Santos Brasil (STBP3): por que os analistas mantêm otimismo após alta de 19% em 2024?

Alta dos volumes e acidente em concorrente podem potencializar números da companhia no ano, apontam análises

Camille Bocanegra

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As ações da Santos Brasil (STBP3) subiram cerca de 19% em 2024 e, de acordo com o Goldman Sachs, não devem parar por aí. Ainda que a performance seja considerada significativa demais para que haja espaço para nova valorização no curto prazo, as perspectivas para a companhia são boas o suficiente para que o banco reitere sua aposta e recomende compra.

Na visão do Goldman, o nome apresenta perspectivas muito positivas para volume em 2024 e a empresa demonstra retomada de crescimento para uma base normalizada, após resultados mais fracos em 2023. A alta de 20% dos volumes (na comparação anual) foi considerada uma das explicações para a valorização dos papéis nos últimos dias e, de acordo com o banco estrangeiro, pode garantir um primeiro trimestre muito positivo para a companhia.

A XP comentou, em dois relatórios, o aumento dos volumes como um dos elementos que sugerem forte desempenho para Operações Portuárias. Para o quarto trimestre de 2023, a perspectiva é de números sólidos, com lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA, na sigla em inglês) de R$ 329 milhões (aumento de 29% na comparação trimestral e 103% na anual). Em relação aos destaques de operadores portuários, o Research destacou que os volumes totais cresceram 21% na comparação anual.

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Em relação ao acidente que teria levado navio da MSC a colidir com o cais de um terminal da BTP, após danificação do suporte de sustentação da embarcação devido ao mau tempo, que ocorreu em 19 de janeiro de 2024, a análise considera que a suspensão temporária poderia, sim, potencializar os volumes da Santos Brasil.

“Embora reconheçamos que os volumes de janeiro possam ter sido impactados por problemas em outros terminais do porto que podem ter desviado carga para o terminal da Santos Brasil, acreditamos que esses efeitos possam persistir nos próximos meses”, entende o Goldman.

O JPMorgan, em análise sobre os resultados do quarto trimestre de 2023, atribuiu ao acidente potencial aumento significativo de volumes em 2024. O entendimento é que, como ainda não há clareza sobre a manutenção do terminal de contêineres mas perspectiva de meses de suspensão, é possível considerar alta de 20% no EBITDA para o fim de 2024. A expectativa do banco é que os serviços assumidos pela Santos Brasil na ausência do BTP se mantenham com a companhia para chegar à essa projeção.

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O banco mantém a recomendação overweight (exposição superior, similar à compra), com majoração de preço-alvo para R$ 12,00, dos R$ 11,50 anteriores.

“Recebemos positivamente a posição estratégica da STBP3 no Porto de Santos, operando de maneira eficiente e com um balanço leve devido à capacidade limitada ociosa dos concorrentes. Continuamos a enxergar Santos como uma combinação atrativa de geração de fluxo de caixa e política de dividendos consistente. Esperamos que a empresa continue entregando volumes sólidos, especialmente em um ambiente de preços mais favorável”, afirma o JPMorgan.

A visão do BTG Pactual é similar, considerando que o incidente poderia garantir espaço para que a Santos Brasil capturasse volumes adicionais das companhias de navegação incapazes de atracar na BTP. Ainda que considere difícil de quantificar a oportunidade em volumes maiores, o banco entende que os volumes são um risco altista para a tese de crescimento de volume para a Santos Brasil. Os ganhos de mercado, contudo, seriam temporários.