Radar: acompanhe algumas das principais oscilações na bolsa nesta terça-feira

Após IPCA de janeiro, varejistas voltam a subir; Banco do Brasil é destaque de alta após aprovação da compra do Patagônia

Tainara Machado

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SÃO PAULO – Os mercados acionários globais apresentam performance que se aproxima da estabilidade nesta terça-feira (8), com tendência mais para o campo positivo, enquanto investidores avaliam o anúncio de que a China elevou novamente a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. Medidas de aperto monetário já eram esperadas por lá, em tentativa de conter o avanço da inflação.

Por aqui, no entanto, o Ibovespa apresenta alta de 0,8%, para 65.855 pontos, de olho nos diversos índices de preços publicados nesta sessão. O destaque fica para o avanço de 0,83% em janeiro do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), incremento de 0,20 ponto percentual sobre a variação do mês anterior.

Ainda que em patamar elevado, a avaliação dos analistas e consultores sobre o resultado de janeiro do IPCA é de que a inflação ficou dentro do esperado. Postura parecida foi adotada pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, ao afirmar que o resultado no último mês foi influenciado pelos segmentos educação, transporte e commodities, e que espera que nos próximos meses a inflação mostre comportamento mais ameno. 

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Ainda na agenda interna, o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) apontou para alta de 0,98% em janeiro, valor 0,60 ponto percentual acima daquele em dezembro. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) também revelou aceleração da inflação em janeiro, desta vez de 0,94%, taxa 0,34 ponto percentual maior que a de dezembro.

Varejo e imobiliárias
A resposta das varejistas e das companhias imobiliárias, dois segmentos que foram bastante pressionados recentemente por causa da expectativa de aumento dos preços e aperto monetário, aos dados inflacionários é positiva e colabora para a recuperação do índice neste pregão. 

O destaque fica com a Lojas Americanas (LAME4), que sobe 4%, para R$ 13,26, enquanto os papéis de Lojas Renner (LREN3) ficam na cola, com valorização de 3,98%, cotados a R$ 51,26. Ainda entre os destaques positivos da sessão, aparecem Cyrela (CYRE3) e Brookfield (BISA3), com avanços de 3,72% e 3,34%, nessa ordem, para R$ 18,41 e R$ 7,73. 

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Banco do Brasil
Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) também aparecem entre os maiores avanços do Ibovespa nesta terça, com alta de 3,01%, negociados a R$ 29,13. O Banco Central da República Argentina aprovou a venda do Banco Patagônia (BPAT11) para a instituição, informou o BB em comunicado ao mercado nesta terça.

Positivo
Após terem sido um dos destaques de alta da véspera, as ações da Positivo (POSI3) voltam a avançar forte nesta terça, com alta de 6,35%, cotadas a R$ 10,05. Os ativos respondem principalmente a uma reportagem da IstoÉ Dinheiro, publicada no final de semana, que afirmou que empresa e a HP estariam “flertando” uma parceria.

Prévias
Dentre as prévias de resultados, a Comgás (CGAS5) anunciou alguns números não auditados do ano de 2010, comunicando receitas financeiras de R$ 972 milhões e uma receita operacional bruta de R$ 5,101 bilhões, valores 15,9% e 1,2% menores que em 2009. Por outro lado, o volume de gás distribuído elevou-se em 15,2% no período. Os papéis apresentam queda de 0,11%, cotados a R$ 44,35. 

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Do mesmo modo, a Restoque (LLIS3), antiga Le Lis Blanc, também anunciou alguns números não auditados referentes ao mês de janeiro. A receita bruta foi 36% superior ao apontado no mesmo mês de 2010, ao passo que o crescimento nas lojas comparáveis foi de 24% no período. As ações operam com valorização de 1,85% e são negociadas a R$ 14,88. 

Multiplan
Voltando ao setor imobiliário, a Multiplan (MULT3) comunicou o desenvolvimento de duas torres comerciais em São Paulo, com uma área bruta locável total de 73,4 mil metros quadrados, sendo exigido um investimento de R$ 444 milhões, dos quais 21% já foram alocados. A companhia possui 100% de participação no empreendimento e a inauguração está prevista para o segundo semestre de 2013. Os ativos da empresa operam próximos da estabilidade, com leve queda de 0,06%, negociados a R$ 31,00. 

Telefónica
A Telefónica (TEFC11), através da Telefónica Emissiones, realizou na última segunda-feira (7) a emissão de US$ 2,75 bilhões em dívida, separada em duas parcelas. As units da companhia recuam 2,95%, cotadas a R$ 40,05. 

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A primeira das duas parcelas equivale a um montante de US$ 1,25 bilhão, com vencimento para 16 de fevereiro de 2016, sendo que o cupom de 3,992% será pago semestralmente. Já a outra parte possui vencimento para 16 de fevereiro de 2021 e totaliza US$ 1,5 bilhão, sendo que o cupom será de 5,462%.

IPOs
Após as ofertas da Sonae Sierra (SSBR3) e da Autometal (AUTM3), na última segunda-feira mais um IPO (Initial Public Offering) teve a precificação abaixo do estimado pelos coordenadores do processo. Os papéis da Queiroz Galvão, que farão a estreia na bolsa na quarta-feira, estão cotados a R$ 19,00, enquanto a projeção era de um intervalo entre R$ 23,00 e R$ 29,00.

Além disso, a Camil Alimentos protocolou na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pedido de análise de oferta pública de ações ordinárias, planejando fazer distribuição primária (emissão de novas ações por parte da própria empresa) e secundária (venda de papéis atualmente em titularidade de acionistas vendedores) em seu IPO (Oferta Inicial de Ações, na sigla em inglês).

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Schlösser
A Companhia Industrial Schlösser (SCLO4) informou que irá publicar em breve um ato relevante onde decidirá entre um possível pedido de falência e uma tentativa de recuperação judicial da empresa. Tendo em vista o impacto negativo que o comunicado terá para o mercado, a empresa optou por comunicar antecipadamente à CVM sobre tal procedimento. Os papéis recuaram 5,85% na última sessão, mas avançam 0,27% nesta terça, para R$ 3,71.