Tesla surpreende no terceiro trimestre, registra lucro e ações disparam 18% na Nasdaq

A Tesla fica no radar por estar em um setor ainda em desenvolvimento - uma fabricante de carros elétricos - e pela postura polêmica de Elon Musk

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – A Tesla divulgou seus resultados do terceiro trimestre na última quarta-feira (23) após o pregão. A fabricante de carros elétricos de Elon Musk apresentou um lucro inesperado e informou aos acionistas sobre uma nova fábrica em Xangai. As ações dispararam mais de 20% após o pregão, atingindo o preço mais alto desde fevereiro: US$ 255,58. Na abertura da Nasdaq nesta quinta-feira (24), as ações estavam subindo 18% às 10h30 (horário de Brasília).

O lucro por ação ajustada foi de US$ 1,86, enquanto os analistas do mercado esperavam prejuízo de US$ 0,42 por ação.  A receita foi mais alinhada à expectativa: no último trimestre foi de US$ 6,3 bilhões, enquanto se esperava US$ 6,33 bilhões, de acordo com os dados divulgados pela Refinitiv.

A Tesla costuma estar no radar dos investidores por estar em um setor ainda em desenvolvimento e pela postura polêmica de Musk em diversas ocasiões.

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A empresa entregou um relatório de 28 páginas para os investidores, cheio de fotos de sua nova fábrica em Xangai, onde a produção experimental já começou.

Outra novidade, foi o anúncio sobre o esperado Model Y, que, segundo a empresa, deve ser lançado entre junho e agosto de 2020. Ao mesmo tempo, a Tesla diz que planeja produção alguma unidades limitadas de seu caminhão Tesla Semi no próximo ano e espera anunciar em breve a localização de sua fábrica europeia, onde pretende começar a produzir veículos elétricos em 2021.

Reviravolta

No segundo trimestre deste ano, as ações da Tesla caíram depois que a empresa reportou perdas de US$ 1,12 por ação e US$ 6,35 bilhões em receita. No entanto, nesta época do ano passado, a empresa reportou um terceiro trimestre “histórico”, com receita de US$ 6,82 bilhões e lucro por ação de US$ 2,90.

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Neste terceiro trimestre, a Tesla lançou atualizações de software, incluindo um recurso controverso chamado Smart Summon, que permite que alguns motoristas usem um aplicativo para ligar e controlar remotamente seus carros.

Os veículos podem, em algumas situações, buscá-los a uma curta distância, navegando em um estacionamento sem nenhum motorista ao volante para fazê-lo, por exemplo.

Ainda, a empresa está vendendo mais veículos Model 3 com preços mais baixos em 2019 e menos Model S e Model X com preços mais altos.

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A companhia afirmou que, “apesar das reduções no preço médio de venda do Model 3 à medida que o mix global se estabiliza, as margens brutas se fortalecem”.

Especificamente, as margens brutas da empresa aumentaram para 22,8% no terceiro trimestre, acima da registrada no segundo trimestre de 18,9%, mas ainda inferiores aos 25,8% do terceiro trimestre do ano passado.

A Tesla disse que as margens melhoraram em parte por meio do “reconhecimento de receita relacionada ao Smart Summon e outros itens não recorrentes” – sem especificar detalhes.

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O CFO da Tesla, Zach Kirkhorn, disse na teleconferência que a empresa teve US$ 30 milhões em receita relacionada à atualização do Smart Summon.

Este relatório do terceiro trimestre é o primeiro desde a saída do co-fundador e ex-CTO JB Straubel, e desde que a empresa concluiu duas aquisições: uma startup de visão computacional chamada DeepScale e uma empresa de fabricação de baterias chamada Hibar Systems.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.