Santander lista as 7 melhores ações e diz: “esse é o melhor momento para comprar Bolsa”

Para os analistas Milane e Peretti, do banco, as ações brasileiras estão no melhor momento: "nível de preço e múltiplos baratos, e indicadores de confiança que chegaram aos respectivos pisos"

Paula Barra

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SÃO PAULO – Uma ressalva que todos os analistas fazem ao projetar fluxos no futuro é que o retorno passado não é garantia do futuro, mas os gráficos apresentados em análise do Santander mostram um passado bem eloquente quando falamos de rupturas políticas. Os analistas Leonardo Milane e Ricardo Peretti basicamente exortam seus clientes a fugir do medo que acompanha situações de profundo tensionamento social como agora e a começar a comprar ações. 

Por que ir na contramão do mercado? O próprio Warren Buffet, citado no relatório, é um entusiasta das crises como oportunidades para fazer investimentos de maior risco. Mas se isso não fosse o suficiente para convencer o investidor mais “tímido”, o gráfico a seguir mostra o que acontece com o Ibovespa, nosso principal benchmark de ações, em momentos como o que vivemos hoje. Basicamente, a Bolsa iniciou grandes e expressivos ciclos de alta em cada ruptura política como o golpe de 1964, a redemocratização de 1984 e o impeachment de Fernando Collor. 

Olhando para um horizonte temporal mais longo, é impressionante também como aumenta o ritmo de crescimento da atividade econômica brasileira a cada grande crise política. E isso desde os tempos da “República do Café-com-Leite”, ou seja, antes da Revolução de 1930, que colocou Getúlio Vargas no poder. 

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O que o Santander ressalta, em seu relatório, é que as expectativas econômicas em franca deterioração nos anos que precederam as rupturas políticas levaram a forte queda da bolsa e, uma vez que as expectativas em relação ao futuro da economia melhoraram, os investidores voltaram a comprar ações, motivados não apenas pela expectativa de um futuro econômico melhor, mas também pelo nível barato que a bolsa se encontrava depois de tantos anos. 

Para os analistas, o momento atual é similar: ruptura política a caminho, expectativas econômicas ainda deprimidas e Bolsa barata. E o que eles querem dizer com isso? “É exatamente agora o melhor momento possível para começar a comprar bolsa: ações num nível de preço e múltiplos baratos, e indicadores de confiança que chegaram aos respectivos pisos“, comentam Milane e Peretti. 

Diante desse cenário, eles acreditam que as melhores ações para surfar uma melhora da Bolsa brasileira são aquelas pertecentes aos setores que mais sofreram nos últimos anos. São eles: bancos, elétricas, educação e infraestrutura. Desse setor, o banco lista suas 7 ações preferidas de cada um desses 4 setores. 

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Confira abaixo as 7 indicações do banco: 

– Itaú Unibanco (ITUB4)
Para o banco, a ação está em um preço “atrativo”, ainda 29% abaixo do múltiplo preço/valor patrimonial atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 (2,03 vezes) e 15% abaixo da média histórica de 1,7 vezes de 2008 até hoje.

Aliado a isso, o banco possui o melhor ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) que seu principal concorrente Bradesco (19,7% no 1° trimestre contra 17,5% do Bradesco), além de possuir um mix de geração de caixa defensivo. Apenas um terço do resultado consolidado vem de novas concessões de crédito (os outros dois terços vêm de tesouraria, seguros, previdência, cartões, etc…), comentam os analistas.

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– Localiza (RENT3)
O forte resultado trimestral divulgado em 25 de abril sugere potencial de revisão positiva nas expectativas do consenso do mercado sobre lucro e Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia para 2016 e 2017. Para os analistas do Santander, essas revisões positivas ainda não estão devidamente precificadas. 

Eles ressaltam ainda que a empresa se beneficia da deficitária matriz de infraestrutura brasileira (já outras alternativas de transporte, como ferroviário e fluvial, não comportam a demanda pelo deslocamento de bens e serviços), além de apresentar relevante poder de barganha frente às montadoras (lembrando que é detentora da maior frota de veículos do País). 

– Kroton (KROT3)
Os analistas destacam que o múltiplo P/L (preço sobre lucro) estimado para os próximos 12 meses da companhia está em 11,2 vezes – abaixo 37% do atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 (em 18 vezes) e 20% abaixo da média histórica de 14 vezes (considerando de 2008 até hoje).  

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Para eles, a posição de caixa líquida da companhia deve favorecer futuras aquisições e o audacioso plano de expansão (100 novos câmpus e 448 novos centros de ensino em até 5 anos) deve impulsionar a geração de valor para os acionistas.

– Banco do Brasil (BBAS3)
Segundo os analistas, o atual Preço/Valor Patrimonial esperado para os próximos 12 meses (de 0,65 vez) ainda encontra-se 39% abaixo desse múltiplo atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 (de 1,07 vez) e 23% abaixo da média histórica de 0,85 vez (considerando de 2008 até hoje).

Entre os pontos de destaque, os analistas do Santander comentam que o banco é historicamente um bom pagador de dividendos (4,8% de dividend yield – dividendos sobre o preço por ação – esperado para 2016) e também se beneficia caso ocorra uma queda adicional da curva de juros futuro por conta da melhor percepção de risco.

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– Rumo (RUMO3)
A companhia torna-se uma boa oportunidade porque seu aumento de capital de R$ 2,6 bilhões finalizado em abril deu folga de caixa para a empresa lidar com a sua dívida e outras obrigações de curto prazo. Outro elemento positivo para a companhia é a sua geração de caixa inelástica, já que 80%do volume transportado é de commodities que vão do centro-oeste para o porto de Santos.

Além disso, a empresa também deve ser beneficiada por um corte na Selic, já que ela é altamente endividada em CDI. Os analistas também citam a melhora do ambiente regulatório caso haja realmente uma ruptura política agora.

– AES Tietê (TIET11)
Para um risco-retorno mais baixo, o Santander recomenda a geradora de energia elétrica AES Tietê, que tem contratos importantes firmados no quarto trimestre do ano passado para a entrega de energia. “[A] Companhia vendeu 100 MW para fornecimento de energia em 2017 e 2018 ao preço de R$150/MWh, o que reforça a tese de preços de energia saudáveis no médio e longo-prazo”, diz o relatório.

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Outro ponto positivo para a empresa neste momento é a baixa alavancagem, que favorece a participação da empresa em novos leilões de energia. Outro ponto relevante é o seu dividend yield esperado, de 12%, além de uma espera, também neste caso, de que ocorra uma melhora no ambiente regulatório.

– CPFL Energia (CPFE3
Outra empresa do setor elétrico que é recomendada como baixo risco-retorno é CPFL Energia. Segundo os analistas, a substantiva redução da alavancagem deve gerar maior valor para o acionista, com uma esperada melhora também no ambiente regulatório e um dividend yield de 6% para os próximos seis meses.