UBS BB corta Carrefour (CRFB3) para neutro e ação desaba 8%; BBA recomenda compra de Hapvida (HAPV3) e mais recomendações

Ainda em destaque, BBI reforçou visão positiva para Copel, Genial iniciou cobertura para Petz com recomendação de compra e XP revisou 4 ações

Felipe Moreira Lara Rizério

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Diversas recomendações movimentaram a sessão desta quarta-feira (19) na Bolsa.

Chamando a atenção, está o corte de recomendação do UBS BB para as ações do Carrefour Brasil (CRFB3) o que, em conjunto com o dia bastante negativo para as empresas de consumo no geral na B3, levaram a uma queda de mais de 8% dos ativos. O papel CRFB3 fechou a sessão em queda de 8,37%, a R$ 10,07, destaque de baixa do Ibovespa.

Entre outros destaques, o Itaú BBA retomou cobertura para Hapvida (HAPV3) com recomendação de compra, o Bradesco BBI reforçou visão positiva para Copel (CPLE6) e elevou preço-alvo, enquanto Genial iniciou cobertura para Petz (PETZ3) com recomendação de compra.

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Já a XP revisou suas estimativas para B3 (B3SA3), BTG (BPAC11) e BR Partners (BRBI11)  e também para a Vittia (VITT3). Confira os destaques das recomendações:

Carrefour Brasil (CRFB3)

O UBS BB rebaixou a recomendação das ações do Carrefour Brasil de compra para neutra, reduzindo o preço-alvo de R$ 21 para R$ 13 (ainda um potencial de valorização, ou upside, de 18% em relação ao fechamento da véspera).

De acordo com os analistas da casa, os custos de integração do Grupo BIG contribuíram para a pressão de margem Ebitda (Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre receita) de cerca de 1,50 ponto percentual do grupo no quarto trimestre de 2022 (4T22), tendência que os analistas esperam que se mantenha, enquanto as vendas de lojas convertidas ainda não amadureceram.

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Enquanto isso, as operações autônomas podem desacelerar com a inflação dos alimentos também em desaceleração (estimada em média de 3,8% em 2023 versus 13,9% em 2022) e riscos competitivos após conversões de hipermercados Extra em cash & carry (atacarejo).

Enquanto isso, maiores provisões no Banco Carrefour (CSF) após a integração de clientes BIG, juntamente com o aumento das despesas financeiras, também levaram os analistas a reduzirem as estimativas de lucro por ação (LPA) de R$ 0,94 para R$ 0,66 em 2023 e de R$ 1,62 para R$ 1,16 em 2024.

“Do lado positivo, a sinergia poderia compensar alguns custos de integração, ao mesmo tempo em que fortalece a posição de liderança da companhia no varejo de alimentos. Além disso, a potencial monetização de ativos imobiliários e crescimento
clientes em potencial no Sam’s Club podem apoiar o valuation”, destacam.

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Os analistas esperam que as vendas consolidadas nas mesmas lojas desacelerem para 5,7% em 2023, de 12,2% em 2022, já que a moderação da inflação de alimentos em 2023 pode desacelerar as vendas do Atacadão, particularmente devido à sua forte orientação para clientes B2B mais sensíveis ao preço.

Enquanto isso, os analistas mapearam uma sobreposição de aproximadamente 34% entre os hipermercados Carrefour e os hipermercados concorrentes Extra que estão sendo convertidos em unidades de cash & carry mais acessíveis, o que pode desacelerar o segmento de varejo do Carrefour e desencadear conversões adicionais de hipermercados Carrefour.

Sobre o BIG , o UBS BB destaca ainda que, recentemente, o Carrefour anunciou que receberá R$ 1 bilhão de volta com relação à aquisição, relacionado a suas contingências pré-existente.

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“Notadamente, as provisões para contingências trabalhistas têm acelerado desde a consolidação do BIG. Enquanto isso, cerca de 75% da dívida de R$ 14 bilhões tem maturação no curto prazo. “Embora pensemos que o Carrefour tem índices de alavancagem altamente gerenciáveis, a necessidade de refinanciar com altas taxas de juros poderia pressionar ainda mais o LPA, parcialmente compensado pelos juros incrementais sobre o caixa a serem recebidos pelos vendedores do BIG”, afirmam.

Hapvida (HAPV3)

Após a gigante do setor de saúde Hapvida (HAPV3) concluir o processo de oferta subsequente de ações (follow-on) e anunciar o desinvestimento de alguns hospitais, o Itaú BBA decidiu retomar a cobertura da empresa, com classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 4,50, o que representa um potencial de valorização de 87,5% frente a cotação de fechamento de terça-feira (18) de R$ 2,40. A ação registra a maior queda do Ibovespa em 2023, com baixa de cerca de 53% até a tarde desta quarta.

