Recente alta do real é motivo para vender “maçã podre” dos emergentes, diz Deutsche

Analista acredita que a valorização do real frente ao dólar nos últimos dias é efêmera pelos problemas econômicos do Brasil

Paula Barra

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – A recente valorização do real frente ao dólar depois de cair para o patamar mais baixo em quatro anos e meio é razão suficiente para vender uma das “maçãs podres” dos mercados emergentes, disse Deutsche Bank à Bloomberg. Desde 21 de agosto, quando o dólar bateu R$ 2,4501 na compra até o fechamento do pregão da última segunda-feira (8), a R$ 2,208, a moeda registrou queda de 9,8%.

Segundo Daniel Brehon, analista de moedas do banco, em entrevista por telefone à agência de notícias, um corte no rating de crédito e maior déficit na conta corrente do Brasil em onze anos farão com que o real reverta os ganhos recentes. “É um bom momento para voltar a fazer a troca. O Brasil é o mais vulnerável na região”, disse.

A análise é compartilhada também pelos especuladores, uma vez que as apostas na baixa sobre a moeda dobraram em um mês na principal bolsa da América Latina, chegando a um recorde de US$ 20 bilhões nesta semana. 

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O real foi impulsionado pela surpreendente decisão do Federal Reserve de manter seus estímulos monetários à economia dos Estados Unidos, tomada em 18 de setembro, mas no acumulado do ano ainda segue se desvalorizando frente a 13 das 16 moedas mais operadas e que são seguidas pela Bloomberg.