Radar: acompanhe alguma das principais oscilações na bolsa nesta sexta-feira

Ibovespa sobe 2,3% e recupera os 55.000 pontos; apenas uma das 68 ações do benchmark opera em baixa nesta tarde

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Em dia de agenda econômica escassa, o Ibovespa acompanha a trajetória positiva dos mercados internacionais. Acentuando seus ganhos desde o começo do dia, o benchmark da bolsa brasileira opera com forte alta próxima de 2,3% por volta das 13h10 (horário de Brasília), chegando aos 55.200 pontos, com quase todas as 68 ações que compõem o índice operando no azul – exceção feita aos papéis da Redecard (RDCD3, R$ 28,62, -0,10%).

Diante da ausência de indicadores importantes, os investidores seguem no aguardo da decisão sobre o fundo de resgate europeu, que deverá ser anunciada pelos líderes da Zona do Euro no desfecho da próxima reunião, prevista para domingo (23). A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ainda que espera buscar a aprovação para a expansão do EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) antes do seu discurso no parlamente do país, marcado para quarta-feira (26).

Commodities em alta
Em meio ao otimismo dos investidores sobre um desfecho favorável no encontro dos líderes europeus, as ações de empresas produtoras de commodities registram significativas valorizações. É o caso das companhias de papel e celulose Fibria (FIBR3) e Klabin (KLBN4), que lideram os ganhos do Ibovespa com altas de 6,15% e 5,5%, respectivamente, cotadas a R$ 15,37 e R$ 6,14.

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Penalizados nos últimos dias, os papéis de Vale (VALE3, R$ 40,47, +2,07%, VALE5, R$ 37,87, +1,77%), bem como os da Petrobras (PETR3, R$ 20,97, +2,49%, PETR4, R$ 19,25, +2,28%) e OGX (OGXP3, R$ 13,16, +3,30%), também contribuem para o dia positivo do mercado brasileiro, tendo em vista a forte participação desses ativos na composição da carteira teórica do índice. Juntas, essas cinco ações respondem por cerca de 30% do portfólio do Ibovespa, segundo a composição válida para o último quadrimestre deste ano.

Telefónica Brasil
A despeito da agenda econômica pouco movimentada, o noticiário corporativo mostra-se bastante agitado no front doméstico. A Telefônica Brasil (VIVT4) informou nesta sexta que comunicou à GTR Participações sua intenção de adquirir as ações ordinárias da Lemontree Participações e da GTR-T Participações e Empreendimentos
Os papéis são remanescentes de propriedade destas empresas e correspondem a 100% das ações ordinárias das companhias.

A transação depende também da aprovação prévia da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e, caso seja concluída, a Telefônica Brasil passará a ser a controladora da Comercial Cabo TV São Paulo e da TVA Sul Paraná. Os papéis da companhia sobem 1,03%, cotados a R$ 50,08.

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Cosan adquire ativos da ExxonMobil
Já a Cosan (CSAN3) e a Cosan Limited (CZLT11) comunicaram que a controlada Cosan Lubrificantes e Especialidades firmou em 13 de outubro contrato de compra e venda de ativos com a ExxonMobil Lubricants Trading Company para distribuição e venda de lubrificantes na Bolívia, Paraguai e Uruguai. Com o negócio, a companhia torna-se distribuidora exclusiva dos produtos da marca Mobil nestes países. A Cosan assumirá as operações a partir de 14 de novembro de 2011. 

A aquisição deverá proporcionar um aumento de 5% do volume de vendas anuais, estima a Cosan, que considera o “negócio como parte da estratégia de aumentar sua presença fora do Brasil”. As ações CSNA3 sobem 1,06%, a R$ 26,78, enquanto os ativos CZLT11 registram queda de 0,53%, indo para os R$ 20,69.

Celesc
Na expectativa da divulgação dos balanços trimestrais, algumas empresas brasileiras já estão apresentando suas prévias operacionais. É o caso da Celesc (CLSC6), que mostrou na última quinta-feira (20) que teve um aumento de 4,4% no consumo de energia frente o mesmo período de 2010, chegando a 4.957 GWh (Gigawatt-hora). Destoando do movimento positivo do mercado, as ações preferenciais classe B da companhia catarinense recuam 1,22%, cotadas a R$ 34,76.

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Ultrapar responde questionamento à bolsa
Em resposta ao questionamento feito pela BM&F Bovespa, a Ultrapar (UGPA3) disse que não concederá o direito de recesso na aquisição da Repsol Gás Brasil, “uma vez que tais ações apresentam liquidez e dispersão no mercado”. A bolsa também solicitou informações sobre se haverá a convocação de uma assembleia geral para aprovar ou não a aquisição, mas a empresa, através do diretor de relações com investidores André Covre, diz que ainda não é possível saber pela falta de informações adicionais sobre a adquirida. As ações da Ultrapar avançam 2,83%, valendo R$ 31,57.

SLC compra terrenos no Piauí
A SLC Agrícola (SLCE3) realizou a compra de uma área de 12.936 hectares no Estado do Piauí por R$ R$ 47,33 milhões, os quais serão pagos em quatro parcelas. Com a nova aquisição, a área total própria da empresa passa a 262,2 mil hectares. Com apenas dois negócios realizados até esta tarde, os ativos da companhia sobem 1,36%, cotados a R$ 15,66.

Superporto do Açu
Na véspera, a LLX (LLXL3), empresa de logística do grupo de Eike Batista, fechou contrato com a dinamarquesa NKTF Flexibles para instalar uma planta de fabricação de tubos flexíveis, que vai apoiar indústrias offshore no Superporto do Açu. A empresa ficará no TX2 do empreendimento, que possui capacidade para produzir até 250 quilômetros de tubos por ano. O investimento está previsto em US$ 200 milhões, e o início das operações, para 2013. Os papéis LLXL3 sobem 2,52% nesta tarde, a R$ 3,66.

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Captação da Eletrobras
A estatal Eletrobras (ELET3, ELET6), anunciou que conseguiu captar US$ 1,75 bilhão com emissão de bônus no exterior, com uma taxa de juros que chegou a 5,75%. Os papéis foram listados na bolsa de valores de Luxemburgo e o dinheiro será utilizado no plano de investimentos da companhia.

Os coordenadores da oferta foram o Credit Suisse e o Santander, e o vencimento dos títulos da dívida da elétrica foi estipulado para 27 de outubro de 2021. As ações ordinárias da empresa sobem 3,74%, valendo R$ 16,94, enquanto os papéis preferenciais classe B registram valorização de 3,21%, indo a R$ 23,45.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers