Tesla (TSLA34) registra receita recorde no 4º tri, mas sinaliza problemas na cadeia de suprimentos; ação fecha em queda de 11,5%

Analistas destacam que resultado da empresa veio bastante sólido e um pouco acima das expectativas, principalmente em termos de margens

Equipe InfoMoney

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A fabricante de veículos elétricos Tesla (TSLA34) divulgou seu resultado no quarto trimestre de 2021 na noite da véspera com números que animaram os investidores.

A companhia reportou uma receita recorde de US$ 17,7 bilhões, um aumento de 65% na base anual, superando em 6% as expectativas do mercado (segundo compilações da Refinitiv) que era de US$ 16,6 bilhões. O lucro por ação foi de US$ 2,54 versus US$ 2,37 projetado pelos analistas, uma surpresa positiva de 7%.

No ano, a empresa teve lucro ajustado de US$ 2,9 bilhões, acima dos US$ 903 milhões do ano anterior e dos US$ 2,6 bilhões previstos por analistas consultados pela Refinitiv.

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Além disso, a empresa entregou mais de 936 mil veículos em todo o mundo em 2021, um aumento de 87% na base anual e acima da expansão média anual de 50% projetada ao longo de vários anos.

A margem bruta “ex” créditos foi de 29,2%, expansão de 8,5 pontos percentuais contra a base do quarto trimestre de 2020.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de US$ 4,09 bilhões, crescimento de 121%. Logo, a margem operacional fechou o trimestre em 23,1%, expansão de 5,8 pontos percentuais contra o mesmo período de 2020.

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“O resultado da Tesla veio bastante sólido e um pouco acima das expectativas, principalmente em termos de margens. Sem dúvidas, 2021 foi um ano que colocou a companhia em outro patamar em termos de fundamentos”, destaca a equipe de análise da Levante Ideias de Investimentos.

Em contrapartida, a empresa sinalizou que os problemas na cadeia de suprimentos global, que contribuiu para uma redução nas vendas para a maioria das outras grandes montadoras, também irão atingir a Tesla em 2022.

“Nossas próprias fábricas estão funcionando abaixo da capacidade há vários trimestres, já que a cadeia de suprimentos se tornou o principal fator limitante, que provavelmente continuará até 2022”, disse a empresa.

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A XP destaca que, olhando para o futuro, as duas novas fábricas da Tesla no Texas e Berlim podem eventualmente dobrar a capacidade de produção, mas a empresa não detalhou muito sobre os planos de expansão.

No entanto, a fábrica da companhia em Fremont atingiu um recorde de produção em 2021 e a empresa acredita que há potencial para estender a capacidade total para além de 600 mil EVs por ano.

Na conferência de resultados, Elon Musk, CEO da companhia, disse que o Optimus Human Robot é o projeto mais importante na qual a Tesla estará trabalhando este ano.

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“Para o CEO, os robôs humanoides serão importantes para lidar com a escassez de mão de obra nos EUA, e seu primeiro uso será em suas próprias fábricas. Além disso, Musk também anunciou que a empresa não lançará novos modelos de veículos este ano”, apontou a XP.

Às 11h25 (horário de Brasília), as ações operavam entre leves perdas e ganhos no pré-market da Nasdaq. Já na B3, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) TSLA34 caíam 0,85%, a R$ 158,10.

Contudo, os papéis foram aumentando as perdas: nos EUA, os ativos fecharam em queda de 11,55%, a US$ 829,10, enquanto os BDRs caíram 12,27%, a R$ 139,90.

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