Usiminas afunda 5% e Gerdau se salva com reajuste de preços; só 13 das 59 ações do Ibovespa sobem

Confira os principais destaques de ações desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa manteve distância das mínimas do dia, mas seguiu na maior sequência de quedas desde maio de 2016, operando abaixo dos 74.000 pontos, com o cenário externo mais desfavorável para os mercados emergentes. O principal índice de ações da bolsa brasileira encerrou esta quarta-feira (27) em queda de 0,67%, a 73.823 pontos, depois de ter registrado baixa de 1,61%, a 73.125 pontos, no pior momento deste pregão. 

Do lado positivo, apenas 10 das 59 ações do Ibovespa fecharam em alta, com destaque para Fibria, que subiu 3,5% após figurar entre as maiores quedas do índice ontem, e a Embraer, que comemorou hoje uma decisão dos Estados Unidos contra a Bombardier por subsídios. 

Na outra ponta, os papéis da Usiminas novamente apresentou forte queda nesta semana (lembrando que na segunda a ação fechou em queda de 12% e na terça-feira subiu 1,6%, recuperando parte do terreno perdido). Na sequência das maiores baixas do índice destaque para as ações da Smiles e Eletrobras, com perdas acima de 4%. 

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Confira abaixo os destaques da bolsa desta quarta-feira:

Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 43,21, +0,07%)

A distribuição de dividendos do Itaú pode aumentar. Foi o que indicou o co-presidente do conselho do Itaú Unibanco,  Roberto Setúbal, em evento em São Paulo com analistas e investidores, na véspera. Segundo ele, o atual percentual de distribuição de dividendos do banco, de 35%, será uma espécie de piso que o banco tentará manter. Com o banco continuando com rentabilidade elevada, gerando capital, podemos ter elevação do percentual de dividendos. Segundo ele, o banco não tem interesse em manter excesso de capital

Ontem, mais cedo, o Itaú divulgou fato relevante em que afirmou manter payout em 35% e retira limite de 45% de payout. Já Setúbal disse que o Itaú vai buscar índice de Basileia de no mínimo 15%, considerando já dívida subordinada de capital nível 1. O índice mínimo definido pelo regulador para Basileia 3 é de 11,5%.

Durante o evento, o executivo afirmou ainda que o banco não tem expectativa de fazer nenhuma outra aquisição relevante no Brasil e, ao falar sobre a carteira de crédito, apontou que ela  tem espaço para crescer no Brasil em velocidade de até 2 vezes o PIB. 

Petrobras (PETR3, R$ 15,88, -1,61%;PETR4, R$ 15,31, -1,61%)
Puxadas pelo sentimento de maior aversão ao risco dos mercados globais, as ações da Petrobras registraram queda hoje. Não contribuiram também para o bom humor dos investidores os preços do petróleo, que registraram poucos ganhos e perdas. Em Londres, os contratos futuros do Brent caíam 1,28%, a US$ 57,69 o barril, enquanto os contratos do WTI, em Nova York, avançaram 0,4%, a US$ 52,14 o barril.

Além disso, no radar, a Petrobras anunciou a elevação em 1,5% preço da gasolina e em 0,2% do diesel. Os preços são válidos para as refinarias a partir de 28 de setembro, segundo informação no site da estatal.

Atenção ainda para o leilão da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O diretor-geral da agência, Décio Oddone, estima em cerca de R$ 500 milhões a arrecadação da União em bônus de assinatura com a 14ª Rodada de Licitações. O somatório dos bônus excede esse valor, porém, a avaliação de Oddone é que apenas de 20% a 30% sejam arrematados, como acontece tradicionalmente.

O diretor-geral da ANP disse esperar por manifestação contrária ao leilão na quarta-feira, na porta do hotel onde acontecerá a concorrência, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. “Manifestação é um direito. Por outro lado, há uma decisão majoritária de continuar com investimento”, afirmou.

Já o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a estatal vai participar do leilão de maneira seletiva, priorizando projetos dentro de limites de investimento da empresa, que tem US$ 90 bilhões de dívidas e US$ 75 bilhões de investimentos previstos no plano quinquenal. A Petrobras quer recuperar relação entre reserva/produção, hoje considerada adequada. Segundo ele, a aceleração do ritmo de leilões vai colocar Brasil em posição de maior destaque na indústria mundial de petróleo. Desde a abertura do setor, Brasil realizou 16 leilões, e apenas nos próximos três anos serão 10, pontuou o CEO da estatal: “vejo de forma bastante positiva o Brasil na indústria de petróleo mundial daqui a cinco anos”. 

Vale e siderúgicas
Por sua vez, as ações da Vale (VALE3, R$ 31,93, +1,37%; VALE5, R$ 29,56, +1,69%), da Bradespar (BRAP4, R$ 23,90, +1,06%) – holding que detém participação na Vale  – ganharam força ao longo do dia e conseguiram fechar no positivo. 

