Resultado impressionante e algumas decepções: o que os analistas acharam dos 21 balanços desta sexta

O mercado brasileiro tem uma sessão bastante agitada com diversos balanços divulgados entre a noite de ontem e esta manhã

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Sexta-feira (12) agitada no mercado brasileiro por conta da temporada de resultados do primeiro trimestre. A Petrobras é o grande destaque, mas outras 20 ações reagem aos números apresentados entre a noite de ontem e esta manhã, incluindo o que os analistas chamaram de “resultados impressionante” da Qualicorp, fazendo as ações dispararem. Confira os resultados e as análises:

Petrobras (PETR3, R$ 15,96, +4,18%; PETR4, R$ 15,46, +4,32%)
A estatal fechou o primeiro trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 4,449 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,246 registrado um ano antes. A projeção compilada das análises do Credit Suisse, Itaú BBA, Santander e Bradesco BBI apontava para um lucro de R$ 4,364 bilhões. 

Segundo a companhia, o lucro foi reflexo de menores gastos com importações de petróleo e gás natural, pela maior participação do óleo nacional na carga processada e maior oferta de gás nacional. Afetaram o resultado ainda o aumento de 72% nas exportações, a redução de 27% nas despesas com vendas, gerais e administrativas, a redução de 11% nas despesas financeiras líquidas; e as menores despesas com baixa de poços secos e/ou subcomerciais e com ociosidade de equipamentos

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Já a receita de vendas ficou em R$ 68,365 bilhões no período, ante lucro de R$ 70,337 bilhões nos três primeiros meses de 2016 e projeção dos analistas de R$ 71,005 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), por sua vez, atingiu R$ 25,254 bilhões entre janeiro e março deste ano, alta de 19% em um ano. Segundo o presidente da estatal, Pedro Parente, foi o maior Ebitda da histórica da empresa.

Os números animaram os analistas de mercado, apontando o operacional positivo da companhia, enquanto a redução do capex frustrou. Depois de alguns resultados trimestrais cheios de itens pontuais, os números do primeiro trimestre da Petrobras “foram mais limpos e mostraram que os custos da empresa continuam melhorando”, escreveram os analistas do Itaú BBA, Diego Mendes e Andre Hachem. “A Petrobras apresentou outro trimestre positivo, com geração de caixa e redução de custos. A melhoria no desempenho operacional é fundamental para ajudar a aumentar a confiança dos investidores na história de investimento da empresa”, apontam. 

O Santander também afirmou que a Petrobras obteve resultados operacionais melhores do que o esperado, com fortes margens de refino e sólidos resultados em Exploração e Produção, alimentando o fluxo de caixa livre e “permitindo à Petrobras continuar seu impressionante caminho de desalavancagem”. Já o capex veio “bem abaixo das expectativas” em US$ 3,15 bilhões.

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BRF (BRFS3, R$ 45,33, +2,33%)
A leitura dos analistas é de que o balanço da BRF foi fraco de modo geral. O lado bom, destaca o BTG Pactual, foi o resultado da operação no Brasil, que deve ser bem recebido pelo mercado que estava preocupado com a execução. 

Já do lado internacional o BTG Pactual destaca que a empresa perdeu competitividade dado a alta nos preços de milho, fazendo com que a companhia tomasse a decisão de proteger volumes e participação nesses mercados (absorvendo custos maiores) e resultando em margens menores. “No geral, o balanço corrobora com a nossa visão de que a execução já está dando sinais de melhora e que o ciclo irá melhorar”, comentaram. Os analistas reiteraram recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 56,00 para a ação. 

A empresa reportou prejuízo líquido de R$ 286 milhões no primeiro trimestre, conforme a receita operacional líquida encolheu em meio à queda dos preços e dos volumes produzidos. O resultado reverte o lucro líquido de R$ 39 milhões do mesmo período de 2016, sendo o segundo prejuízo trimestral consecutivo da companhia. Estimativas de analistas ouvidos pela Reuters variaram amplamente, com três casas projetando, em média, lucro de R$ 141 milhões e outras três sinalizando prejuízo de R$ 205 milhões.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recuou mais de 50% frente aos três primeiros meses do ano passado, para R$ 506 milhões, ficando abaixo da expectativa média de R$ 707 milhões.

