Rosenberg & Associados estima avanço do PIB brasileiro de 2011 em 2,7%

Economia cresceu de forma mais vigorosa no primeiro e segundo trimestre, ficou estável no terceiro e retomou a alta no último tri

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O Brasil deve apresentar um crescimento de 2,7% no PIB (Produto Interno Bruto) durante o ano de 2011, afirmou a economista Thaís Zara, da consultoria Rosenberg & Associados. O IBGE (Insitituto Brasileiro de Geografia e Estatística) deve divulgar o resultado do quarto trimestre na próxima terça-feira (6), o que permite estimar de maneira efetiva o resultado no ano passado.

“O PIB cresceu de forma mais vigorosa no primeiro e segundo trimestre, ficando estagnado no terceiro e retomando alta no último trimestre, ainda que modesto”, disse Thaís. A consultoria projeta alta de 0,4% no quarto trimestre de 2011, uma leve recuperação frente ao terceiro trimestre. Em relação ao quarto trimestre de 2010, a taxa de expansão projetada pela equipe de economia é de 1,4%. 

Indústria preocupa
Observando a economia com mais detalhe, Thaís destaca que a indústria foi o principal determinante para a desaleração no segundo semestre de 2011, principalmente por conta da indústria de transformação, que em sua visão passa por um profundo processo de ajuste de estoques. “Este setor tem sido afetado primordialmente por dificuldades estruturais, que dificultam a competição tanto no mercado doméstico com as importações, como nos mercados mundiais, com exportações de nossos competidores”, afirmou a economista.

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Ela enfatiza a dificuldade em se alçar novos patamares de produção e lembra que o Brasil precisa enfrentar conhecidas questões estruturais para retomar a competitividade da indústria. Estas continuam sendo postergadas e remediadas com políticas protecionistas. 

Já o setor de serviços é outra história. Ele havia mostrado uma retomada mais robusta no quarto trimestre, em um ritmo que deve se manter no início do ano. Thaís salienta que ele será fortalecido também pelo aumento do salário mínimo e níveis maiores de crédito. “Isso acontece a partir do financiamento externo barato e das medidas monetárias acomodatícias tomadas pelo Banco Central”, afirmou Thaís.

Perspectivas
Para 2012, as perspectivas são mais positivas. O País deve ter uma retomada maior de crescimento no segundo semestre, embora mesmo no primeiro deva crescer mais do que nos últimos seis meses de 2011. O avanço estimado pela consultoria para o ano de 2012 será na casa de 3%.

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“Há um viés de alta sobre esta projeção”, salientou Thaís. De acordo com a economista, a atividade econômica pode ser ainda mais fortalecida por conta de um possível gás adicional ao crédito proveniente de uma entrada de recursos externos mais abundantes – e que o Brasil está posição privilegiada para receber estes recursos. Todavia, um desempenho modesto da indústria pode frear o avanço da atividade econômica brasileira.