Adiou para quando? 10 apostas para o mês do 1º corte de juros no Brasil

Confira tudo o que os economistas comentaram sobre o novo cenário para a Selic depois do discurso de Ilan Goldfajn

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O mercado estava praticamente certo de que não haveria como o Banco Central deixar de reduzir as taxas de juros este ano. Muitos especulavam sobre uma postura mais “dovish” (moderada) do novo presidente do BC, Ilan Goldfajn, que quando ainda era economista-chefe do Itaú Unibanco previa diversos cortes na Selic. Contudo, o discurso de Goldfajn e o Relatório Trimestral de Inflação da última terça-feira (29), colocaram um novo cenário na mesa. Com foco total na luta para levar o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ao centro da meta, em 4,5%, a autoridade monetária mostra que não vê hipótese de flexibilização monetária atualmente. 

Mas para os tantos “call” de queda de juros feitos nas últimas semanas, de que modo esses eventos mudaram o quadro visto por analistas? O InfoMoney compilou 10 opiniões que demonstram o que o mercado está vendo para o futuro da Selic agora e elaborou uma tabela com o mês em que cada casa de análise espera a primeira redução da taxa de juros. O interessante foi que ninguém projetou corte de juros para a reunião do Copom em julho e já há quem veja alta da Selic apenas em 2017.  

Confira o que cada um falou: 

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BofA
De acordo com a equipe de análise do Bank of America Merril Lynch, o relatório reiterou pontos que foram levantados nas últimas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) apesar do progresso no combate à inflação. “Isso foi em linha com a nossa visão de longo prazo de que não há espaço para cortes de juro no curto prazo e, portanto, mantemos a nossa projeção de que a primeira redução de juros. 

Citibank
Enquanto o relatório “hawkish” de inflação provavelmente adiará o ciclo de cortes da Selic, “seguimos acreditando que ele será iniciado nos próximos meses”, diz o Citibank em relatório.

Goldman Sachs
A equipe de análise do banco Goldman Sachs disse que o relatório de inflação foi mais “hawkish” (agressivo) do que o esperado porque o caminho projetado para a inflação não está particularmente fácil, estando ainda acima do teto da meta nas expectativas dos economistas para o fim de 2017. “Para frente, o BC não reconhece ou traz qualquer conforto, nesse estágio, do fato de que a inflação projetada fica abaixo da meta no segundo trimestre de 2018”, explica o analista Alberto Ramos. 

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Itaú Unibanco 
De acordo com o economista Caio Megale, o relatório de inflação do BC mantém a visão do Itaú de que o “cenário econômico evoluirá no sentido de permitir cortes de juros no 2º semestre”, mas o Copom pode precisar de mais tempo para iniciar cortes de juros. “A sinalização do relatório de hoje sugere que o Copom pode necessitar de mais tempo do que nosso cenário central, em agosto, para ter convicção de iniciar o processo”, diz ele. 

LCA
A LCA Consultores destacou em relatório a maneira direta como foi feita a fala de Ilan Goldfajn, deixando claro que o BC calibrará a política monetária tendo em vista a meta de 4,5%. “Assim, avaliamos que a Taxa Selic permanecerá em 14,25% na próxima reunião do Copom e o início do processo de abrandamento monetário terá início de forma gradual a partir da reunião de agosto.” 

MCM
A consultoria MCM disse em relatório que a 1ª fase de relaxamento monetário será cautelosa com um corte de 0,25 ponto percentual. “Avaliamos que o ciclo de corte da Selic não terá início antes do final do ano.” 

Nomura
O analista da Nomura João Pedro Ribeiro, lembra que o relatório foi muito importante por ter sido o primeiro do Banco Central sob a gestão de Goldfajn. O documento, de acordo com ele, mostrou que o BC manterá o seu objetivo de levar a inflação ao centro da meta até o fim de 2017 e que apesar da melhora em algumas projeções de inflação para 2017 e 2018, ainda é insuficiente para haver uma convergência do IPCA para 4,5% até o fim do ano que vem, principalmente se assumirmos um ciclo de relaxamento monetário.  

Schwartsman & Associados
Para o ex-diretor do BC, Alexandre Schwartsman, sócio da Schwartsman & Associados, o discurso de Goldfajn foi duro e vai desapontar muita gente que contava com a história de que o BC não iria perseguir o 4,5% no ano que vem. “O discurso está indicando que não vai cortar juros já e que não será tão rápido e na magnitude esperada pelo mercado”, afirma ele.

Tokyo Mitsubishi
O economista sênior do Banco de Tokyo Mitsubishi UFJ Brasil, Carlos Pedroso, disse que o Banco Central reforça o conservadorismo no relatório de inflação de hoje. “A maior preocupação é a questão fiscal. Não acredito que as medidas serão aprovadas pelo Congresso tão rapidamente quanto o mercado espera”, afirma. 

XP Investimentos
Para Bruno Marques, gestor macro do fundo multimercado XP Macro, o CMN pode ver espaço para fixar a meta para inflação de 2018 em um nível de 4% ou 4,25%, com 2 pontos percentuais para cima e para baixo de banda. “Não será com banda de 1,5 ponto percentual, pois seria muito. Mas é factível o alcance de 4% ou 4,25% em 2018”, diz o gestor. 

Quando vai haver o corte de juros segundo cada casa de análise:

Casa de análise Projeção do mês do 1º corte
BofA  Outubro
Citibank  Novembro
Goldman Sachs  Outubro 
Itaú Unibanco   Agosto ou mais tarde
LCA  Agosto 
MCM Final do ano (não especificou uma data)
Nomura  Outubro 
Schwartsman & Associados Novembro ou mais tarde
Tokyo Mitsubishi  Janeiro 
XP Investimentos  Outubro

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