O primeiro trimestre foi marcado por interrupções na produção, depois que uma investigação federal em 17 de março revelou esquema de corrupção, no qual empresas e inspetores sanitários conspiravam para vender produtos fora do padrão, falsificar documentos de exportação ou deixar de fiscalizar unidades de processamento.

Kroton  (KROT3, R$ 15,89, +1,21%)
A Kroton Educacional teve lucro líquido ajustado de R$ 577,1 milhões no primeiro trimestre, alta de 17,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em nota, a empresa esclarece que os números são ajustados pela amortização de intangível e por itens não recorrentes, especialmente relacionados a ganho de capital e impostos com a alienação da Uniasselvi.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 639,5 milhões, elevação de 8,6% sobre o Ebitda ex-Uniasselvi do primeiro trimestre de 2016.

O BTG Pactual aponta que, com a crescente complexidade do modelo de negócios, os investidores mostraram-se relativamente céticos em relação à visibilidade limitada da importância das métricas-chave da empresa. “Nesse sentido, tão importante quanto os números, saudamos o aumento de transparência, com a Kroton melhorando materialmente sua divulgação, principalmente relacionada a métricas médias de ticket e dropout”, afirmam os analistas.

Para eles, as incertezas mais altas relacionadas a essas variáveis foram uma das principais razões por trás da desvalorização das ações. Apesar disso, os analistas seguem otimistas, ressaltando os custos de faculdade, proporcionando um forte ganho de margem bruta.

Qualicorp (QUAL3, R$ 27,63, +11,41%)
A a administradora de planos de saúde registrou lucro líquido consolidado de R$ 111,5 milhões nos primeiros três meses de 2017, recuo de 43,8% ante mesma etapa do ano passado. O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado aumentou 26% sobre igual período de 2016, para R$ 237,3 milhões. A margem Ebitda ajustada subiu para 46,8%, de 41,4% um ano atrás.

Após o balanço, o Credit Suisse revisou os números para a empresa e elevou o preço-alvo da ação de R$ 26,00 para R$ 30,00. Embora o papel já tenha andado bastante desde abril (+26% contra +7% do Ibovespa), os analistas destacaram que o o mercado ainda não está refletindo a sólida execução e “know-how” da empresa, modelo de negócio defensivo, ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) alto, grande potencial de crescimento no longo prazo e impacto positivo de um programa de redução de custos e aumento de eficiência.  

“O resultado foi impressionante. Números muito bons, mas o que mais surpreendeu foi a linha de custos. A queda foi de 1% na comparação anual e tudo indica que devem ser recorrentes e começam a mostrar que o esforço da empresa em reduzir as operações e aumentar eficiência estão surtindo efeito e devem trazer uma maior alavancagem operacional”, comentaram os analistas do banco. 

A receita líquida da Qualicorp no trimestre foi de R$ 507,1 milhões, superando em 11,5% o desempenho dos três primeiros meses de 2016. Enquanto isso, as despesas operacionais consolidadas recorrentes recuaram 10,2% na mesma base, para R$ 343,3 milhões. Ao fim de março, a empresa contava com um total de 4,5 milhões de beneficiários, queda de 7% ante o mesmo intervalo do ano passado devido, principalmente, à redução de 46,3% em contratos corporativos.

Os investimentos da Qualicorp recuaram 43,1% em relação aos três primeiros meses de 2016, para R$ 18,1 milhões. A companhia tinha uma dívida líquida total de R$ 216,8 milhões em 31 de março, 50,6% menor do que em dezembro de 2016.

Cyrela (CYRE3, R$ 13,35, -1,04%)
A construtora e incorporadora Cyrela teve lucro líquido consolidado de R$ 34,25 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 61,5% frente ao mesmo intervalo de 2016 devido à redução das vendas e ao nível ainda elevado de distratos. O lucro líquido atribuído aos controladores no período foi de R$ 4,025 milhões, bem inferior aos R$ 61,271 milhões apurados entre janeiro a março do ano passado. A margem líquida caiu 7 pontos percentuais na mesma base, para 0,6%, e a bruta recuou 3,7 pontos percentuais, para 31,1%.

