Siderúrgicas
As ações de siderúrgicas tiveram dia volátil nesta sessão, com apenas Usiminas (USIM5, R$ 2,60, +3,59%) encerrando em alta, mas depois de ter caído 4,38% (a R$ 2,40) na mínima da sessão. Os papéis da CSN (CSNA3, R$ 13,40, -1,90%), Gerdau (GGBR4, R$ 7,76, -4,67%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,93, -0,68%) tiveram dia de queda.  

Veja mais: Animado com o rali das siderúrgicas? Esses 3 gráficos vão fazer você repensar sobre isso

Petrobras (PETR3, R$ 12,90, +4,54%PETR4, R$ 9,75, +2,85%)
A Petrobras ficou poucos minutos no campo negativo nesta manhã para virar para forte alta, seguindo o preço do petróleo. O brent é negociado com alta de 2,49%, a US$ 45,64 o barril. No início da sessão, os papéis seguiram o movimento dos ADRs da véspera, quando fecharam em queda de cerca de 1%.

O noticiário da companhia também segue movimentado.  A produção de petróleo da Petrobras no Brasil em março caiu 8% ante o mesmo mês do ano anterior e 3% ante fevereiro, para o seu pior nível em quase dois anos, principalmente devido a paradas para manutenção, mas a empresa informou que a meta de extração para o ano está mantida.

Além disso, destaque para a notícia de que a Sete Brasil, empresa de sondas que tem a Petrobras como acionista, decidiu entrar com pedido de recuperação judicial. Também são acionistas os bancos BTG Pactual, Santander e Bradesco, fundos de pensão de estatais como Petros, Funcef, Previ e o fundo de investimento FI-FGTS. 

Por fim, o banco Haitong elevou a sua recomendação para os papéis da Petrobras de ‘venda’ para ‘neutra’ devido à melhora do cenário político-econômico no País desde fevereiro, quando o banco iniciou a cobertura da empresa. A equipe de pesquisa agora trabalha com uma perspectiva de preço de R$ 8,70 para ação ordinária (ON), e de R$ 9,50 para preferencial (PN). No caso das ADRs, a projeção é de US$ 4 e US$ 4,30, respectivamente.

TIM (TIMP3, R$ 8,08, +7,73%)
Seguindo a forte alta dos ADRs na véspera (+4,77%), as ações da TIM lideraram os ganhos do Ibovespa nesta sessão, enquanto os papéis da Oi (OIBR4, R$ 0,92, -1,08%) registraram queda – também acompanhando o movimento dos ADRs na quinta-feira (-6,04%).

Segundo comentário do JPMorgan enviado ao mercado, novas notícias apontam que o maior acionista da Telecom Italia, a Vivendi, procura um comprador para a operadora brasileira.   

Cyrela (CYRE3, R$ 10,27, -2,47%)
As ações da Cyrela caíram forte após a divulgação da prévia operacional; a companhia divulgou lançamentos no primeiro trimestre de 2016 de R$ 613 milhões. O resultado dos três primeiros meses do ano foi 33% superior aos R$ 463 milhões de igual período do ano passado.

A participação da Cyrela nos empreendimentos lançados ficou em 67% no começo de 2016, frente a uma fatia de 72% nos três meses iguais de 2015. Considerando apenas a porcentagem da companhia, o volume de lançamentos no período somou R$ 410 milhões, uma queda de cerca de 23% frente aos R$ 333 milhões do primeiro trimestre do ano passado. Dos seis empreendimentos lançados no trimestre, quatro foram em São Paulo, um no Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais. As permutas representaram R$ 21 milhões nos lançamentos do trimestre, contra R$ 9 milhões no primeiro trimestre de 2015, de acordo com a Cyrela.

Nos três primeiros meses do ano, não houve assinatura de contratos dentro da faixa 1 do programa “Minha Casa Minha Vida” (MCMV), assim como em igual intervalo do ano passado. Ao excluir a faixa 1 do Minha Casa e as permutas, e tomando como base apenas a participação da Cyrela nos empreendimentos, o volume lançado de janeiro a março de 2016 foi de R$ 399 milhões, 23% superior ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados R$ 324 milhões.

As vendas contratadas líquidas da Cyrela Brazil Realty no primeiro trimestre de 2016 somaram R$ 544 milhões, indicando queda de 25% frente aos R$ 723 milhões obtidos em igual período do ano passado, de acordo com a prévia operacional divulgada pela companhia.