O banco destaca que a alavancagem financeira da empresa recebeu um grande alívio, caindo de 4,25 vezes antes da injeção de capital para 3,05 vezes dívida líquida / Ebitda ex-IFRS 16.

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A Hapvida levantou R$  1,06 bilhão com a oferta de ações e a operação de venda e leaseback deve injetar mais R$ 1,25 bilhão na companhia.

No curtíssimo prazo, analistas esperam um início de ano fraco em termos de crescimento da base de beneficiários, com a empresa reportando prejuízos líquidos.

Eles comentam que ainda é muito cedo para ver uma aceleração no crescimento médio do ticket, enquanto o custo por beneficiário provavelmente aumentará devido à sazonalidade mais fraca do primeiro trimestre em comparação com o quarto trimestre. Em termos de rentabilidade, esperam que a sinistralidade caixa consolidado (MLR, na sigla em inglês) permaneça estável em 73,1% no trimestre.

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Apesar de uma abordagem ainda mais conservadora para a recuperação do MLR nos próximos trimestres, BBA vê a Hapvida sendo negociada a um Preço/Lucro descontado de 8 vezes em 2024. Apesar do cenário de curto prazo ainda incerto, a avaliação atraente sustenta a recomendação de compra do papel.

Copel (CPLE6)

O Bradesco BBI elevou o preço-alvo de Copel de R$ 11 para R$ 12 (upside de 56% em relação ao fechamento da véspera) e seguiu com recomendação outperform para o ativo, fazendo ainda um “guia rápido” de porque a ação da elétrica paranaense vale pelo menos R$ 12, na visão dos analistas da casa.

“Definimos um novo preço-alvo para 2023 de R$ 12,00, assumindo a probabilidade de 100% de privatização da empresa até outubro – cenário que reflete dois eventos positivos recentes que parecem ter solidificado as expectativas”, avalia. Os próximos passos incluem a aprovação pelos tribunais de contas da União (TCU) e estaduais (TCE) de partes vitais do processo relacionadas a méritos técnicos (as negociações políticas necessárias no estado e com o governo federal já foram realizado com sucesso).

No modelo do banco, incluíram  a oferta de ações para diluir o estado do Paraná abaixo do controle, em aproximadamente R$ 5 bilhões, incluindo R$ 2 bilhões de oferta primária e aproximadamente R$ 3 bilhões de oferta secundária (ações ordinárias vendidas pelo Paraná).

Embora ainda a ser definido, o estado do Paraná precisaria vender aproximadamente 16% de sua participação no capital total, e os analistas estimam uma Dívida Líquida/Ebitda pós-privatização em torno de 2,5 vezes.

“Estimamos que a CPLE6 atualmente desconta uma probabilidade de privatização de aproximadamente 20%. Em nossa opinião, é aconselhável começar a comprar as ações agora e não esperar pela oferta de privatização ainda neste ano (lembre-se de que as ações da Eletrobras capturaram a maior parte da performance antes da oferta de privatização)”, aponta.

Petz (PETZ3)

Em relatório com o título “oportunidade ou armadilha?”, a Genial Investimentos iniciou a sua cobertura para a Petz com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 8, ou um upside de 34%.

Para os analistas, atual líder no mercado para animais de estimação, a Petz está em uma boa posição para manter a consolidação o setor ao longo dos próximos anos.

“Em nossa estimativa, o setor pet brasileiro deve crescer 15,0% ao longo dos próximos três anos. Com atuais 8,0% de market share e com um plano de abertura de lojas mais agressivo os concorrentes, é quase ‘natural’ pensar no crescimento do faturamento da Petz ao longo dos próximos anos”, aponta a casa. A expectativa é de uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) esperada entre 2022 e 2025 de 24,0% da receita bruta.

À medida que as novas lojas ganharem maturação e dado uma inflexão na rentabilidade de aquisições, os analistas esperam que a Petz cresça seu lucro por ação em 39,0% nos próximos três anos.

Já os principais riscos da tese citados pela casa são: (1) Competição mais acirrada; (2) Riscos de execução das integrações; (3) Reforma tributária e impactos no lucro; (4) Instituição de um piso salarial para médicos veterinários; e (5) Maiores níveis de capex (investimentos em capital) em relação ao esperado.

B3 (B3SA3), BTG (BPAC11) e BR Partners (BRBI11

Em relatório, a XP revisou suas estimativas para três empresas do mercado de capitais: B3 (B3SA3), BTG (BPAC11) e BR Partners (BRBI11) após os resultados do 4T22. Os analistas da casa possuem recomendação neutra para as duas primeiras e de compra para a terceira, com preços-alvo respectivos de R$ 13,60 (upside de 13%), R$ 27,20 (upside de 19%) e de R$ 14,20 (upside de 39%).

