Tenda (TEND3) ganha voto de confiança em reestruturação, tem elevação e ação sobe 4%

RET 1 e FGTS Futuro devem sustentar recuperação da empresa; banco também manteve a recomendação de compra para a MRV

Camille Bocanegra

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As ações da Tenda (TEND3) foram um dos destaques de alta do pregão desta terça-feira (2), com valorização de 3,97%, encerrando o pregão valendo R$ 12,83. A valorização ocorreu após a elevação da recomendação dos papéis pelo Santander, que subiu a classificação para outperform (desempenho superior, similar à compra). O preço alvo foi elevado para R$ 17,00, com a incorporação de resultados do 4T23.

No mesmo relatório, o banco manteve a recomendação de Outperform para MRV (MRVE3), que subiu 0,13% na sessão, indo aos R$ 7,67.

Como comparação, o IMOB, índice setorial imobiliário, caiu 0,14%, enquanto o Ibovespa subiu 0,44%.

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Tenda (TEND3): Confiança na reestruturação

A Tenda foi revisada positivamente por diversos fatores, como a confiança no processo de reestruturação da empresa e a avaliação da ação, que negocia em níveis atrativos de acordo com o Santander.

A implementação do Regime Especial de Tributação (RET) de 1% para a Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e o Futuro FGTS (que amplia possibilidades de financiamento) são outros pontos vantajosos para o nome.

O banco destaca que, mesmo com a recuperação da margem bruta mais lenta que o esperado, é possível que, com ajustes, a linha chegue a cerca de 30% no 4T24. A margem bruta seria, nesse caso, apoiada por entrega de projetos legados, por maior rentabilidade nas vendas e impostos mais baixos associados ao RET 1. As estimativas para a construtora foram majoradas, com projeção de margem bruta de 26,5% para 2024 e 29,4% para 2025.

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Além disso, é possível considerar menores provisões para concessões de crédito direto (que hoje são 11% das vendas, contra 15% há um ano). O nome teria avaliação atrativa, negociando a 4,4 vezes o preço sobre o lucro para 2025. O lucro líquido foi estimado em R$ 123 milhões para 2024 e R$ 350 milhões para 2025, com aumento de 67% e 29% respectivamente em relação às projeções anteriores.

“Vemos riscos de alta para nossas estimativas de lucros de 2024-26 caso a municipalidade de São Paulo contrate mais unidades sob o programa Pode Entrar, pois a Tenda ainda possui um pipeline de cerca de R$ 523 milhões que poderia ser contratado em 2024”, pontua o Santander.

MRV (MRVE3) tem recomendação mantida

A manutenção da recomendação para a MRV (MRVE3), com preço alvo em R$ 14,00, se baseia na limitação de riscos de baixa para a avaliação atual do nome. A construtora atualmente se beneficia de melhorias contínuas na frente operacional e avaliação atrativa. Isso porque os papéis negociam a 4,7 vezes a relação entre preço sobre lucro para 2025.

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A análise também destaca que o mercado estima cerca de R$ 700 milhões de lucro líquido para os negócios consolidados do nome em 2025. Para o Santander, no atual patamar de avaliação, há riscos limitados para o papel.