Já do lado das siderúrgicas, a Gerdau (GGBR4, R$ 11,16, +0,45%) encerrou em alta, enquanto Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,22, -1,51%), CSN (CSNA3, R$ 9,27, -2,32%) e Usiminas (USIM5, R$ 7,97, -4,67%) registraram perdas nesta sessão.  

A falta de ânimo dos investidores com esses papéis acompanhou também o dia misto para os preços do minério de ferro. Enquanto a commodity spot (à vista) negociado no porto de Qingdao, na China, caiu 1,23%, a US$ 64,15 a tonelada, os contratos futuros do minério,  cotados na bolsa chinesa de Dalian, subiram 1,07%, a 473 iuanes. 

Além disso, no radar da Gerdau, a siderúrgica – única que registrou alta hoje no setor – se salvou do sell off em meio ao anúncio de aumento de preços de vergalhão em US$ 20,00 a tonelada nos Estados Unidos, conforme uma carta enviada ontem pela empresa aos clientes. Todos os pedidos confirmados até 25 de setembro serão protegidos contra o preço, se enviados até o dia 14 de outubro, diz a companhia. O movimento segue a iniciativa de preços da Commercial Metals Co. (CMC) para vergalhão, anunciada na segunda-feira.

“Como mencionamos ontem, pensamos que outras siderúrgicas dos EUA seguiriam a direção da CMC no curto prazo, o que foi confirmado pelo movimento da Gerdau. Vemos isso como um evento positivo para as siderúrgicas dos EUA, pois confirma seu poder de preços melhorado devido a uma pressão mais baixa proveniente de importações de aço (as importações de vergalhão caíram 15% em agosto na comparação mensal). Mas vale ressaltar que parte dos ganhos dessas caminhadas servirá apenas para compensar as pressões de custos, provenientes principalmente de eletrodos, ferro ligas e refratários”, comentaram os analistas do Bradesco BBI.

Frigoríficos
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, defendeu ontem, em São Paulo, a expansão das importações brasileiras no setor agrícola, mesmo em áreas exportadoras como meio de conquistar mais clientes no mercado globalizado. 

Em relatório nesta manhã, analistas do BTG Pactual comentam que a notícia é positiva para os players brasileiros de carne bovina. “Embora o volume das exportações brasileiras de carne de bovino para os EUA represente apenas 3% do volume total exportado no acumulado do ano (e 2,4% em 2016), vemos melhores perspectivas para a criação de relacionamentos comerciais com outros países. Esse ambiente melhor de exportação poderia vir em um bom momento para os produtores de carne brasileira, principalmente quando consideramos o ciclo positivo do gado no Brasil com (i) uma maior disponibilidade de gado e (ii) um atrativo spread de carne bovina (atualmente é de cerca de 10% acima da média histórica)”, comentaram.

Eles reiteraram preferência e recomendação de compra para as ações da Minerva (BEEF3, R$ 11,30, -0,44%), mas apontaram que a Marfrig (MRFG3, R$ 6,59, -1,05%) também deve se beneficiar desse ambiente.

A surpresa de R$ 1 bilhão que a BRF pode trazer ao mercado no balanço do 3º trimestre. Leia aqui.

Copel (CPLE6, R$ 27,82, -2,63%)

A Copel anunciou redução do investimento em 2017 de R$ 2,87 bilhões para R$ 2,33 bilhões. O programa passou por nova revisão para readequar o cronograma físico-financeiro, disse a Copel em fato relevante. O volume aplicado em geração e transmissão, o maior do orçamento, foi mantido em R$ 1,02 bilhão. A empresa reduziu previsão de investimento em distribuição, telecomunicações e na Cutia Empreendimentos Eólicos. 

Cemig (CMIG4, R$ 7,92, -1,61%)
Da máxima para a mínima do dia, as ações da Cemig caíram 4,6% sem que a empresa tenha conseguido ficar com uma das quatro usinas leiloadas hoje. Apesar do movimento negativo, o leilão das usinas – São Simão (GO/MG), Jaguara (MG/SP), Miranda (MG) e Volta Grande (MG/SP) – trouxe um resultado acima do esperado. O governo arrecadou R$ 12,1 bilhões com a venda, contra expectativa de R$ 11 bilhões. 

Os chineses foram os únicos a fazer oferta por São Simão, de R$ 7,18 bilhões, ágio de 6,5% sobre o lance mínimo de R$ 6,74 bilhões; a oferta da Engie (EGIE3, R$ 35,89, -1,59%), antiga Tractebel, por Jaguara foi de R$ 2,17bilhões  superou proposta da Enel de R$ 1,92 bi, segundo a Aneel, ágio de 13,6%; A Engie levou ainda a usina Miranda, por R$ 1,360 bi, ágio de 22,5% sobre o preço mínimo de R$ 1,11 bilhão. Já Volta Grande ficom com a Enel, lance de R$ 1,419 bilhão, ágio de 9,8%.  Os contratos têm prazo de 30 anos.

