Suzano (SUZB3) está na disputa por empresa chinesa de US$ 2,7 bi, diz Bloomberg; o que analistas acham da operação?

As empresas de aquisição Bain Capital, CVC Capital Partners e DCP Capital também avançaram no processo, disseram fontes à agência

Equipe InfoMoney

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As ações da Vinda International deram o maior salto em quase oito meses após informações de que a Suzano (SUZB3) estaria na disputa pela produtora de papéis de higiene listada em Hong Kong, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto disseram à Bloomberg News.

Com a alta, as ações da Vinda caminham para o maior ganho intradiário desde dezembro, o que avalia a empresa em US$ 2,7 bilhões. Segundo as fontes, a Suzano, maior produtora mundial de celulose de fibra curta, está entre os interessados que entraram na nova rodada de lances pela participação majoritária da Essity na Vinda.

As empresas de aquisição Bain Capital, CVC Capital Partners e DCP Capital também avançaram no processo, disseram as pessoas.

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Li Chaowang, fundador da Vinda e segundo maior acionista, avalia se associar a um investidor interessado na empresa, disseram. A Essity colocou sua fatia na Vinda sob revisão estratégica em abril, de acordo com a fabricante sueca de produtos de cuidados pessoais. Sua participação na Vinda é avaliada em cerca de 9,8 bilhões de dólares de Hong Kong (US$ 1,3 bilhão), com base no preço de fechamento de sexta-feira (4). Os proprietários avaliam como ponto de partida indicativo para as negociações cerca de 20 dólares de Hong Kong por ação, segundo as pessoas.

Os interessados podem se unir em um período posterior no processo, embora não esteja claro qual deles seguirá em frente com as ofertas finais, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas. Os potenciais compradores começaram a sondar fontes de financiamento, acrescentaram.

Fontes disseram que as deliberações estão em andamento e os proprietários podem decidir não fechar um acordo. Representantes da Bain, CVC e DCP não quiseram comentar, enquanto representantes da Suzano e Vinda não responderam a pedidos de comentário.

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O processo está apenas no começo e a Essity está longe de ter uma lista final, disse Per Lorentz, vice-presidente de comunicações corporativas.

Maior participação na China

Um acordo com a Vinda permitiria à Suzano crescer na China por meio de uma companhia bem estabelecida, ao mesmo tempo em que ampliaria sua posição como fornecedora na segunda maior economia do mundo.

A Suzano tem se expandido por meio de aquisições ao longo dos anos, o que incluiu a compra multibilionária da Fibria Celulose anunciada em 2018. A China é a maior importadora mundial de celulose, respondendo por 43% das vendas da commodity pela Suzano. Em maio, o diretor-presidente da Suzano, Walter Schalka, disse à Bloomberg News que a empresa estuda vender seus produtos para a China com preços em yuan, o que reforça os sinais de que o dólar começa a perder domínio nos mercados de commodities. A Vinda, fundada em 1985, é dona de uma das principais marcas de papéis de higiene (“tissue”) da China e vende produtos sob as marcas Tempo e Tork.

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Também fabrica itens para cuidados femininos, bebês e incontinência. A empresa tem 13 bases de produção na China continental, Taiwan e Malásia, de acordo com o site da companhia. A Vinda levantou cerca de 1,3 bilhão de dólares de Hong Kong em uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) em 2007. Li detém sua participação na Vinda por meio da Fu An International, na qual é o maior acionista, de acordo com o relatório anual da empresa.

O que acham os analistas?

Em relatório, os analistas do Morgan Stanley apontaram que, embora a aquisição potencial esteja fora da geografia principal da Suzano para seu segmento de papel, a China é um mercado com o qual a empresa está familiarizada por meio de seu negócio de celulose (cerca de 42% das vendas de celulose).

“O investimento daria à Suzano exposição a um mercado de tissue com fortes fundamentos de crescimento – esperamos que a demanda de tissue (volumes) na China cresça a um CAGR [ taxa de crescimento anual composto] de cerca de 2,1% de 2020 a 2030, com o atual volume de consumo de tissue per capita na China representando apenas cerca de  50% do que o registrado nos EUA, de acordo com o Euromonitor”, apontam os analistas do banco. O Morgan possui recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ativos SUZB3, com preço-alvo de R$ 53.

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O Itaú BBA também possui recomendação equivalente à compra (outperform, desempenho acima da média do mercado) para as ações, com preço-alvo de R$ 56 (upside de 11%).

Os analistas do banco apontaram que gostaram da possibilidade uma vez que envolve um negócio em crescimento, sólido e não cíclico, com diversificação e resiliência e que pode ter potencialmente
múltiplos mais altos.

Entre as incertezas, estão o de risco de execução de operação “B2C” (modelo de negócio em que uma empresa vende seu produto ou serviço para o consumidor final) no exterior; impacto nas relações comerciais com clientes chineses; excesso de oferta do mercado de tissue.

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O banco destaca que o EV/Ebitda esperado para 2024 atual da Vinda está em 7,9 vezes, mas os vendedores estão buscando pelo menos 9,5 vezes, sendo que um prêmio para entrar em um novo mercado não é incomum.

(com Bloomberg)