Traders do Goldman geram US$ 1 bilhão com tumulto do petróleo

Lucro inesperado representa uma redenção para a área do banco

Bloomberg

Instalações de petróleo da Aramco (divulgação)

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(Bloomberg) — A área de commodities do Goldman Sachs Group, outrora a joia da coroa da operação de negociação de ativos, está redescobrindo sua antiga mágica em meio à turbulência dos mercados.

A unidade de commodities gerou mais de US$ 1 bilhão no ano até maio, aproveitando as enormes oscilações de preços e entregando o melhor começo de ano em uma década, de acordo com pessoas a par do assunto. Esse impulso veio em grande parte da negociação de petróleo, supervisionada por Anthony Dewell e Qin Xiao, que posicionaram corretamente suas apostas para o colapso dos preços, segundo as fontes, que pediram para não serem identificadas enquanto discutiam informações confidenciais.

O caos sem precedentes nos mercados de petróleo derrubou o valor do barril para abaixo de zero, deixou gestores de risco em apuros e forçou pequenos investidores a desfazer apostas. Ao mesmo tempo, foi uma oportunidade para os operadores de Wall Street. O lucro inesperado representa uma redenção para a área, que há menos de dois anos tinha um futuro incerto sob o comando do novo chefão, David Solomon, que desaprovava um negócio que não estava gerando dinheiro suficiente.

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“Somos formadores de mercado e temos uma imagem de longa data junto a clientes”, afirmou o porta-voz do Goldman, Patrick Lenihan. “E agora, como sempre, fazemos todo o possível para ajudar nossos clientes a gerenciar seus riscos.”

Operadores de Wall Street se beneficiaram este ano à medida que a volatilidade impulsionou transações, ajudando os grandes bancos a compensar a desaceleração em outras linhas de negócios afetadas pela pandemia global e pela piora da economia.

Os primeiros ganhos do Goldman com a turbulência foram gerados sob a batuta de Xiao. O sócio do banco, que trabalha em Cingapura e é chamado de QX pelos colegas, supervisiona o negócio de commodities na Ásia. Mesmo quando as bolsas estavam perto de bater recordes, Xiao antecipou o risco de colapso da economia. Foi o que aconteceu quando a pandemia tomou a Ásia e o mundo. As apostas dele estavam posicionadas de acordo no caso do petróleo e produtos relacionados, que perderam dois terços do valor no primeiro trimestre.

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Contraparte de Xiao em Londres, Dewell realizou transações que anteciparam corretamente o derretimento do mercado de futuros do petróleo do tipo WTI em abril, quando os tanques de armazenamento se encheram e os preços desabaram para zero. Esse movimento levou a uma onda de vendas forçadas de produtos para investidores, como fundos negociados em bolsa (ETFs) que não foram projetados para a possibilidade de preços negativos.

Dias de glória

Regras mais rígidas destinadas a reduzir riscos após a crise de 2008 impediram os bancos médios de manter equipes dedicadas à negociação de ativos. Mas mesmo no trabalho de formação de mercado, a maioria dos livros de negociação costuma ter uma aposta direcional inerente que pode gerar lucros altos em períodos de flutuação exagerada dos preços. No caso do Goldman, resumidamente, a casa estava vendida em petróleo e ganhou muito com isso.

Os lucros atuais lembram o que ocorria uma década atrás, quando a unidade gerava receita anual de cerca de US$ 3 bilhões. Mais tarde, os lucros diminuíram e a unidade chegou a ser ameaçada quando o pessoal de Salomon assumiu e questionou sua necessidade.

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No fim das contas, após líderes da área de negociação recusarem algumas ideias mais extremas, a nova gestão recuou, realizou cortes modestos e afirmou publicamente seu o apoio à divisão.

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