Suzano: Morgan corta recomendação de SUZB3 para venda ao projetar queda da celulose; ação cai 3,99%

Sinalizações de enfraquecimento da demanda, após um ciclo de alta, e entrada de capacidades sustentam pessimismo

Vitor Azevedo

Foto: Klabin/Divulgação

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O Morgan Stanley, em relatório publicado nesta segunda-feira (29), afirmou ver o preço da celulose caindo a partir de fevereiro deste ano. Em parte, por conta disso, os analistas do banco, encabeçados por Jens Spiess, também rebaixaram a recomendação da Suzano (SUZB3) de equalweight (exposição em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para underweight (abaixo da média do mercado, equivalente à venda).

Em primeiro lugar, o Morgan cita que a demanda por papel e celulose deve cair no curto e médio prazo. 

A demanda por celulose está sujeita a padrões sazonais e fevereiro, de acordo com o banco, é identificado como um mês mais fraco. Os últimos meses de 2023 e janeiro, normalmente, são marcados pela reposição de estoques por parte dos compradores, que se preparam para o Ano-novo chinês, que acontece na segunda semana do próximo mês. 

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Para eles, embora haja uma falta de visibilidade nos dados de inventário de celulose de clientes na China, pode-se observar dados globais de embarques para ter uma ideia dos ciclos de inventário passados. 

“Nossa análise sugere que os ciclos anteriores moveram cerca 1,5 milhão de toneladas de celulose globalmente dentro de 5-9 meses. De junho a novembro de 2023, os embarques cumulativos aumentaram para 1,7 milhão, ou 6% em relação ao ano anterior. A duração e a magnitude do ciclo atual nos sugerem que ele está prestes a terminar”, explicam. 

Fora o lado da demanda, há também a entrada de novo potencial de oferta. A casa espera que 1,8 milhão de toneladas entrem no mercado no primeiro semestre deste ano, principalmente por causa do MAPA, da Copec, no Chile, e o Paso de los Toros, da UPM, no Uruguai. “Além disso, a Suzano planeja iniciar seu projeto Cerrado em junho e esperamos que adicione cerca de 700 mil de celulose de madeira dura ao mercado no segundo semestre de 2024”, acrescentam. 

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O fato de algumas companhias não terem revisado seus preços no começo do ano também fortalece a visão de que o mercado está com muita oferta.

O Morgan Stanley, então, atualizou seu preço para celulose. Para a de fibra curta (BEKP), as novas previsões são de US$ 561 a tonelada em 2024, queda de 3% em relação à previsão anterior, com 2025 ficando inalterado. Para a fibra longa (BSKP), a projeção caiu 9% para 2024, ficando em US$ 679 a tonelada, e 6% em 2025, para US$ 725. 

Quanto à revisão da Suzano, os analistas debatem que se o preço da celulose realmente cair, a ação terá seu desempenho afetado.

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“A ação tem a maior exposição aos preços da celulose entre nossa cobertura e superou seus pares nos últimos 6 meses à medida que os preços da celulose se recuperaram”, dizem, mencionando que para a Klabin (KLBN11) eles continuam com posição neutra. 

As ações da companhia fecharam em queda de 3,99%, a R$ 50,80, sendo que o Morgan tem preço-alvo de R$ 47 para o papel, ante preço-alvo anterior de R$ 60. Os papéis unitários da Klabin) recuam 2,51%, a R$ 21,35, com o alvo do banco americano estipulado em R$ 21 (preço-alvo anterior de R$ 24) e recomendação mantida em equalweight.