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SÃO PAULO – O radar do mercado nesta sexta-feira (28) está na Espanha, em um dia no qual os títulos alemães continuam o rali trimestral e estende o maior período de alta em um trimestre desde 1998, levando a uma queda nos rendimentos. Desde junho, o valor pago pelo título caiu 14 pontos-base.
Com a queda nesta tarde, o papel chega ao menor nível desde o início deste mês. O foco dos investidores continua na crise espanhola e no contágio a outros países da região.
Durante a sessão, os investidores aguardam a decisão da agência Moody’s, que concluirá a revisão sobre o rating espanhol, o que poderá fazer o país perder seu grau de investimento. Além disso, o país também entra em cena por conta do teste de estresse dos bancos, que mostrará o quanto eles precisam se fortalecer. Mais cedo no ano, o país acertou uma linha de crédito de até € 100 bilhões com a União Europeia para o setor.
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Os papéis da Espanha com lastro em dez anos mostram alta nos yields, que atingiram 6,06% durante o pregão, mas perderam o fôlego e apresentavam uma alta mais modesta por volta das 11h30 (horário de Brasília), para cerca de 5,95%.
França eleva impostos
Os yields de dívida francesa caem, após o governo informar novo pacote de orçamento para o próximo ano, que visa recuperar € 30 bilhões, para os cofres públicos, com a meta de estreitar o déficit para 3,0% da produção nacional do ano que vem em relação aos 4,5% este ano –o aperto fiscal mais duro da França em 30 anos. em um orçamento para 2013 visando a mostrar que a França tem o rigor fiscal para continuar no núcleo da zona do euro.
O PIB (Produto Interno Bruto) do país, contudo, mostrou estagnação no segundo trimestre, assim como nas leituras anteriores.
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País | Rendimento | Variação | Spread vs. Bund* |
---|---|---|---|
Grécia | 19,53% | -1,51% | +18,10 |
Portugal | 9,00% | +0,07% | +7,57 |
Itália | 5,12% | -0,06% | +3,69 |
Espanha | 5,95% | +0,22% | +4,52 |
França | 2,17% | -1,59% | +0,74 |
Alemanha | 1,43% | -1,85% | – |
* Diferença calculada em pontos percentuais. Fonte: Bloomberg
Entenda: quanto maior, pior
Os títulos públicos são uma das maneiras que os governos possuem para se financiar, enquanto a variação diária dos rendimentos decorre das negociações no mercado secundário. O juro pago pelo governo e o valor do papel são definidos no momento da emissão dos títulos, mas este último sofre variação no mercado secundário.
Assim, quanto mais arriscado um investimento, maior será o prêmio demandado pelos investidores no mercado secundário. Portanto, o valor do título recua e, consequentemente, o rendimento no mercado secundário aumenta. Tal variação positiva é uma indicação de que caso o governo opte por emitir novos papéis o custo para se financiar deverá ser maior.