Um dia após decidirem concessões, papéis do setor elétrico disparam

Cteep e Eletrobras chegam a subir mais de 9% após aceitarem termos para renovar concessões; Cemig sobe, mas ainda não deu a resposta final sobre concessões; Cesp recua após rali da véspera

Nara Faria

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Atualizado às 11h35 (horário de Brasília)

SÃO PAULO – Um dia após as companhias do setor elétrico se pronunciarem se aceitam ou não renovarem as suas concessões de acordo com as regras estabelecidas pelo governo, as ações do setor elétrico disparam no pregão desta terça-feira (4).

Às 11h34 (horário de Brasília) ações da Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 32,49, +6,88%) e Eletrobras (ELET3, R$ 7,56, +1,48%; ELET6, R$ 9,77, +1,45%), que decidiram por renovar as suas concessões, aparecem entre as maiores altas no Ibovespa nesta sessão. Mais cedo, essas três ações chegaram a subir quase 10%.

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A decisão da Eletrobras de acatar os termos estabelecidos pelo governo não foi grande surpresa para o mercado, pois a companhia já havia manifestado o interesse pelos ativos.

Já a Transmissão Paulista foi uma surpresa positiva. A companhia titubeou se aceitaria ou não renovar as concessões, mas mudou a opinião após a decisão do governo de rever as indenizações.

Em teleconferência realizada na manhã desta terça-feira, o diretor-presidente da companhia, César Ramirez, afirmou que a decisão foi tomada após a emissão da Medida Provisória 591 – em adição à MP 579 -, autorizando o poder concedente a pagar os valores relativos aos ativos considerados não depreciados existentes em 31 de maio de 2000. 

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Segundo ele, o governo admitiu o recebimento remuneração corrigida pelo IPCA (Índice de Preço ao consumidor Amplo) mais 4% de juros ao ano e a expectativa das melhorias por meio da receita.

Cemig ainda não tem decisão final
Em seguida, aparecem os ativos da Cemig (CMIG4, R$ 25,84, +1,65%), companhia que deixou para se manifestar se aceitam ou não os termos para as renovações dos contratos nesta terça-feira. 

A Cemig não manifestou o interesse dentro do prazo estabelecido pelo governo para a renovação de concessões as hidrelétricas São Simão, de 1,7 mil megawatts (MW), Jaguara (424 MW) e Miranda (408 MW) e solicitou a renovação de outras concessões de geração e transmissão com ressalvas.

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Um dos motivos para que o governo decidisse por rever os valores das indenizações foi justamente a expectativa de que a companhia mineira reconsidere ficar também com esses três ativos sob sua concessão.

Outras manifestações
Apesar de altas menos relevantes, também seguem no campo positivo os papéis da Copel (CPLE6, R$ 29,26, +0,58%), que decidiu por renovar os ativos de geração e deixar de fora os de transmissão, e Celesc (CLSC4, R$ 26,40, +0,38%), que negou renovar os seus contratos.

A Copel anunciou a decisão pela renovação dos ativos de transmissão de acordo com as novas regras estabelecidas pela Medida Provisória 579, optando, porém, por não renovar os ativos de geração de energia. 

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Para os analistas Marcio Loureiro e Bruno Santos, do Santander, a decisão teve o objetivo preservar o valor máximo da companhia relacionado à geração de caixa e dimensão estratégica dos ativos.

A Celesc informou que a decisão por não renovar considerou, entre outros fatores, a restrição de receita da ordem de 79,0%.

Cesp na direção contrária
Já as ações da Cesp (CESP6, R$ 18,68, -1,68%) registram queda, após o companhia se negar a assinar as renovações alegando que as alterações na Medida Provisória 579 propostas pelo governo não foram suficientes. Contudo, vale mencionar a forte alta dos papéis minutos antes do fechamento do pregão da véspera, após a anúncio pela não renovação dos contratos.