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Em um mercado em que promessas de lucro rápido abundam nas redes sociais, a realidade do day trade é bem mais dura. No episódio 70 do GainDelas, no canal GainCast, Raimundo Guerreiro, assessor da mesa trader da XP e campeão da Bateria Trader na Expert XP 2025, fez um alerta: “15% dos novos clientes traders morrem no primeiro dia.”
Sobre a desistência precoce, ele é direto: “Opera e para, não volta mais porque ou perdeu dinheiro ou operou e não entendeu nada. Têm vários, vários motivos”, alerta. Para ele, a ausência de preparo, somada à euforia da alavancagem e falta de gerenciamento de risco, explica boa parte das baixas.
O número impressiona, mas não para por aí. “Quando a gente pega uma safra mensal de novos clientes, entre 60% e 70% param de operar já no primeiro mês”, afirma.
Os dados, extraídos da rotina de atendimentos da mesa trader da XP — que acompanha diariamente o comportamento de centenas de operadores pessoa física — revelam um problema estrutural: a entrada precoce e despreparada no mercado de day trade.
A ilusão da facilidade
Para Guerreiro, um dos principais motivos para a alta taxa de desistência está na falsa percepção de facilidade. “É um mercado muito acessível. Com R$1.000 qualquer pessoa pode abrir uma conta e começar a operar”, diz. O acesso, somado à baixa margem de garantia e à alavancagem elevada, cria uma sensação enganosa de controle.
Mas a comparação com outras profissões deixa claro o erro de expectativa. “Assim como eu não posso ser engenheiro da noite para o dia, você também não vira trader de um dia para o outro. Tem que estudar, começar pequeno”, afirma.
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Segundo Guerreiro, um padrão recorrente entre os iniciantes que quebram logo no início é começar operando com alavancagem excessiva.
“Já vi cliente novo operando com 1.000 contratos. É como se um estagiário de engenharia quisesse construir um prédio. Não dá. Vai quebrar.”
Por isso, a abordagem da mesa, nesses casos, é direta. “A gente liga, conversa, entende o perfil do cliente e intervém quando percebe que ele está operando pesado demais. Nosso papel é segurar esse trader no começo, para que ele não seja mais um que entra e sai em questão de dias”, diz.
“A gente mostra como funciona o mercado, explica os produtos, apresenta as salas ao vivo. Se a pessoa se dedica de verdade, consegue aprender muito sem gastar um centavo”, garante.
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Controle de risco
Um dos fatores que separa quem sobrevive de quem quebra no mercado, segundo Guerreiro, é a gestão de risco — sobretudo a capacidade de parar.
“A maioria dos traders ganha dinheiro na maioria dos dias. O problema está nos dias em que perdem. Esses dias, se não forem controlados, destroem a curva do trader.”
Para conter esse ponto fraco dos traders, a XP oferece o Copilot Trader, uma trava automática que bloqueia novas ordens ao atingir limites de perda ou de ganho definidos pelo próprio cliente.
Guerreiro resume a lógica. “Tem que estancar o dia que ele perde. Por exemplo, se der R$500,00 de prejuízo, a corretora já zera e trava, ele não consegue mandar mais uma ordem”, explica.
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E, finaliza ele, a mudança no comportamento dos traders, que adotam essa trava, é visível. “Já vimos gente que passou a fechar o mês positivo depois de usar o Copilot”, conclui.
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