Santander, Bradesco, Itaú e BB: quais destaques da temporada dos “bancões” do 1º tri?

A expectativa para o setor é de uma melhora nos indicadores de inadimplência e com os mesmos "vencedores" dos últimos trimestres

Ana Paula Ribeiro

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O Santander (SANB11) abre a temporada de balanços dos grandes bancos, com a divulgação dos resultados nesta terça-feira (30), antes da abertura do mercado. A expectativa para o setor é de uma melhora nos indicadores de inadimplência. No entanto, algumas instituições, como Bradesco (BBDC4), devem continuar com os resultados pressionados e queda no lucro.

Para os analistas do Bradesco BBI, a tendência é de uma melhora geral nos lucros, mas com o crédito crescendo ainda de forma lenta. A expectativa é que Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), assim como nos outros trimestres, apresentem os melhores resultados desse segmento devido a provisões e despesas mais baixas.

“Todos os olhares devem estar voltados para as expectativas de crescimento do crédito para 2024, dado o ritmo potencialmente mais lento dos cortes da taxa Selic e o ainda elevado endividamento das famílias”, avaliaram, em relatório.

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De forma geral, o primeiro trimestre tem um efeito sazonal negativo para os bancos. É no início do ano que se concentram o pagamento de alguns tributos, além dos gastos feitos durante a temporada de festas e férias.

Na visão da XP Investimentos, esse cenário ainda deve dar o tom no primeiro trimestre. No entanto, nos próximos períodos, os bancos devem conseguir reduzir o seu custo de crédito, com menores provisões para devedores duvidosos e queda da Selic, e aumentar o apetite por risco, ou seja, conceder mais crédito. “Os NPLs (non-performing loan, que são os créditos em atraso) ainda se encontram a um nível elevado, mas espera-se que continuem a sua trajetória descendente, e o custo do crédito também deverá diminuir. Consequentemente, prevemos um maior apetite ao risco, com alguns bancos a apresentarem oportunidades de crescimento em linhas de crédito mais arriscadas”, avaliaram, em relatório, os analistas.

O Santander divulga seus resultados no dia 30 de abril e o Bradesco no dia 2 de maio. No dia 6 é a vez do Itaú e, no dia 8, do Banco do Brasil.

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BancoProjeção de lucro no 1º trimestre*
Santander R$ 2,892 bilhões
Bradesco R$ 4,280 bilhões
ItaúR$ 9,734 bilhões
Banco do Brasil R$ 9,097 bilhões
*Fonte: Média das projeções compiladas pela LSEG



Santander

Para o primeiro trimestre, o Bradesco BBI espera que o Santander registre um lucro líquido de R$ 2,853 bilhões, acima dos R$ 2,119 bilhões registrados entre janeiro e março do ano passado. No entanto, os analistas reforçam para o efeito das despesas relacionadas às provisões.

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Já na visão da XP Investimentos, a expectativa é de um crescimento de 5% na carteira de crédito, refletindo o maior apetite ao risco da instituição. Isso deverá contribuir para o aumento de 22% no lucro líquido recorrente de R$ 2,612 bilhões no primeiro trimestre e ROE (retorno sobre patrimônio líquido, medida de rentabilidade) com pequena alta de 1,8 ponto, para 12%. A recomendação é neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 34.

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Bradesco


O Bradesco deve amargar um outro trimestre de redução da carteira de crédito. A XP projeta um recuo de 1,4% na comparação anual e um leve aumento na taxa de inadimplência, de 0,1 ponto, para 5,3%. Para o lucro líquido recorrente, a projeção é de R$ 3,78 bilhões no trimestre, queda de 12%, e ROE caindo 1,6 ponto, para 9,5%.

“No entanto, à medida que o ano avança e as novas safras têm um melhor desempenho, esperamos que o banco recupere o controle sobre a inadimplência”, avaliaram. A recomendação é neutra com preço-alvo de R$ 19.

Itaú Unibanco

O Bradesco BBI espera que o Itaú registre expansão dos lucros, além de um leve crescimento da carteira de crédito. “O Itaú deve reportar crescimento ligeiramente superior do lucro líquido, impulsionado por menores provisões e despesas operacionais”, disseram os analistas em relatório.

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Na visão da XP Investimentos, o crescimento do lucro virá respaldado por uma estabilidade na NPL, em 2,8%, e com um custo de crédito em tendência decrescente. “O resultado líquido deverá manter a sua tendência positiva e registar um sólido crescimento de 16,1% na base anual (+4,2% trimestre a trimestre).” É esperado um lucro líquido de R$ 9,797 bilhões, alta de 16% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Já o ROE deve subir 0,8 ponto percentual, para 22%.

Banco do Brasil

Junto com Itaú, o Bradesco BBI acredita que o Banco do Brasil irá ser um dos destaques da temporada de balanço do primeiro trimestre, mesmo com provisões ainda em patamares elevados. “O Banco do Brasil deverá se beneficiar de um forte crescimento das receitas, embora as suas provisões possam permanecer relativamente elevadas.”

A expectativa da XP Investimentos é de um lucro líquido de R$ 8,7 bilhões no trimestre, um crescimento de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. A rentabilidade medida pelo ROE deve ficar em 21,3%, estável.

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“Esperamos mais um trimestre de crescimento robusto na carteira de crédito do Banco do Brasil, provavelmente em linha com o ponto médio do seu guidance (8% – 12%), apesar das recentes preocupações relacionadas com uma desaceleração mais forte do que o previsto no setor do agronegócio.”