O Itaú BBA  destaca que o “cenário macro desafiador e confiança dos consumidores em recorde de baixa continuaram diminuindo a demanda por habitação, o que levou a um conjunto suave de pré-vendas e dados de lançamentos, e uma consequente desaceleração no ritmo de vendas”. O BTG Pactual também destaca que a companhia enfrenta dificuldades de vender os seus estoques em meio à fraca perspectiva da economia: “embora nós acreditemos que a empresa é bem gerida, continuamos a ver o upside limitado e seguimos com recomendação neutra”, destacam. 

Hoje, no radar da empresa, o estande de vendas da obra de construção de um prédio da Cyrela desabou na Vila Olímpia, Zona Sul de São Paulo, nesta manhã, segundo o Corpo de Bombeiros. Uma pessoa morreu e cinco foram socorridas. A Cyrela e ICR Construção Racionais “lamentam profundamente o ocorrido na data de hoje” e “informam que estão prestando toda assistência às vítimas e suas famílias”, disse comunicado em conjunto divulgado pela assessoria de imprensa.

EzTec (EZTC3, R$ 15,90, -4,68%)
A Eztec também registrou forte queda após os dados operacionais da companhia. A empresa registrou baixa de 85% nas vendas líquidas contratadas para R$ 24,4 milhões no primeiro trimestre na comparação anual e de 70% frente os últimos três meses de 2015. O volume de lançamentos caiu 28% na base de comparação anual, para R$ 52 milhões.

O Itaú BBA espera reação negativa do mercado; “dados de lançamentos e pré-vendas foram notadamente fracos, com a empresa seguindo concentrada na venda de estoques de unidades concluídas e sentindo os efeitos dos pesados distratos”.

Helbor
As ações da Helbor (HBOR3, R$ 1,63, -4,12%) desabaram após lançamentos do primeiro trimestre foram de R$ 37,7 milhões. As vendas contratadas no período, parte Helbor, somaram R$ 206,1 milhões, diminuição de 0,1% quando comparadas aos últimos três meses de 2015, disse a companhia.

Em relação ao primeiro trimestre, as vendas parte Helbor apresentaram crescimento de 18,7%. Do total de vendas parte Helbor do trimestre, 0,7% correspondem a vendas de lançamentos e 99,3% de estoque. O BTG Pactual destacou que o trimestre foi fraco, mas que não muda a visão sobre os papéis da empresa, que segue com recomendação neutra. Os analistas também destacam a alta alavancagem da companhia. 

Light
A Light (LIGT3, R$ 9,38, -2,80%) desabou hoje após prévia operacional referente ao primeiro trimestre de 2016 na quarta. O consumo de energia pelos clientes da companhia foi de 6.884 GWh no período, ante 7.422 GWh nos três primeiros meses do ano passado, o que representa uma queda de 7,3%. O mercado cativo registrou consumo de 5.731 GWh, recuo de 7,7%.

Segundo o Credit Suisse, a companhia mais uma vez reportou queda nos volumes de distribuição (que representa mais do que o dobro da variação do último trimestre). Esse movimento segue uma queda relevante no segmento residencial (-10,8% na comparação anual) – divisão que possui as melhores margens. Os analistas comentaram que a notícia é recebida com surpresa, principalmente quando leva-se em conta que a gestão mencionou algo próximo de 3% de retração. 

Entre as categorias de clientes da Light, a maior queda no consumo foi registrada pelo mercado residencial, de 10,8%. No segmento industrial, o recuo foi de 9,3% em 12 meses. Entre os clientes comerciais, queda de 3,8%. Entre os clientes classificados como “outros”, houve recuo de 2,8% no consumo de energia. A Light comercializou R$ 1,412 bilhão em energia no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 5,2% na comparação com o R$ 1,342 bilhão registrado em 2015. O preço médio de venda, já descontados os impostos, ficou em R$ 159, queda de 1,6% em 12 meses.

As vendas de energia no ambiente de contratação livre subiram 2,9% nos três primeiros meses de 2016, para 1.175 GWh. No mercado spot, o resultado ficou negativo em 148 GWh, contra 159 GWh positivo no primeiro trimestre de 2015. 

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