Raízen (RAIZ4) sofre na Bolsa após dados prévios, mas analistas seguem com visão positiva para ação

XP e Citi seguem com recomendação de compra e traçam projeções para companhia

Equipe InfoMoney

Raízen (Foto: Divulgação)

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As ações da Raízen (RAIZ4) seguiram em baixa, de 1,85%, nesta quarta-feira (17) após uma queda de 5,25% na véspera, dia em que divulgou a sua prévia operacional do terceiro trimestre do ano safra de 2024.

Na visão da XP, o principal destaque ficou com as vendas de etanol abaixo do esperado (39% abaixo das projeções da casa). “Em nossa visão, a perda se deve à estratégia de adiar as vendas de etanol para o período de entressafra, uma estratégia seguida pela maioria dos players. Temos nos manifestado sobre a assertividade dessa estratégia, pois os preços do etanol não estão melhorando, apesar da vantagem competitiva em relação à gasolina, enquanto o etanol de milho continua a ganhar espaço”, aponta.

As vendas abaixo das estimativas de etanol afetam a estimativa de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado consolidado para o 3T24 em cerca de 14%.

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Já no lado positivo, a moagem de cana-de-açúcar ficou 20% acima de suas estimativas, devido ao clima positivo e a uma temporada de moagem mais longa do que o esperado, levando a uma potencial diluição de custos mais alta no futuro.

Os analistas da XP ainda ressaltam que a Raízen tem sido bastante criticada devido a produtividades agrícolas abaixo da média, mas veem que isso não é mais verdade. A empresa vem investindo em produtividade e se aproximando de seus pares, terminando a safra 23/24 com TCH em linha com a média de seus pares, permitindo a diluição de custos e a captura de preços mais altos de açúcar.

A XP tem recomendação de compra para as ações RAIZ4, com preço-alvo de R$ 6, mesma recomendação e target do Citi para os papéis. Os analistas do banco americano, por sua vez, destacaram os dados como acima do que esperava; por outro lado, projeta que a empresa deve reportar resultados financeiros abaixo do esperado no terceiro trimestre da safra, correspondente ao período de outubro a dezembro de 2023.

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O banco vê que, para impulsionar as vendas no quarto trimestre da temporada (janeiro a março de 2024), a empresa deve adotar estratégias no segmento de açúcar e na formação de estoques de etanol, mas as vendas serão a preços mais baixos do que o Citi esperava anteriormente.

Já do lado da distribuição de combustíveis, o banco espera ver um efeito de estoque negativo na operação brasileira. “O resultado pode ser impactado pelos preços mais baixos do diesel, já que a Petrobras (PETR4) reduziu duas vezes os preços em dezembro do ano passado para amortecer a retomada do PIS/Cofins no quarto trimestre do ano”, apontou.