A Cyrela ainda reportou queda de 14,5% na receita bruta total, para R$ 712 milhões, devido ao menor volume de vendas. Mas a empresa teve geração de caixa operacional positiva de R$ 158 milhões, revertendo o resultado negativo do primeiro trimestre de 2016, quando queimou R$ 13 milhões. Enquanto isso, as despesas gerais e administrativas subiram 4,6% na comparação anual, para R$ 100 milhões, e as comerciais caíram 14,7%, para R$ 87 milhões.

A Cyrela reduziu o endividamento líquido para R$ 1,54 bilhão ao fim de março, de R$ 1,698 bilhão em dezembro de 2016. Com isso, a alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre patrimônio líquido caiu de 25,1% para 22,7%.

O BTG Pactual afirmou que os números da companhia foram fracos, mas dentro do esperado, com as vendas piores impactando o resultado de receita. Por outro lado, o destaque positivo, segundo os analistas ficou com a geração de caixa de R$ 150 milhões. Eles reforçam ainda que a queda do endividamento abre espaço para a empresa aumentar o pagamento de dividendos. A recomendação do banco ainda é de compra.

MRV Engenharia (MRVE3, R$ 14,83, -1,53%)
A MRV, maior construtora de imóveis econômicos do país, teve lucro líquido de R$ 131 milhões no primeiro trimestre deste ano, superando em 2% o desempenho de igual período de 2016, e se prepara para um novo recorde de lançamentos no segundo trimestre. Segundo o copresidente da MRV, Rafael Menin, o resultado líquido teria sido maior não fosse pelo aumento de 41,5% das despesas financeiras e gastos maiores com marketing.

De janeiro a março, as despesas gerais e administrativas subiram 7,6% na comparação anual, para R$ 71 milhões, e as comerciais aumentaram 10,1% na mesma base, para R$ 128 milhões. As despesas financeiras cresceram para R$ 27 milhões. A receita operacional líquida somou R$ 1,007 bilhão nos três primeiros meses, alta anual de 2,6%, mas 5% menor frente ao quarto trimestre.

Já a margem bruta subiu para 33,6% ao fim de março, ante 32,9% um ano atrás, devido à redução dos custos com aquisição de terrenos, materiais de construção e mão-de-obra. A MRV apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 160 milhões, estável frente ao quarto trimestre, mas 6 por cento acima do desempenho apurado entre janeiro e março de 2016.

Segundo o BTG, o resultado da empresa foi sólido e em linha com o que os analistas esperavam, com uma margem mais forte que o esperado. A equipe do banco ainda ressalta o 19º trimestre seguido de números positivos de geração de caixa. A recomendação dos analistas segue como compra.

Rossi (RSID3, R$ 7,41, -1,72%)
A Rossi viu seu prejuízo subir em 15% e atingir R$ 162,88 milhões. A receita líquida subiu 29% e totalizou R$ 138,62 milhões. A margem bruta ficou negativa em 1,7%, ante o indicador também negativo de 4,6% no primeiro trimestre do ano passado. 

A Rossi não lançou produtos no trimestre, enquanto as vendas líquidas cresceram 277,4%, para R$ 105,3 milhões. Os distratos da empresa tiveram queda de 25%, para R$ 124,3 milhões.

Marfrig (MRFG3, R$ 7,68, +0,79%)
As ações da Marfrig sobem apesar do resultado fraco do 1° trimestre. Conforme comenta o BTG Pactual, muito mais importante do que o resultado em si é o comunicado da empresa confirmando que submeteram à SEC o pedido para fazer o IPO (Initial Public Offering) da Keystone.

Os analistas lembram que a performance recente do papel (+40% nos últimos 30 dias) é em boa parte explicada por esse rumor, já que destravaria valor importante para a companhia caso o valuation de Keystone venha em linha com os pares globais (em cerca de ~11 vezes a valor da empresa/Ebitda de 2017). 

