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Em um dos pronunciamentos do presidente eleito Lula (PT) logo após a vitória nas eleições presidenciais, foi destacada a retomada do programa Minha Casa Minha Vida com prioridade para famílias de baixa renda.
A Tenda (TEND3) é uma das principais construtoras de atuação nesse programa habitacional desde a sua primeira versão e o CEO da construtora, Rodrigo Osmo, comentou com analistas de mercado, durante a apresentação dos resultados do 3T22, que a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) deve levar a pauta para o novo governo de como reativar o programa dentro do proposto.
Há discussões de como atende a faixa 1, a de menor renda, e também a forma de subsídio e financiamento. Olmo disse que “do ponto de vista econômico e social, investir em habitação através do FGTS é mais eficiente e inteligente”.
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O CEO cita como dúvida o atendimento na prática à faixa com a renda mensal mais baixa. O executivo chegou a citar que a Tenda não tinha interesse de atender a faixa 1, embora a empresa trabalhe dentro do renomeado Casa Verde Amarela no chamado grupo 1, também voltado para as famílias de mais baixa renda, mas com limite de provento superior à antiga faixa 1.
Concreto foi o principal responsável pela pressão de custos
Luiz Garcia, CFO da Tenda, comentou que no acumulado do ano, o concreto alcançou aumento de 29%, representando o maior impacto nos custos da companhia. O concreto é o principal insumo da construção. A provisão de inflação para o ano se mostrou insuficiente, reconheceu a empresa.
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Deflação já verificada no setor da construção e câmbio vindo numa tendência favorável são apontados pela empresa como sinais de possível acomodação dos preços de insumos. “Os sinais são positivos”, disse Garcia.
Também foi atribuída uma parte da alta de custos verificada pela companhia no 3T22 a ineficiência detectada em projetos mais verticalizados. Segundo Garcia, empreendimentos com número de elevados de pavimentos – 25 andares, por exemplo – foram mais impactados com o desarranjo da cadeia de suprimentos ao longo da pandemia.
“Obra, uma vez que atrasa, carrega o evento até o final dela”, disse o executivo a analistas de mercado. Segundo o CFO, as grandes obras verticalizadas também estão em sua fase de finalização, o que determina o fim do processo em que a empresa foi atingida por conta do desarranjo da cadeia.
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Além disso, o cenário de crédito mais restritivo vem impactando o poder de compra das famílias e também os negócios no setor. A questão chegou a ser tratada também na teleconferência.
Rodrigo Osmo disse que o 3T22 marca o período de inflexão da empresa que teve um resultado no trimestre aquém do esperado. “A gente imagina ter melhora (das margens) daqui para frente”, disse.
Os resultados
As ações da Tenda registraram uma sessão de queda após o balanço nesta sexta-feira, com perdas de 5,74%, a R$ 5,91. A companhia reportou prejuízo líquido consolidado de R$ 210,4 milhões no terceiro trimestre de 2022 (3T22), revertendo o lucro do mesmo período do ano passado, de R$ 6,4 milhões.
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O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi negativo em R$ 121,9 milhões no 3T22, ante Ebitda positivo de R$ 48,6 milhões do 3T21.
A receita líquida somou R$ 573,2 milhões no terceiro trimestre deste ano, uma diminuição de 20,5% na comparação com igual etapa de 2021.