A equipe de análise da XP Investimentos destacou que o leilão é positivo para a desalavancagem da Cemig; enquanto isso, o BTG Pactual viu as duas aquisições da Engie como positivas. 

O montante arrecadado pelo governo será usado pelo governo para tentar fechar as contas deste ano, com o déficit previsto de R$159 bilhões. 

Fibria (FIBR3, R$ 40,28, +3,55%)

A Fibria informou o encerramento da operação de captação de recursos por meio da distribuição pública de certificados de recebíveis do agronegócio das 9ª e 10ª séries da 1ª emissão da RB Capital Companhia de Securitização, lastreada em notas de crédito à exportação emitidas pela companhia, segundo comunicado. O valor captado foi de R$ 941,3 milhões. 

Ainda sobre a Fibria, o Bradesco BBI destaca que a empresa realizou uma visita com investidores ao seu projeto Horizonte 2, um marco importante para melhorar a competitividade de custos da empresa. O projeto foi entregue antes do cronograma e abaixo do orçamento e ramp-up está evoluindo à frente das expectativas. “A mensagem principal é que o projeto proporcionará à empresa uma maior competitividade em termos de custos, o que implica uma maior capacidade de absorção sobre volatilidade nos preços de câmbio e celulose. A geração massiva de FCF e desalavancagem nos próximos meses significa que a Fibria terá que tomar importantes decisões de alocação de capital. O management da empresa mencionou que todas as opções estão na mesa: dividendos, recompra de ações, crescimento (Horizonte 3 será próximo) ou M&A”, afirmaram os analistas do banco, que mantêm recomendação neutra e preço-alvo de R$ 43.

Oi (OIBR4, R$ 3,56, +0,28%)

Duas notícias agitaram o radar sobre a Oi. A disputa judicial entre Oi e Aurelius terminou ontem sem decisão. O julgamento para decidir se a jurisdição adequada para supervisionar a reorganização de uma unidade holandesa da Oi deve ficar na Holanda ou no Brasil terminou com o juiz de falências dos EUA Sean Lane dizendo que as partes devem apresentar documentos judiciais que descrevem suas opiniões sobre o assunto até o dia 6 de outubro. 

O caso envolve disputa entre a Aurelius Capital Management e um grupo de detentores de títulos de dívida externa da Oi versus um outro grupo de detentores de outro tipo de papéis da Oi sobre qual o local apropriado para a jurisdição da unidade holandesa da Oi, a Coop. Os detentores de eurobônus do grupo do Aurelius acham que a principal reorganização da unidade deveria ocorrer na Holanda, e não no Brasil – algo que poderia ajudar a sua estratégia legal e melhorar seus retornos sobre a dívida da unidade holandesa.

Se Aurelius e o grupo internacional ganharem, “eles teriam a capacidade, ao deter a reestruturação da Coop, de cortar o acesso renovado da Oi aos mercados de capitais”, disse Jason Zakia, advogado da Oi, nesta terça-feira. Corinne Ball, advogado de um administrador da unidade holandesa, argumentou durante o julgamento que os tribunais holandeses decidiram duas vezes que a Holanda é a jurisdição adequada para a reorganização de Coop. 

Já o Valor Econômico informa que está previsto para ser analisada hoje pelo conselho de administração da companhia, em reunião marcada para o meio-dia, uma nova versão do plano de recuperação judicial da operadora. Uma das principais alterações em relação à versão anterior, apresentada em março de 2017, deverá ser a inclusão de uma operação de aumento de capital no valor de quase R$ 9 bilhões, diz a publicação. Em julho, o conselho da Oi havia dado sinal verde para uma capitalização de R$ 8 bilhões.

Embraer (EMBR3, R$ 18,45, +2,44%)

A Embraer manifestou apoio à decisão do Departamento de Comércio dos EUA sobre a Bombardier. A companhia brasileira cita decisão preliminar do Departamento de Comércio dos EUA dizendo que Bombardier se beneficiou de subsídios do governo canadense, segundo comunicado por email.

Na sua apuração, Departamento de Comércio descobriu que governo federal, estadual e municipal do Canadá subsidiou fortemente a Bombardier e sua família de aeronaves C-series, diz a Embraer. Mesmo não sendo parte da investigação, decisão fortalece posição da Embraer de que os subsídios permitiram à Bombardier oferecer aeronaves a preços abaixo dos custos de produção, distorcendo o mercado, diz o comunicado.

Santos Brasil (STBP3, R$ 3,50, -2,23%)

Não há, até o momento, qualquer acordo celebrado a respeito de uma operação envolvendo ativos nas cidades de Imbituba (SC) e Barcarena (PA), diz a Santos Brasil em comunicado ao mercado comentando notícias veiculadas na imprensa.

A empresa disse que avalia periodicamente diferentes estratégias para o desenvolvimento de seu negócio e financiamento de suas atividades, incluindo alternativas de desinvestimento de ativos.