Stone e PagBank: Goldman vê avaliações descontadas e reitera compra em ambos

Ações de Stone e do PagBank recuaram 38% e 34% no acumulado do ano, respectivamente

Felipe Moreira

Stone (Foto: Divulgação)
Stone (Foto: Divulgação)

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Em contraponto à visão negativa do Morgan Stanley, que rebaixou as ações da Stone (STOC31) e do PagBank (PAGS34) para venda no início do mês passado, o Goldman Sachs manteve a recomendação de compra para ambas as empresas de adquirência. O preço-alvo para Stone permanece em US$ 16, enquanto a meta de preço da PagBank caiu de US$ 16 para US$ 14.

As ações de Stone e do PagBank recuaram 38% e 34% no acumulado do ano, respectivamente, apresentando uma performance significativamente abaixo do Índice Ibovespa, que caiu 17% no ano em dólares.

Embora atribua parte dessa performance a uma perspectiva mais fraca devido às altas taxas de juros esperadas, que resultam em custos de financiamento mais elevados, o Goldman classifica a reação como exagerada.

Do lado positivo, o banco projeta um crescimento saudável do lucro por ação (EPS, na sigla) de 22% para Stone e 14% para PagBank entre 2023 e 2026, impulsionado por um crescimento do TPV (volume total de pagamentos) que está desacelerando, mas ainda é saudável, enquanto os volumes do PIX podem apoiar o resultado final, mesmo que venham com taxas de desconto menores.

Embora o crescimento do volume de PIX feitos por meio de códigos QR, que podem ser monetizados pelas empresas e parecem estar substituindo os volumes de débito, deva desacelerar após mais do que dobrar, o Goldman espera uma desaceleração gradual com taxas de desconto semelhantes, se não um pouco melhores, do que as de débito.

Enquanto isso, analistas esperam que o 3T24 ainda mostre tendências de volume saudáveis de 30% ano a ano para PagBank, embora em segmentos de taxas de desconto mais baixas, como grandes comerciantes, e-commerce e transações internacionais, enquanto projeta crescimento de 12% para Stone com maior foco em pequenas e médias empresas mais lucrativos. Isso, segundo relatório, deve levar a um crescimento de 24% no lucro por ação da PagBank e 31% da Stone.

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Em termos de negociação, a Stone está sendo negociada a 7,8 vezes o Preço/Lucro estimado para 2025, enquanto a PagBank é negociada a 6,4 vezes. O banco também aponta que a liquidez representa 24% da capitalização de mercado da Stone e 40% da PagBank. Excluindo a liquidez da capitalização de mercado das empresas, a Stone estaria sendo negociada a um múltiplo de 5,9 vezes P/L e a PAGS a 3,9 vezes. Nesse critério, ambas as empresas estariam sendo negociadas a múltiplos inferiores ao que foi pago pela Cielo, que foi de 7,0 vezes.