Em relação ao balanço, os analistas comentam que os números vieram muito fracos, com queima de caixa de R$ 267 milhões e alavancagem saltando para 4,1 vezes o múltiplo dívida líquida/Ebitda. A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 233,2 milhões no primeiro trimestre, acima do resultado negativo de R$ 106,2 milhões um ano antes, em meio à queda na sua receita, pressionada por efeito cambial e operação Carne Fraca, que compensaram o bom desempenho da divisão Keystone.

O prejuízo líquido das operações continuadas, que excluem qualquer ganho com vendas de ativos e participações, bem como seus resultados operacionais, foi de R$ 238 milhões no primeiro trimestre, ante perda de R$ 102 milhões em igual período de 2016.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa de alimentos caiu 24,7% na mesma base de comparação, a R$ 333,7 milhões.

Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 17,93, +3,05%)
A Iochpe Maxion reverteu o lucro de R$ 6,982 milhões do primeiro trimestre do ano passado em prejuízo de R$ 1,25 milhão. “Considerando a exclusão do efeito não recorrente da venda do imóvel da companhia no ano passado, o resultado líquido teria apresentado uma melhora de 97,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior”, informa a empresa.

A receita operacional líquida consolidada alcançou R$ 1,699 bilhão no primeiro trimestre, uma queda de 4,7 na base anual. O resultado no primeiro trimestre foi influenciado positivamente pelo crescimento da produção brasileira de veículos leves e de máquinas agrícolas, e de forma negativa (i) pela redução em reais da receita das vendas internacionais da companhia por conta da variação cambial e (ii) pela forte queda da produção de veículos comerciais no NAFTA. O Ebitda ficou em R$ 185,4 milhões, queda de 21,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

O BTG Pactual destaca que estes foram números mais fortes que o esperado, com os analistas afirmando que, apesar dos efeitos do câmbio, a melhora na alavancagem operacional no Brasil vai continuar contribuindo para maiores margens consolidadas dando suporte para o call. Os analistas seguem com recomendação de compra e apontam a Iochpe como a favorita do setor.

Metal Leve (LEVE3, R$ 22,09, +0,18%)
A Metal Leve viu seu lucro líquido ajustado cair 48% na base de comparação anual, passando de R$ 73,9 milhões para R$ 38,4 milhões. A receita líquida de vendas somou R$ 540,5 milhões, queda de 5,6% na base de comparação anual, enquanto o Ebitda ajustado caiu 24,9%, para R$ 80,7 milhões. Para o Itaú BBA, os resultados foram fracos e as ações devem ter uma reação neutra aos números da companhia.

Brasil Brokers (BBRK3, R$ 1,60, 0,00%)
A Brasil Brokers teve prejuízo líquido de R$ 11,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 11,9% na base de comparação anual, em meio à redução de sua alavancagem. Já a receita recuou 23,5%, indo de R$ 24,6 milhões para R$ 18,8 milhões. As vendas contratadas tiveram baixa de 14%, para R$ 818 milhões. 

CSU Cardsystem (CARD3, R$ 10,43, -1,60%)
O lucro da CSU Cardsystem somou R$ 8,31 milhões, registrando crescimento de 1,9% na base de comparação anual e queda de 24,5% versus o quarto trimestre de 2016.

A receita bruta foi de R$ 131 milhões, com crescimento de 5,9% em relação ao quarto trimestre e redução de 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda totalizou R$ 22,4 milhões, queda de 4,9% na base de comparação anual. 

Lojas Americanas (LAME4, R$ 17,13, -3,38%)
A varejista Lojas Americanas ampliou significativamente o prejuízo no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano anterior, pressionada por efeitos de calendário, com a Páscoa em 2017 ficando para o segundo trimestre (abril), diferentemente de 2016, quando caiu em março.

O prejuízo líquido consolidado da companhia saltou para R$ 132,9 milhões de janeiro a março, ante resultado negativo de R$ 23,9 milhões em igual etapa do ano passado. O Ebitda ajustado somou R$ 449,4 milhões, recuo de 11,8% em relação ao primeiro trimestre de 2016. A margem Ebitda ajustada passou de 12,9% para 12,6%.

De janeiro a março, a receita líquida consolidada caiu 9,2% ano a ano, para R$ 3,57 bilhões. A receita bruta somou R$ 4,2 bilhões, queda de 10,3%, mas com alta de 1,5 ponto percentual na margem, para 29,2%. Para neutralizar o efeito calendário, a varejista divulgou a variação das principais linhas do resultado no acumulado dos quatro primeiros meses do ano.