“No geral, esperamos que as taxas de juros mais altas durem mais tempo, a persistência do sentimento negativo decorrente de eventos de crédito adversos ocorridos no 1T23 e cenário macro desafiador. Por esta razão, acreditamos que as empresas terão que redobrar seus esforços seja para cortar custos ou trazer fontes adicionais de receitas para compensar a ainda fraca atividade do mercado de capitais”, apontam.

Desta forma, como resultado, reduziram os preços-alvo nos três nomes na cobertura do mercado de capitais. B3SA3 saiu de R$ 14 para R$ 13,60 por ação; BPAC11 saiu de R$ 30 a unit para R$ 27,20; e BRBI11 saiu de R$ 17 por ação para R$ 14,20.

No setor financeiro em geral, Itaú (ITUB4) permanece como a preferência da casa no setor financeiro.

“O provável ciclo de aperto monetário global mais longo, juntamente com eventos corporativos adversos nos ambientes doméstico e global, colocam pressão adicional sobre os mercados de capitais e devem atrasar o início da melhora até o final de 2023. Em nossa opinião, a combinação de altas taxas de juros e altas a incerteza adiará a esperada recuperação para o final do ano, em vez de meados de 2023”, avaliam.

Sobre B3, apesar das crescentes preocupações com a concorrência, os analistas ainda consideram as operações dominantes da empresa e a significativa remuneração dos acionistas como diferenciais. No entanto, devido à falta de gatilhos de curto prazo e potencial de valorização limitado, mantêm uma classificação neutra.

Sobre o BTG Pactual, apesar da recente queda das ações, os analistas ainda veem sólida execução do BTG como já precificada (dado o atual prêmio em relação aos seus pares).

Já sobre BR Partners, a XP vê o banco como apto para aproveitar as oportunidades criadas por taxas de juros mais baixas, levando a uma visão mais positiva sobre as ações.

Vittia (VITT3)

Os analistas da XP também atualizaram suas estimativas e preço-alvo para Vittia, incorporando o difícil momento de curto prazo para produtos baseados em NPK, enquanto permanecem confortáveis ​​com as perspectivas para produtos biológicos.

“Embora tenhamos aumentado nossas estimativas de Ebitda para os próximos anos, reduzimos ligeiramente nosso preço-alvo de R$ 18,90 por ação para R$ 17,90 por ação pois incorporamos um custo de capital mais elevado”, apontam, reiterando recomendação de compra.

Os analistas seguem otimistas com a tese de Vittia, a qual traz uma rara combinação de crescimento sustentável com margens altas e baixa alavancagem.

“Vemos a empresa bem posicionada para liderar o setor de biológicos, pois o crescimento sustentável é como cultivar uma árvore a partir de uma muda: começa com uma pequena semente, mas com tempo e cuidado, torna-se algo forte”, afirmam.

Grupo Soma (SOMA3)

Após incorporar resultados mais fracos do que o esperado em 2022 e premissas de alto custo de capital próprio, os analistas do Itaú BBA optaram por ajustar as estimativas para o Grupo Soma para baixo.

No entanto, ainda veem uma boa relação de risco-retorno para a ação, com base em uma combinação de exposição a gatilhos de curto prazo, principalmente diante do momento operacional da Hering (melhor dinâmica de vendas no curto prazo e potencial evolução da rentabilidade ao longo do ano) e perspectivas animadoras para a expansão global da marca Farm; e um múltiplo atraente de preço em relação ao lucro por ação (P/L) de 14 vezes em 2023, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 33% para o lucro por ação.

“Desta forma, mantemos nossa recomendação de compra para SOMA3 e estabelecemos um preço-alvo de R$ 12 ao fim de 2023, o que implica em potencial de valorização de 49% em relação ao último fechamento. No geral, vemos a ação como uma boa oportunidade de investimento para navegar em um 2023 volátil”, apontam.

Apesar de um cenário mais benéfico, os analistas apontaram que possíveis discussões sobre mudanças na política atual de
benefícios fiscais (principalmente ICMS) podem afetar o desempenho da ação.

“No entanto, este é um tema complexo, cercado por muita incerteza, e estimamos que o foco na alta renda da Soma aumenta sua capacidade de repassar no preço quaisquer impactos (pelo menos parcialmente). Dito isto, nosso novo modelo não incorpora nenhuma potencial alteração relacionada com o reconhecimento de benefícios fiscais”, reforçam.