Apesar de indicação de BC manter juros, curva já sinaliza alta de 1,25 ponto na Selic

Juros futuros têm alta com BC "sem âncora"; inflação implicíta chega a 9% para dois anos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As taxas dos principais contratos de juros futuros registram alta na sessão desta quinta-feira (29), com o contrato para janeiro de 2017 registrando ganhos de 0,04 ponto percentual, passando de 15,38% para 15,44%, enquanto o vencimento para janeiro de 2018 está a 15,88%; o vencimento para janeiro de 2021 tem alta de 0,09 ponto, passando de 15,88% para 15,97%. 

O cenário econômico é bastante movimentado: em destaque, esteve a Ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que manteve a Selic em 14,25%. O documento deixou claro que as indefinições e alterações significativas na meta fiscal impactam as expectativas para a inflação e cria uma percepção negativa sobre o ambiente econômico. E, mesmo com o BC indicando que vai manter os juros até o final de 2016, a curva de juros, que indica as projeções para o futuro sobre a taxa de juros a contar dos vencimentos dos contratos, segue precificando uma elevação de 1,25 ponto percentual na Selic, que está atualmente a 14,25% ao ano.

De acordo com a ARX Investimentos, o BC erra ao não apontar nenhuma âncora para as expectativas. No comunicado da última reunião, a autoridade monetária já indicou não esperar que a inflação atinja a meta no ano que vem. Enquanto isso, foi elevada a projeção para o aumento dos preços administrados, que ficou em 5,8% em 2016, 0,1 ponto percentual acima da estimativa de setembro. 

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 Sem nenhuma âncora para as expectativas de preços, a inflação implícita – resultado da diferença entre a taxa de juros dos títulos prefixados e o juro dos papéis corrigidos por índice de preços – para 2 anos chega a 9% após ata do Copom.

Confira os dados de inflação implícita, segundo dados da Anbima, no quadro abaixo (vértice em dias): 

Implicita

Vale ressaltar os dados do resultado do governo central, que também foram divulgados hoje de manhã. Em setembro, o governo registrou déficit primário de R$ 6,932 bilhões, resultado 69% inferior ao do mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o déficit primário somou R$ 20,9 bilhões, o menor resultado para o período desde o início da série história, em 1997. Mesmo com a queda do déficit na comparação anual, o cenário segue desafiador para a realização do ajuste fiscal. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.