Os analistas do BTG Pactual afirmam que, apesar do efeito da Páscoa, os números foram “ok”, ainda que levemente abaixo do que eles esperavam. Eles destacam ainda a linha final negativa em R$ 133 milhões impactada pela perda maior com a B2W e o aumento de 31% nas despesas financeiras. Por outro lado, o crescimento da margem bruta foi um grande destaque positivo. O BTG acredita que o papel sofra pelos números, mas não muda a visão deles sobre a empresa, com recomendação de compra mantida.

B2W (BTOW3, R$ 13,78, -8,13%)
A B2W registrou um prejuízo líquido de R$ 176,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, ampliando em 33,3% as perdas de R$ 132,6 milhões de igual período de 2016. Já a receita líquida somou R$ 1,6 bilhão no período, queda de 7,6% em um ano. O Ebitda ajustado ficou em R$ 127,2 milhões, recuo de 14,3%.

“O primeiro trimestre do ano reflete a decisão da B2W Digital de acelerar a mudança do seu modelo de negócios, de e-commerce para modelo híbrido de plataforma digital (combinação de vendas diretas, marketplace e serviços), similar ao operado pelos players globais dominantes”, justificou a empresa. 

O BTG Pactual destaca uma queima de caixa muito pior que o esperado pelo mercado. Os analistas do banco conversaram com diretores da empresa e apontam que houve uma estratégia de acelerou a mudança de B2C para marketplace, o que gerou impactos na margem bruta e capital de giro. A recomendação segue de compra, mas o BTG já alerta que o cenário segue desafiador.

CCR (CCRO3, R$ 18,50, +1,93%)
A administradora de concessões de infraestrutura CCR anunciou lucro líquido de R$ 329 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 32,9% ante mesma etapa de 2016. Excluindo efeitos não recorrentes, como a venda da controladora da Sem Parar, em meados do ano passado, e os novos negócios que não estavam operacionais na mesma etapa do ano passado, somou R$ 338,5 milhões, alta de 46,6%.

Operacionalmente, o resultado foi mais fraco. O tráfego consolidado nas rodovias administradas pela CCR, teve queda de 2,7% ano a ano, refletindo a recessão no país. No entanto, a receita líquida cresceu 3,4% contra o primeiro quarto de 2016, para R$ 1,69 bilhão, refletindo entre outros fatores o reajuste de tarifas de pedágios.

Da mesma forma, o Ebitda ajustado subiu 3,9%, para R$ 1,03 bilhão. Além disso, a dívida líquida da companhia como proporção do Ebitda caiu de 3,2 vezes para 1,8 vez, reduzindo o serviço da dívida. A companhia concluiu em fevereiro uma oferta restrita de novas ações, com a qual levantou R$ 4 bilhões.

O Credit Suisse destaca números fracos operacionais de tráfego, que continuam a impactar o resultado da empresa, mas que o lucro já começa a indicar uma melhora em função de uma redução na taxa de juros. Os analistas acreditam que cerca de metade dos recursos deve ser utilizado para amortizar empréstimos e o restante em oportunidades de crescimento inorgânicas. O BTG Pactual, por sua vez, recomenda compra das ações.

Lojas Marisa (AMAR3, R$ 8,09, -1,70%)
A Lojas Marisa registrou lucro líquido de R$ 14,7 milhões no primeiro trimestre, revertendo um prejuízo de R$ 17,2 milhões um ano antes. O balanço foi beneficiado, principalmente, por fatores não recorrentes, como a reversão de créditos tributários referentes ao PIS e Cofins, além da venda da carteira de recebíveis de produtos de serviços financeiros (PSF).

Já a receita da companhia cresceu 1,1%, passando de R$ 608,5 milhões para R$ 615,4 milhões. As vendas totais do varejo caíram 1%, para R$ 449,5 milhões em relação ao primeiro trimestre de 2016. No conceito mesmas lojas (unidades que foram abertas há pelo menos um ano), a queda foi de 1,3%.

