Sem atuação do BC, dólar sobe e encosta nos R$ 4,33; Ibovespa retoma os 115 mil pontos

Após seguidos pregões de queda do dólar ante o real, moeda dos EUA voltou a se valorizar sem swaps no radar

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (17) e retomou os 115 mil pontos acompanhando o desempenho das bolsas internacionais, que refletiram positiva a nova sinalização de estímulos à economia chinesa para fazer frente aos impactos do coronavírus na atividade do país.

Liu Kun, ministro de Finanças da China, publicou artigo na revista do Partido Comunista afirmando que Pequim planeja cortar impostos para empresas e injetar mais US$ 1,1 bilhão no sistema financeiro. A atualização dos números desta segunda mostra que 70 mil pessoas foram infectadas pelo coronavírus, com 1.700 mortos.

O Ibovespa teve alta de 0,81%, a 115.309 pontos com volume financeiro negociado de R$ 26,38 bilhões. O dia hoje foi marcado pela presença esvaziada do investidor estrangeiro por conta do Dia do Presidente nos Estados Unidos, mas o volume foi compensado pelo vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 8,47 bilhões neste pregão.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Enquanto isso, o dólar comercial registrou ganhos de 0,66% a R$ 4,3285 na compra e a R$ 4,3295 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em março registrou alta de 0,69%, para R$ 4,33. A moeda dos EUA voltou a se valorizar depois de ter caído 0,46% ante o real na semana passada.

A não intervenção do Banco Central após repetidas atuações nos últimos dias acabou estimulando os especuladores a movimentarem suas posições compradas na divisa americana. Na semana anterior, o BC vendeu 20 mil contratos por dia desde que o câmbio bateu R$ 4,38 na esteira de coronavírus e falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o atual patamar da moeda não é um problema, pois ajudaria os exportadores.

No mercado de juros futuros, o contrato com vencimento em janeiro de 2022 ficou estável a 4,71%, enquanto o de vencimento em janeiro de 2023 avançou um ponto-base, a 5,26%, seguido estabilidade do vencimento em janeiro de 2025, a 5,96%.

Continua depois da publicidade

Do lado negativo, os investidores temem o impacto da contração maior que a esperada do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão, que caiu 6,3% no quarto trimestre do ano passado, contra uma retração esperada de 3,7%.

Sobre a China, a equipe de análise da XP Investimentos destacou que a redução dos juros de uma linha de crédito de médio prazo, que oferece empréstimos de um ano, de 3,25% para 3,15%, pode abrir caminho para o Banco do Povo da China (PBoC na sigla em inglês, o banco central chinês) cortar os juros de suas principais taxas de referência, que serão redefinidas na noite de quarta-feira (19).

Já o Credit Suisse apontou ainda o discurso do presidente chinês, Xi Jinping, avaliando que ele enviou um sinal claro de que o governo do gigante asiático deve alcançar um equilíbrio melhor entre combater o surto de coronavírus e a manutenção do crescimento econômico.

Continua depois da publicidade

“Isso implica em aumentar a confiança de que vão conter o surto do coronavírus e acelerar a volta da economia que ficou estagnada como resultado das medidas de quarentena”, destacam os analistas do banco suíço.

Entre os indicadores, o mercado fez revisões baixistas para inflação e PIB deste ano. Segundo o Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, a mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020 passou de 3,25% para 3,22%, e permaneceu em 3,75% 2021.

Para o PIB, as projeções indicam crescimento de 2,23% neste ano (recuando em relação à expectativa de 2,30% da semana passada) e de 2,50% no ano que vem.

Publicidade

Para a taxa de câmbio, a mediana do dólar permaneceu em R$ 4,10 para o fim de 2020 e passou de R$ 4,10 para R$ 4,11 para 2021. Por fim, o mercado espera a taxa Selic em 4,25% neste ano e em 6% no próximo ano.

Política 

O governo irá segurar a realização de novos concursos públicos federais até a aprovação da reforma administrativa pelo Congresso. A ideia é usar a abertura de novas vagas como moeda de troca pelas mudanças nas regras do funcionalismo.

Só entre 2020 e 2022, 60 mil servidores públicos se aposentarão, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse que “enquanto não aprovar a reforma, não vamos ter espaço para fazer novos concursos”.

Continua depois da publicidade

O governo aposta que os servidores acabarão por aceitar a mudança, em função do estrangulamento dos serviços públicos e do aumento da carga de trabalho para quem seguir na ativa. O envio da proposta ao Legislativo, contudo, ainda depende da aprovação do presidente Jair Bolsonaro.

Noticiário corporativo

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) informou que a B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão, aprovou a admissão do GPA no segmento especial de listagem Novo Mercado. Já a Triunfo Participações (TPIS3) comunicou ao mercado que seu plano de recuperação judicial para a sua subsidiária que controla o Aeroporto de Viracopos (SP) foi aprovado pela assembleia dos credores.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
MRFG3 8.15451 12.6
TOTS3 6.69241 82.9
IRBR3 5.59885 36.59
MGLU3 5.50328 59.43
VALE3 4.19608 53.14

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
USIM5 -2.0202 9.7
CSAN3 -1.87424 81.15
RAIL3 -1.6073 22.65
BRML3 -1.43805 17.82
NTCO3 -1.35587 50.2

O Magazine Luiza, por sua vez, registrou um lucro líquido ajustado de R$ 185,3 milhões no quarto trimestre de 2019, uma leve queda de 0,5% na comparação com igual período do ano passado. Apesar da queda, o resultado foi acima da maior estimativa dos analistas consultados pela Bloomberg, que esperavam lucro entre R$ 133 milhões e R$ 153 milhões. Já no acumulado do ano, o lucro líquido ajustado foi de R$ 552,1 milhões, queda de 6,4% frente os R$ 589,6 milhões de 2018.

Publicidade

Quer investir melhor o seu dinheiro? Clique aqui e abra a sua conta na XP Investimentos

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.