Riscos externos impedem recuperação da China e pode haver afrouxamento

Pesquisa publicada pelo banco central chinês revela aumento na expectativa por medidas de estímulo no início de 2013

Reuters

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PEQUIM – O Banco Central da China pode ter que adotar medidas de afrouxamento para impulsionar a recuperação econômica ao longo do próximo ano, uma vez que investidores estrangeiros reduzem os compromissos de gastos frente a um panorama externo pessimista que ofusca as perspectivas para o maior exportador do mundo.

A pesquisa sobre expectativas econômicas do Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês) para o quarto trimestre, publicada nesta terça-feira, vê um salto no número de banqueiros que esperam um afrouxamento monetário no primeiro trimestre de 2013, mesmo que dados recentes tenham indicado uma leve recuperação nos últimos três meses do ano.

A fraqueza no ambiente externo permanece sendo um peso, de acordo com o Ministério do Comércio, que nesta terça-feira revelou dados mostrando que o investimento estrangeiro direto ampliou sua mais longa série de quedas na comparação anual em três anos.

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“No próximo ano, ainda há muitas incertezas para a demanda externa e a perspectiva da economia global crescendo lentamente irá durar por um tempo”, disse o porta-voz do ministério, Shen Danyang.

“Além disso, está surgindo um protecionismo comercial cada vez maior. Então não podemos ser otimistas sobre o ambiente comercial externo no próximo ano”, completou Shen em entrevista à imprensa.

A China está a caminho de encerrar 2012 com o crescimento anual mais lento desde 1999 e, embora a estimativa de 7,7 por cento em pesquisa da Reuters esteja bem acima das de outras grandes economia do mundo, a leitura fica bem abaixo do crescimento anual de cerca de 10 por cento visto na maior parte dos últimos 30 anos.

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Economistas do setor privado, como o chefe de pesquisas econômicas para a Ásia do ING, Tim Condon, acreditam que Pequim irá agir para impulsionar a economia em 2013, à medida que os novos líderes do Partido Comunista têm um controle mais firme da política.

O governo contou até agora com ajustes de política em seus esforços para combater a pior desaceleração que a China enfrenta desde a crise financeira global de 2008 e 2009, cuidadosamente evitando dar qualquer sinal de repetição do pacote de estímulo de 4 trilhões de iuanes (640 bilhões de dólares) que lançou na época.

A China cortou as taxas de juros em junho e julho e diminuiu as taxas de compulsório em 1,5 ponto percentual desde o final de 2011, liberando aproximadamente 1,2 trilhão de iuanes (193 bilhões de dólares) para empréstimo.

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Muitos analistas acreditam que o espaço para mais cortes nos juros é limitado, uma vez que a inflação e os preços dos imóveis começaram a acelerar. Qualquer afrouxamento deve ser direcionado por meio de operações no mercado aberto que injetam liquidez no sistema financeiro.

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