Os analistas do BTG Pactual apontaram o resultado, em geral, como fraco, mas sem grandes surpresas. O Ebitda negativo foi reflexo de volumes menores e de uma estratégia de preço agressiva, enquanto a queda e vendas mesmas lojas é explicada pela demora no início das promoções em janeiro. “Vemos como positivas as iniciativas para desenvolver produtos e gestão de estoques e olhando pra frente para capturar os benefícios do projeto Transformar, porém preferimos assistir de fora esse início da melhora até termos mais convicção”, dizem os analistas.

Direcional (DIRR3, R$ 6,32, +4,46%)
A Direcional registrou um prejuízo líquido de R$ 22,780 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo um lucro líquido de R$ 29,638 milhões reportado no mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 1,411 milhão, ante um desempenho positivo de R$ 58,394 milhões de igual intervalo de 2016. A margem Ebitda ajustada ficou negativa em 0,7%, frente a uma margem positiva de 14,4% de um ano antes.

Segundo a empresa, o Ebitda foi impactado, principalmente, pela menor diluição de despesas operacionais, que não puderam ser reduzidas em proporção similar à diminuição de receita reconhecida no período, e pela redução da margem bruta – que recuou 7,76 pontos porcentuais, para 16,2%.

De janeiro a março, a receita líquida somou R$ 199,305 milhões, representando uma retração de 50,9% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. O resultado financeiro líquido ficou positivo em R$ 4,472 milhões no primeiro trimestre, ante desempenho também positivo de R$ 3,474 milhões do mesmo período de 2016.

Para o BTG Pactual, foram números fracos, mas já esperados em reflexo da queda nas receitas e margens menores. O destaque negativo ficou para a queima de caixa, que veio em R$ 50 milhões, o dobro do que eles esperavam. Apesar dos números ruins, os analistas seguem com recomendação de compra por conta do valuation (0.55x P/BV).

EzTec (EZTC3, R$ 21,70, +0,56%)
A EzTec viu seu lucro cair 57%, totalizando R$ 31,57 milhões no primeiro trimestre. Já a receita líquida caiu 36%, somando R$ 96,5 milhões.  O resultado financeiro líquido teve queda de 6%, para R$ 22,56 milhões. As despesas gerais e administrativas caíram 9%, para R$ 17,88 milhões. Já as despesas comerciais aumentaram 6%, para R$ 16,36 milhões.

O resultado foi pior que o esperado, segundo o BTG Pactual, com destaque para o ROE de apenas 4,4% no primeiro trimestre. Os analistas apontam para a geração de caixa de R$ 31 milhões, com a empresa encerrando o período com posição líquida de caixa na casa de R$ 220 milhões e R$ 500 milhões de recebíveis em unidades concluídas. “Com isso, acreditamos que companhia pode aumentar o pagamento de dividendos. Seguimos com recomendação de compra”, disseram.

Helbor (HBOR3, R$ 2,69, -3,93%)
A Helbor registrou prejuízo líquido de R$ 48,72 milhões no primeiro trimestre, enquanto a receita líquida teve queda de 34,9%, totalizando R$ 189,2 milhões. A margem bruta passou de 15,2% para o patamar negativo de 1,6%. O BTG Pactual segue neutro com as ações, com o balanço fraco, mas dentro do esperado por conta do elevado número de cancelamentos.

CPFL Energia (CPFE3, R$ 26,01, +0,08%)
A CPFL Energia registrou lucro líquido de R$ 232 milhões no primeiro trimestre de 2017, resultado praticamente estável ante o mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta quinta-feira. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 1,196 bilhão no primeiro trimestre, alta de 15,6% na comparação anual, segundo o comunicado.

Triunfo (TPIS3, R$ 3,50, -3,58%)
A Triunfo Participações e Investimentos viu seu prejuízo subir em mais de quatro vezes na base de comparação anual, totalizando R$ 100,9 milhões. O resultado negativo é reflexo, entre outros fatores, de uma queda de 12,6% na receita bruta, para R$ 473,9 milhões, aponta a empresa. Esta foi impactada pela queda da receita de construção rodoviária e aeroportuária e pela paralisação das obras do 12º aditivo de contrato de concessão da Concer.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.